28| Eu não sou mais sozinha

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Acho que a primeira coisa que veio na minha cabeça antes de qualquer coisa foi em como eu queria ter matado Max Thompson

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Acho que a primeira coisa que veio na minha cabeça antes de qualquer coisa foi em como eu queria ter matado Max Thompson. Ele não destruiu só a minha vida, mas também a dessa mulher que está em meu quarto, tomando um banho depois de tudo.

Imaginar tudo que ela passou desde que nasceu me faz ver vemelho. Me faz sentir mais ódio ainda por tudo. Porra, o homem que deveria cuidar de nós duas, simplesmente nos machucou da pior forma que alguém pode fazer com outro.

Ele a estuprou incontáveis vezes desde que ela se entende por gente, e isso só me faz ter um embrulho ao pensar na garotinha assustada e sozinha passando por isso. Eu tive tantas chances de fugir. Eu tive diversas chances de contar. Eu tive contato com outras pessoas, enquanto ela, estava escondida, sabe-se lá onde, sendo mantida apenas para ele a machucar quando quiser, enquanto eu estava tendo uma boa vida, de uma forma diferente mas estava. Nesse momento, eu sinto raiva de mim mesma. Eu passei pelo o que passei tendo escolhas, enquanto ela, nunca teve.

Eu a entendo como ninguém. Eu também teria ódio de mim mesma. Com toda certeza eu teria. Saber que alguém com o mesmo rosto que eu, teve mais oportunidades e que pôde fazer tudo, enquanto eu estivesse sendo destruída dia após dia. Sim, eu teria vontade de matá-la também. E é por isso que não sinto nenhum sentimento ruim em relação a ela. Ainda mais agora, que eu acabo de perceber que eu não sou mais sozinha. Eu tenho alguém.

— Já disse que não suporto esse shampoo que você usa? É horrível… Muito doce. —  diz, fazendo cara de nojo, assim que se aproxima, se sentando ao meu lado, no sofá.

Olho para ela a admirando. Mesmo ela sendo idêntica na aparência, é nítido nossas diferenças, mas claramente é imperceptível para quem ver e não nos conhece.

—  Pelo menos nisso temos que ser diferentes… Você provavelmente deve gostar do amargo e forte, já eu prefiro o doce e suave… — respondo, sorrindo.

—  Dever ser por isso que seu namoradinho percebeu as diferenças. —  a ironia na sua voz não passa despercebido por mim, assim como a menção a Axel.

Ainda não parei para pensar sobre como resolverei tudo, nem como ficaria como ele.

—  Não deveria ter tocado no nome dele, né? — continua.

—  Não, está tudo bem… Precisamos conversar sobre como vamos resolver tudo isso. —  digo, não querendo entrar em detalhes sobre exatamente tudo que ela fez, acho que prefiro nem saber.

—  Você quer dizer sobre como você vai me prender? — pergunta, sorrindo.

—  Não. Quero dizer sobre como eu vou te livrar e me livrar de tudo.

Ao ouvir minhas palavras, ela automaticamente arqueia suas sobrancelhas e eu fico com uma pitada de inveja porque nunca consegui fazer isso, e eu acho extremamente sexy.

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