Nunca pensei que me veria do outro lado da mesa como estou agora. Nesse momento eu sou a errada. Nesse momento, eu sou a assassina. E eu não posso fazer nada para mudar isso, porque há provas, e contraprovas não há argumentos. Apesar que, eu tenho. Mas se eu o fizer, prejudicarei ela. E pela primeira vez, eu não me importo comigo. Eu só quero que ela consiga ser feliz, pelo menos uma vez.
Passei tanto tempo acreditando que eu era sozinha, que agora que tenho ela, não posso a perder. Mesmo que isso signifique que eu tenha que pagar pelos seus erros. Tá tudo bem.
Respiro pesadamente tentando entender como foi possível Suit conseguir todas essas provas que estão espalhadas em cima da mesa. Inclusive as imagens da morte de Rosellen. E por falar nisso, ver aquele vídeo me fez perceber com quem eu estava lidando. Minha irmã era absurdamente assustadora, e ainda assim, eu quero proteger ela. Porque eu sei porque ela ficou assim. E eu juro por tudo, que no fundo, eu queria fazer por todas as crianças o que ela fez. Cada vítima — tirando as inocentes — mereceu tudo que foi feito com elas. Tudo.
— Nunca imaginei que fosse achar sexy ver alguém matando uma pessoa... Ah, entendi. É porque é você meu anjo. Já te disse que tudo em você me deixa excitado?
Suas palavras me fazem ter vontade de vomitar o que comi mais cedo.
Levanto meu olhar na sua direção, pensando se o respondo, ou apenas espero pelo minha advogada.
— Vai se fuder Suit. Lembre-se que você só pode vir me interrogar quando a minha advogada chegar, então, até lá, me deixa sozinha. Obrigada. — falo, pausadamente.
Ele desliga o vídeo, e fecha o notebook logo em seguida. Ao se levantar da cadeira, ele arruma seu terno e se aproxima lentamente.
Eu poderia dizer que estou com medo de ter ele assim, tão perto. Mas não estou.
— Eu que vou fuder você… De todas as maneiras possíveis. — sussurra, se afastando logo em seguida.
Assim que escuto a porta ser fechada, abro meus olhos, e percebo que eu os fechei. Porque o tê-lo tão perto me fez ter medo. Como eu e a garotinha que tem dentro de mim sempre teve. Porque é isso que ele me transformou, em uma pessoa medrosa, e isso é assustador, porque agora, pensando com mais clareza eu posso afirmar que queria ser como ela, como eu queria.
Me levanto, tentando andar de um lado para o outro e achar uma solução lógica para tirar não só eu, mas ela também dessa. E todas elas não são boas. Nenhuma delas são.
Passo as mãos em meu cabelo, tentando assimilar e pensar no que vai acontecer nas próximas horas. Na minha mente, eu tenho uma resposta. A única que pode me dar a chance de poder seguir a minha vida e a minha carreira. Ou de estragar tudo mais uma vez prejudicando a única pessoa que eu amei. Sim, eu posso fazer isso. Mas preciso pensar com calma, porque se eu o fizer, provavelmente não conseguirei nunca mais ser a mesma. Nunca mais conseguirei ser feliz, e talvez, só talvez, eu me torne igual a pessoa que eu sempre tentei fugir.
Eu posso virar o jogo.
Eu posso me safar e tirar ela disso tudo.
Eu posso culpar alguém inocente.
Eu posso virar um monstro.
Eu posso, porque eu tenho a chance de provar que a única pessoa que tentou me ajudar pode ter feito tudo isso apenas para se vingar.
Ah, como eu posso.
Eu seria uma pessoa muito horrível se fizesse isso? Talvez.
NOSSA! o que será que nossa Phoebe pretende fazer? e com quem? 👀
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IM(PERCEPTÍVEL) | ✓
RomancePhoebe Reed carregava em seu peito um único sentimento: ódio. Ela não suportava ver alguém sendo feliz, porque isso a fazia se lembrar da sua antiga vida. De como tudo era falso. De como as pessoas eram sem escrúpulos. E o principal, de como o sorri...