24| Corra

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Fico observando a fachada do seu prédio criando coragem para descer do carro e enfrentar a realidade, mas é difícil

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Fico observando a fachada do seu prédio criando coragem para descer do carro e enfrentar a realidade, mas é difícil. É difícil quando você ama alguém que te usou. É difícil quando você não sabe como vai reagir a ela. É difícil porque mesmo eu estando consciente das suas ações eu ainda a quero. Eu ainda quero beijá-la. Eu ainda quero sentir ela.

Batuco meus dedos no volante do carro olhando para a frente, tentando achar um rumo aos pensamentos. Algo que me faça conseguir me aproximar dela sem ter vontade de a segurar entre os meus braços e nunca mais a soltar.

Será que ela teria coragem de me machucar? Só porque eu sei sobre ela? Será que tudo que nós dois vivemos foi apenas parte do seu jogo? Algo dentro de mim diz que não. Parecia ser real demais.

Respiro devagar decidindo que está na hora de eu parar de me martirizar. Devo criar coragem e perguntar a ela. Só ela poderá responder todas essas perguntas.

Desço do carro decidido a ir até ela, eu não vou continuar fugindo de algo que não dá mais. Não tem como fugir mais.

Apresso meus passos, e atravesso a rua olhando para os dois lados, antes de me aproximar da porta do seu prédio algo chama minha atenção do outro lado da rua. Uma mulher. Ela está de costas e eu podia apostar qualquer coisa que é a Phoebe.

Espero ela se virar para ver seu rosto mas ela não faz, ela segue em frente sem se virar. Balanço a cabeça me achando um louco.

Vou em direção aos elevadores sentindo os olhos do porteiro me seguir, provavelmente ele não me parou porque sabe que eu tenho a entrada liberada. Se ele tivesse noção dos últimos acontecimentos… Nem trabalhar aqui ele iria querer.

Solto um sorriso triste ao perceber meus pensamentos insanos.

Quando o elevador avisa que chegou em seu andar, respiro devagar, pensando em como irei tratá-la. Melhor eu não pensar muito, quanto mais eu o faço as coisas se complicam cada vez mais.

Aperto na sua campainha uma, duas, três vezes… Não entendo, será que era ela lá embaixo mesmo. Me viro decidido a ir embora, quando escuto a porta ser aberta.

— Pensei que não fosse te ver nunca mais amor…  —  escuto sua voz um pouco mais grave exalando ironia. Automaticamente me viro para olhar para ela e assim que nossos olhos se conectam sinto algo diferente.

—  E eu pensei que você fosse verdadeira… —  sussurro de volta, dando mais um passo na sua direção.

Sua sobrancelha se levanta ao ouvir minhas palavras e eu estranho isso. Não me lembrava dessa sua mania.

—  As pessoas nunca são o que mostram… O que você veio fazer aqui? —  pergunta, se afastando e me dando espaço para entrar.

Não sei se é impressão minha mas tem algo de muito errado aqui. Seus olhos estão irritados, seu cheiro está diferente, ela está diferente e não pode ser por causa do tempo que nos vimos. Não faz nem uma semana. 

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