Capítulo 35

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Depois de mais alguns minutos lá fora voltei para o quarto, assim que me deitei William me puxou para si e depositou um beijo no topo de minha cabeça.

- Onde estava?

- Fui um pouco lá fora.

- Preocupada?

- Um pouco...

- Não precisa se preocupar, amor. Vai dar tudo certo.

- Tomara.

- Maite?

- Hum?

- Eu estava pensando, nós nunca usamos proteção, e se você ficar grávida?

- Eu não posso ter filhos, descobri quando tinha 18 anos. - Esperei ele dizer algo, mas nada aconteceu. - Isso é um problema para você?

- De modo algum, seria medíocre da minha parte dar continuidade ao meu DNA. Além de que, isso não é um lar propício para uma criança.

- Suponhamos que eu estivesse grávida, você abandonaria essa vida para criar seu filho com decência?

- Não, eu teria que treiná-lo para dar continuidade a tudo.

- Quando você morrer, o que acontecerá com o Império Levy?

- Morrerá junto comigo, mas se você ainda estiver viva aí você dará continuidade.

- Você acha que eu daria conta sozinha?

- Acho inclusive que seria melhor do que eu.

- Sexta é Natal.

- É? Nem lembrava.

- Eu sei que vocês nunca comemoram essa data, mas eu gostaria de fazer uma pequena comemoração.

- Maite...

- Por favor, William. Eles merecem, você merece e eu mereço. - Falei lhe acariciando o rosto enquanto o dava um selinho.

- Tá bom, do que você vai precisar?

- Depois eu te falo, agora vamos dormir, estou com sono.

No dia seguinte eu acordei primeiro que William, tomei um rápido banho e segui para o pátio, todos os homens já estavam de pé e tomavam o café, eu fiquei de longe os observando, todos comiam e conversavam meio a risadas e brincadeiras, eu mirei detalhadamente cada um dos 50 homens, e nenhum me parecia ser um traidor, mas a verdade é que esse traidor existia, e eu queria encontrá-lo.

- Vem tomar café. - Me chamou Lagarto.

Eu apenas aceitei e caminhei até eles, me sentando na cabeceira da mesa

- Eu quero ver treinamentos mais intensos, Eugênio não medirá esforços para nos destruir, então também não mediremos para derrotá-lo. Tomem logo o café e já comecem o treino.

Todos concordaram com a cabeça e me obedeceram, derrepente sinto mãos acariciando meus ombros.

- Acordou dorminhoco? - Perguntei sorrindo e recebendo um beijo do mesmo.

- Tava na hora, né? - Respondeu sentando ao meu lado, a princípio pensei que ele pediria para eu sair da cabeceira da mesa para ele se sentar no seu lugar, mas ele nem ligou com isso. - Vejo que já botou ordem. - Disse observando os homens treinando.

- Quero todos bem preparados.

Do nada surge uma loira que veio caminhando até nós com um enorme sorriso nos lábios, e se jogou no colo de William.

- Quanto tempo, Will. 

O AgiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora