17| Para amar e cuidar

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Assim que abro meus olhos a primeira coisa que percebo é que estou em um quarto diferente, e automaticamente lembranças da noite passada voltam com tudo

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Assim que abro meus olhos a primeira coisa que percebo é que estou em um quarto diferente, e automaticamente lembranças da noite passada voltam com tudo.

Me viro um pouco, ao sentir um cheiro bom e adocicado vir do meu lado direito, me dando a certeza que realmente aconteceu.

Olho para a linda mulher ao meu lado pensando nos tipos de coisas que devem ter acontecido com ela, porque a maneira como ela estava ontem, e como ela me pediu… Porra, tantas possibilidades passaram pela minha cabeça.

A agonia que eu vi em seus olhos foi a coisa mais dolorosa que, infelizmente, eu já vi. Ela parecia estar em uma luta interna dentro de si mesma, e tudo que eu quis naquele momento foi a segurar e amá-la, como ela merece. E eu fiz. Eu mostrei a ela o quanto eu sou devoto e completamente apaixonado por ela.

Algo me diz que ontem o nosso relacionamento parece ter subido para outro patamar, porque eu vi a sua entrega, e com certeza, para ela ter confiado o seu corpo a mim é porque eu realmente consegui atingir meu alvo. Seu coração.

A luz do sol batendo na sua pele — que eu descobri ser a coisa mais linda que já vi na vida — me faz querer a toca novamente, mas não o faço, continuo apenas velando seu sono e pensando em tudo que aconteceu.

Não consigo pensar na possibilidade de que ela possa ter passado por algum tipo de abuso, — porque esse é o único motivo para que ela seja assim tão reclusa — e os sinais que ela vem me dando, diz exatamente isso. E meu peito dói ao imaginar algo assim, com ela.

Vejo ela se mexer um pouco, aparentemente despertando e eu fico em alerta, porque eu não faço ideia de como ela irá reagir ao me ver aqui, afinal, eu nunca tinha dormido em sua casa. Nem tínhamos feito o que fizemos ontem.

Ela abre seus olhos, se acostumando com a claridade e logo depois a vejo se virar lentamente na minha direção. Ela me olha como se estivesse vendo a maior preciosidade do mundo, e isso é tão bom, e ao mesmo tempo assustador demais.

— Bom dia… — sou o primeiro a falar, principalmente, porque não sei como ela vai agir agora.

Ela me surpreende, se aproximando e depositando um beijo em meu peitoral, sussurrando uma resposta de volta.

Sorrio, ao perceber que ela não está com vergonha, ou com medo de mim.

Passo as mãos ao redor da sua cintura, aspirando o cheiro bom que vem dos seus cabelos castanhos.

— Obrigada… — ela diz, baixinho, afastando seu rosto para me olhar.

Inferno, seus olhos na luz do sol é a coisa mais espetacular que já vi em toda a minha vida. Tem uma tonalidade de verde, puxando para esmeralda, e nesse momento, percebo que eu queria muito ter essa visão pelo resto da minha vida.

Ela é tão doce e delicada, ao mesmo tempo que é picante e suave. Tudo em um ritmo excitante, e eu me torno cada vez mais fascinado e apaixonado por ela. Por essa versão mais incrível que a de antes.

—  Por que? —  pergunto, sem entender exatamente o que ela quis dizer.

— Por ter me amado… Por permanecer… Por tudo! —  sua voz parece um pouco trêmula, quando ela tenta se afastar, ao perceber como estamos. Nus.

— Não me agradeça por algo que eu fiz com o maior prazer do mundo amor… Amar você com toda certeza é a única coisa que eu faço sem nenhum arrependimento… Sabe por que?

Giro nossos corpos, ficando por cima dela, avaliando seu corpo, e as marcas que eu deixei nele. Na minha garota, apenas minha. A garota que me teve aos quinze anos e me tem até hoje, porque Phoebe Reed sempre me teve de todas as formas possíveis, e eu não tenho vergonha alguma de dizer isso em voz alta, por isso, o faço.

— Porque eu venho querendo te ter a tanto tempo, e agora que eu tenho… Ah anjo, eu vou consumir tudo que você quiser me dar… Suas alegrias, suas dores, seus sorrisos… Tudo. Porque quando a gente gosta de alguém, não nos importamos com nada mais, apenas com o bem estar dessa pessoa… E eu penso apenas nisso, quero sempre te fazer sorrir. Sempre.

Seus olhos brilham com lágrimas contidas, antes de depositar um selinho em meus lábios, como se nada de ruim existisse ao nosso redor, como se estivesse só apenas eu e ela ali. Ou pelo menos eu achava que era só eu e ela naquele cômodo.

(...)

Quando chego em casa o silêncio me faz estranhar, até porque meu pai é um cara que gosta de estar sempre ouvindo música, tipo o tempo todo, e chegar aqui, e não ouvir nada é algo muito incomum.

Chamo por ele mas não tenho nenhuma resposta, jogo as chaves do carro em cima da mesa que tem na sala e vou em direção ao seu quarto mas ele também não está. Deve ter saído para algum lugar.

Resolvo tomar um banho, assim que pego uma toalha, vou sorrindo como um idiota ao me lembrar dos últimos acontecimentos com Phoebe, às vezes é até inacreditável pensar que ela realmente está comigo. Porque mesmo eu me achando um cara charmoso e legal, é como se eu ainda achasse que ela não seria capaz de me olhar, até porque, na nossa adolescência ela nunca o fez e pensar na possibilidade de talvez, ela estar brincando comigo, me deixa assustado pra caralho, não sei se conseguiria viver sem ela depois que a tive tão perto.

Me olho no espelho percebendo que esses pensamentos são insanos, ela não me aparece o tipo de pessoa que brinca com os sentimentos de outra assim, na verdade, ela parece alguém que também tem medo de tudo, como eu. Ela se parece alguém que merece todo o amor que eu tenho para dar a ela. Assim como eu quero parecer o cara que merece ser amado por ela.

Se tem algo que ninguém pode fazer, é fingir gostar do outro.  E é nisso que eu quero confiar.

Assim que termino meu banho, vou para cozinha preparar algo para comer porque mesmo eu tendo tomado café na casa dela, meu estômago ainda parece estar vazio.

Preparo um sanduíche de peito de peru, levando meus pensamentos no caso que não se fecha, e que quando achamos que estamos chegando em algum lugar nossa assassina inteligente apronta algo, nos surpreendendo.

A morte do policial White não parece ter sido pelos motivos “nobres” que ela sempre fez, parece ter sido pelo mesmo motivo que a tatuadora morreu: vingança e capricho. E esse não parecia ser seu estilo, mas agora percebo que nós nunca sabemos o que se passa na mente de alguém como ela. Nem mesmo quando você acha que sabe, no fim, não sabe. Gente como ela sempre gosta de surpreender. 

Sinto meu celular vibrar em meu bolso, avisando que uma nova mensagem chegou.

Paro o que estou fazendo para verificar, e quando o faço, sinto meu corpo gelar.

É uma mensagem de um número desconhecido, me dando um aviso, que me deixa em alerta.

“Cuidado detetive, às vezes quem você tanto procura, está mais perto do que você imagina.”

”

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