Prólogo

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Desde a primeira palavra que saiu da minha boca eu entendi que eu tinha vindo para o mundo para ser alguém assim

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Desde a primeira palavra que saiu da minha boca eu entendi que eu tinha vindo para o mundo para ser alguém assim.

A destruição já faz parte da minha história desde sempre, até porque, é do início da minha vida que tudo acontece.

Eu vivi durante muito tempo sofrendo psicologicamente e sexualmente por alguém que deveria me amar. Isso repetidas vezes pela mesma pessoa, durante anos.

Até eu pôr um fim nele.

Até finalmente eu deixar de ter medo.

Dizem que a primeira vez nem sempre é prazerosa, mas para mim foi, e eu não consegui mais parar.

Eu evitava ao máximo me aproximar das pessoas, mas elas vinham até a mim. E o pior, eles vinham também.

A segunda vez, eu quis fazer por aquela garotinha o que não fizeram por mim. E eu fiz. Eu a salvei do monstro e entendi que essa era a minha missão na terra.

Matar monstros e salvar garotinhas e garotinhos deles.

Nesse momento, estou no meu nono monstro, e poder, dessa vez, olhar em seus olhos, e ver a dor refletida neles é prazerosa.

Eu sei que o que faço também não é bom, eu sou uma pessoa ruim, que foi feito para ser alguém ruim, e que infelizmente, deu certo.

Kiara Kim para as pessoas é a melhor organista de festas na alta sociedade, mas dentro de casa, ela é alguém muito mal, alguém que merece morrer.

Ela não seria um alvo meu, afinal, meus alvos são sempre do sexo masculino, porque eu pensava que só eles eram assim, mas então eu a vi, no supermercado, e não gostei da forma como ela olhou para seu filho, não gostei mesmo. Porque era da mesma forma que ele me olhava.

Foi por esse motivo que eu a investiguei. Eu olhei seus passos. Eu invadi a sua "privacidade" e vi. E não gostei. Então naquele momento, eu decidi que iria sair dos meus padrões, eu iria matá-la! E salvaria aquele pequeno de todo o mal que o cerca.

Enquanto eu desenhava calmamente a borboleta asa de vidro em sua clavícula penso em como alguém consegue fazer o que ela faz... Qual o prazer? Porra, ele é apenas uma criança! Isso me enoja, e por isso não me arrependo de nenhuma das vezes.

Quando vou fazer o contorno das asas escuto um barulho atrás de mim, e isso me faz congelar, nunca, em hipótese alguma, eu deixo uma testemunha.

Me viro lentamente para ver quem é, e infernos, não pode ser!

Seus olhos escuros me olham atentamente, como se eu fosse algum bicho.

Ele está vendo meu rosto.

Eu deveria fazer algo, mas não consigo, não com ele. Não com um inocente.

Me volto para finalizar o desenho calmamente enquanto escuto seus passos se aproximarem.

— Você é um anjo? — pergunta, olhando fixamente para o corpo frio da mulher no chão.

Levanto meus olhos até ele e solto um sorriso de lado.

— Não pequeno, não sou... Estou mais para demônio. — falo, e me levanto, ao concluir mais uma das minhas obras.

Guardo meus materiais enquanto sinto seus olhos me avaliarem.

— Nunca mais ela vai te machucar. — sussurro em seu ouvido, e vou embora o deixando para trás, com a imagem de meu rosto gravada em sua memória.

Espero não me arrepender futuramente disso.

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