Na minha última conversa com a minha psicóloga, contei a ela os últimos acontecimentos entre eu e Axel, e ela me disse algo que me deixou completamente assustada. Não, apavorada é a palavra certa.
Ela disse que eu estava me apaixonando por ele, por isso todas essas emoções em relação a ele. E eu nunca achei que minha pressão fosse cair somente por essa descoberta, mas foi o que aconteceu.
Enquanto tento convencer o médico de que está tudo bem, ele insiste que eu devo ficar em observação por mais alguns minutos, sendo que eu não tenho tempo. Eu preciso resolver um caso, e hoje, a psicóloga responsável pelo filho da Kiara Kim disse que o garoto finalmente disse algo.
E eu preciso saber o que foi, mas se esse bendito médico não me liberar logo, Axel terá que ir sozinho, e a ideia dele perto daquela mulher ardilosa me deixa vendo vermelho e mais uma vez eu não me reconheço. Nunca tive esse tipo de posse sobre alguém que não é nada meu e que só demos alguns beijos.
— Senhorita, não posso liberar você agora, já disse… Daqui a uma hora, eu até posso, mas agora não!
Bufo ouvindo sua resposta. Olho a hora em meu relógio e percebo que realmente não poderei ir. Inferno!
Me deito novamente, me conformando que não tem como sair daqui.
Ligo para Axel e o informo sobre isso, ele fica preocupado, mas digo que está tudo bem, e depois de insistir muito, ele termina aceitando em ir sozinho.
Fecho meus olhos tentando tirar um cochilo, o que é praticamente impossível sem os meus remédios. Então pensamentos daquela noite com Axel no bar volta. Acho que ali foi o momento em que algumas coisas realmente começaram a fazer sentido para mim.
Já entendi que o que estou sentindo em relação a ele não pode ser freado, e é por isso que eu decidi dar uma chance para o que quer que seja isso. E espero de verdade, não me arrepender.
Minhas últimas tentativas de relacionamento eram totalmente erradas e nunca davam certo, só que algo dessa vez me diz que tudo vai ser diferente. Talvez seja pela forma como confio nele. Ou pela forma como eu me sinto bem só de ter ele por perto.
Cerca de uma hora depois, o médico realmente me libera, mas me pede para tomar uma sopa porque eu aparentava estar sem comer a um bom tempo, e de fato, realmente é verdade.
Assim que saio do hospital, ligo para Axel e pergunto se ele ainda está no orfanato, mas ele não está mais. E o que me diz, me deixa muito animada, porque, talvez, dessa vez, poderemos ter um rosto.
(...)
Quando chego no departamento, alguns rostos me olham com mais simpatia, e agora eu até consigo devolver alguns sorrisos, mesmo isso sendo um pouco estranho para mim ainda.
Vou em direção a sala de Axel e me surpreendo ao vê-lo conversando animadamente com uma mulher, muito bonita. O que eu sinto ao ver ele passar seus braços ao redor dela me faz não gostar. Ele não é absolutamente nada meu, obviamente poderá se envolver com outras pessoas, mas é estranho. Dói.
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IM(PERCEPTÍVEL) | ✓
RomancePhoebe Reed carregava em seu peito um único sentimento: ódio. Ela não suportava ver alguém sendo feliz, porque isso a fazia se lembrar da sua antiga vida. De como tudo era falso. De como as pessoas eram sem escrúpulos. E o principal, de como o sorri...