Phoebe Reed carregava em seu peito um único sentimento: ódio. Ela não suportava ver alguém sendo feliz, porque isso a fazia se lembrar da sua antiga vida. De como tudo era falso. De como as pessoas eram sem escrúpulos. E o principal, de como o sorri...
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Duas semanas.
A porra de duas semanas que tento um contato com Phoebe mas não obtenho nenhuma resposta e isso me assusta, porque eu preciso dela como preciso de ar inferno.
A última vez que tive o prazer de olhar para ela não foi como eu queria, e eu preciso conversar e explicar porque eu fiz tudo isso. Eu simplesmente preciso que ela acredite em mim. Apenas isso.
Foram tantas ligações que perdi as contas. Mas hoje, irei até ela, afinal não tem como ninguém me prender mais nesse hospital e de qualquer jeito ela vai ter que me atender e o principal me ouvir.
— Vejo que você já está se movimentando senhor Coleman… — escuto a enfermeira chata que veio me atormentando nos últimos dias dizer.
— Precisava fazer uma ligação importante… — respondo, mesmo ela não tendo nada a ver com isso.
Observo ela anotar algo no seu caderninho cheio de florzinhas. Brega demais.
— Bom, não vou te abusar muito mais… Vim apenas trazer as receitas e dar a sua tão esperada alta…
Sem conseguir me conter, solto um sorriso contagiante, ao finalmente ouvir que vou poder sair daqui de verdade.
— Nossa, realmente muito obrigado. — sussurro, me levantando da cama e pegando os papéis que ela me entrega.
— Tem algumas pessoas te esperando lá fora, espero não te ver mais por aqui hein rapaz… — diz, e sai sem esperar por uma resposta.
É impressão minha ou ela me falou de forma educada que eu sou insuportável? Fica a dúvida na minha mente agora.
Pego minhas coisas e saio desse quarto horrível, e antes de eu conseguir dar uns cinco passos, vejo uma garotinha muito linda correr na minha direção.
— Tioooo, tava com tanta saudadeee — conclui, alongando as palavras, como sempre.
Abraço ela, tentando não demonstrar a dor que estou sentindo no ombro. Droga.
— Também estava com saudade princesa. — devolvo, depositando um beijo em sua testa.
Depois de longos beijos e abraços em minha família, finalmente consigo sair desse lugar que me dá arrepios. E assim que chego perto do carro, resolvo dizer logo para onde quero que me levem.
— Preciso que vocês me levem em um lugar antes de ir para casa… Pode ser? — pergunto, e como já esperava vejo os olhares de todos na minha direção.
— Você vai até a Phoebe? Ela deve estar péssima… Todos os jornais está contando a história dela, o tempo todo. Acho que essa exposição não era exatamente o que ela queria. — meu pai diz, com o olhar longe. — A última entrevista que a irmã deu foi péssima, ela disse coisas horríveis…
