05| Eu a quero

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Quando o chefe do meu departamento me indicou para ser parceiro de uma investigadora em Detroit, eu particularmente não gostei, principalmente por saber que iria lidar com alguém "difícil" como ele mesmo disse

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Quando o chefe do meu departamento me indicou para ser parceiro de uma investigadora em Detroit, eu particularmente não gostei, principalmente por saber que iria lidar com alguém "difícil" como ele mesmo disse. Mas o caso era interessante, e até então, não tinha sido fechado. E foi por esse motivo que terminei aceitando.

Conhecer novos ares seria muito bom.

Mas quando cheguei na cidade e me deparei com nada mais nada menos que Phoebe Reed, tudo pareceu mudar. E nada fazia mais sentido.

Foi automático, assim que eu bati meus olhos nela, tudo que eu sentia pareceu voltar com mais intensidade que antes, e eu realmente não gostei disso. Afinal, eu já tinha entendido que ela não era para mim. Mas foi somente seus lindos olhos verdes esmeraldas olhar, pela primeira vez na minha direção que tudo que eu construí se foi.

Eu passei a porra da minha infância e adolescência inteira querendo que ela me desse um único olhar, ou pelo menos um mero sorriso, mas nunca tive retorno. Nunca. Até agora.

Não sei se foi ironia do destino, ou um aviso, de que talvez, agora eu poderia a ter, mas algo fez a chama se acender dentro de mim. E tudo que gritava no meu peito era: Eu a quero. E agora, parece ser com mais intensidade.

Cada vez que eu me aproximo dela, ou que eu consigo tocar na sua pele, isso parece crescer cada vez mais. E é assustador se dar conta que a garota que fazia parte dos meus sonhos eróticos anos atrás continua tendo tanto poder assim sobre mim.

Eu não sei se era os sorrisos de longe que eu via. Ou se foi sua voz doce. Mas tudo nela era tão lindo e delicado. Tudo nela me fazia a querer, mas éramos de mundos opostos.

Ela era a filha do patrão, e eu, o filho do empregado.

Parece ser uma lei essas duas pessoas não poderem se aproximar, porque todas as minhas tentativas eram frustradas. E eu me odeio por ter sido tão tímido durante minha adolescência. Se eu tivesse tido um pouco mais de coragem, talvez, nós dois tivéssemos dado certo. Talvez.

Eu a seguia com os olhos por todo o nosso ensino médio.

Eu a queria mesmo sabendo que ela era algo precioso demais, e minhas mãos não poderiam tocar. E ainda assim eu a queria, afinal, nós, seres humanos temos a tendência a querer ter aquilo que não podemos.

Mas assim como eu a vi linda e sorridente, eu também a vi murchar, lentamente, e nenhum dos seus amigos parecia notar aquilo.

Eu vi seu sorriso sumir.

Eu vi suas lágrimas contidas.

Eu vi a garota que eu tinha colocado em um pedestal ir embora, bem devagar, e ainda assim, eu era tímido demais para ir até ela.

No dia que ela fugiu de casa, poucos dias depois que concluímos o colegial, eu percebi, naquele momento, que tinha a perdido, e o pior, não tinha a ajudado.

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