Minha última descoberta sobre quem realmente é Axel Coleman me fez ficar apreensiva. Nada que me lembra ou vem do meu passado é bom, e alguma coisa me diz que estou certa e é por esse motivo que desde que cheguei no departamento eu venho evitando ao máximo ter algum contato nele.
Não estou acostumada com pessoas intrometidas como ele. Na verdade, eu odeio pessoas assim. Geralmente elas querem saber demais. Fingem ser boa demais, mas no final, são como todos os outros.
Outro ponto que está me deixando pior é que dias como hoje já me deixam estressada. Sexta- feira é o dia em que as pessoas costumam sorrir demais, simplesmente porque vão poder ir encher a cara de álcool com uma rodinha de amigos idiotas, como se isso fosse a coisa mais importante das suas vidas de merda, e obviamente, Axel é um deles. E mais uma vez, ele se infiltra dentro da minha cabeça.
Eu venho tentando ao máximo não pensar, nem sentir as sensações estranhas que ele vem me fazendo sentir. Eu venho tentando de verdade, focar apenas no meu caso, no meu trabalho, como eu sempre fiz. Mas alguma coisa está diferente. Não só em mim, mas em tudo ao meu redor.
Passo os olhos lentamente pelos relatórios da última vítima, alguma coisa está mexendo com meu assassino para ele estar saindo do seu padrão e isso é interessante, porque os erros provavelmente vão começar a aparecer também.
Tudo nele é tão instigante, me faz ter uma vontade absurda de o conhecer e isso é outra coisa que também me assusta. Na minha carreira como detetive, nunca tive essa coisa estranha. Esse desejo de querer saber seu rosto, e o pior, querer saber como foi quando ele matou o Max. E as vezes eu me sinto uma pessoa horrível por isso, mas quando eu me lembro de tudo que ele me fez, me lembro que não sou, e que ele realmente mereceu cada golpe recebido.
— Desculpa atrapalhar seus pensamentos, mas temos uma reunião dentro de quatro minutos com o Suit... — escuto a voz da pessoa que vem me tirando dos eixos falar.
— Quando você nasceu, levou alguma queda, né? — ele estranha minha pergunta, e solta um sorriso, se aproximando mais da minha mesa.
— Não que eu saiba, por que?
— Porque eu já te disse incontáveis vezes que odeio que entrem na minha sala sem bater... Ou seja, você tem alguma dificuldade em pensar! — sussurro de volta, apoiando minha mão na mesa e ficando na mesma altura do seu rosto.
A batalha entre nossos olhares é uma coisa absurdamente excitante e inferno, isso não é normal.
— Meu pai nunca me disse nada, mas provavelmente sim, porque ainda insisto em você... — diz, se afastando, sem me dar tempo para uma resposta.
Que grande filho da puta! Quando e em que momento ele acha que eu pedi para ele insistir em algo?
Respiro lentamente, tentando manter a calma enquanto recolho os documentos para levar para a reunião. Preciso apresentar algo concreto ao Suit, mas até o presente, não há nada, como sempre, apenas suposições.
Infelizmente, alguma coisa me diz que vai demorar muito para finalmente termos algo de fato real, porque se tem uma coisa que nosso assassino é, é esperto.
(...)
Minha reunião foi apenas estressante, e para completar, Axel passou o tempo todo tentando chamar a minha atenção e eu realmente queria entender porque ele é tão insistente e ao mesmo tempo me faz ter uma vontade absurda de ter ele mais perto? Às vezes nem eu mesmo me entendo. Que ódio.
Assim que coloco os pés na minha sala escuto a porta rapidamente ser aberta, o que faz eu me virar para ver quem é e não me surpreendo ao ver Coleman na minha frente, com sua jaqueta de couro tentadora e sua mão direito no bolso da calça jeans que me faz imaginar imagens nada decentes sobre como ele é sem elas.
— Por que você disse ao Suit que eu não sabia trabalhar? — pergunta, aparentemente furioso.
Solto um sorriso com escárnio pela sua audácia de ter vindo até aqui me insultar dessa forma, mesmo eu tendo feito isso apenas por raiva, porque no fundo, eu sei, e acho que todo mundo aqui no departamento já percebeu que ele é bom no que faz, muito na verdade, fiz apenas por diversão.
— Eu ainda sou a chefe aqui, então abaixa o tom de voz, e depois verei se responderei sua pergunta. — respondo, me sentando em minha cadeira e colocando as mãos em cima da mesa, observando sua reação raivosa.
— Eu realmente venho tentando entender você mas fica cada vez mais difícil...
— Não pedi a você para me entender Coleman! Apenas faça o seu trabalho e tudo estará certo. — digo, tentando não demonstrar que suas palavras me afetaram. — E respondendo sua pergunta, eu disse que você não sabe trabalhar porque você realmente não sabe! Se soubesse não estaria aqui me confrontando! — ele dá mais uma passo na minha direção ficando novamente perto demais, e seu aroma não deveria ser tão bom assim.
— Você está com medo de mim... E isso me instiga cada vez mais a tentar me aproximar... — sussurra próximo demais do meu rosto. — Não se preocupe amor, agora trabalharei bem melhor, por você.
Antes que eu responda qualquer coisa, ele se retira da minha sala me deixando nervosa com sua afirmação e o pior com os meus pensamentos, porque eu acabo de perceber que é exatamente o que eu quero que ele faça.
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IM(PERCEPTÍVEL) | ✓
RomantizmPhoebe Reed carregava em seu peito um único sentimento: ódio. Ela não suportava ver alguém sendo feliz, porque isso a fazia se lembrar da sua antiga vida. De como tudo era falso. De como as pessoas eram sem escrúpulos. E o principal, de como o sorri...