O Sequestrador

Reencontro

Lúcifer:

Eu havia ficado naquela pequena cela sozinho durante dias. Já não sabia mais diferenciar o dia da noite, além dos dias que me deixaram sem comida ou água.

Mas nada daquilo me importava mais, apenas o que queria era ver Chloe novamente, poder abraçá-la, beijá-la, amá-la... E aquele tempo sozinho só me fez perceber o quão solitário sou. Sem ninguém ao meu lado, ninguém que venha me visitar, me trazer uma palavra amiga... Nem mesmo a mulher que eu imaginava que faria.

Policial: - Nunca vi um detento que chorasse tanto! Levante homem, voltará para sua cela agora.

Sem mais forças para contraria-lo, apenas o segui. Minha cabeça baixa e um turbilhão de pensamentos.

Amenadiel: - Luci! Que bom que está de volta! Senti sua falta...

Lúcifer: - Pelo menos alguém... – Digo melancólico.

Amenadiel: - Foi muito ruim? – Pergunta o homem preocupado.

Lúcifer: - Nada pior do que minha própria vida...

Amenadiel: - Eu... Eu sinto muito...

Lúcifer: - Não sinta, apenas existem pessoas que não nasceram para ser amadas.

Vou para minha cama, ou se um bloco de concreto com um colchonete em cima pode ser chamado de cama, e viro-me para a parede para que Amenadiel não me visse derramar algumas lágrimas, as quais não sabia mais se eram de ódio ou de angústia.

Chloe:

Já faz dois dias desde a consulta com a ginecologista, e espero que o resultado saia amanhã.

Porém, antes de tudo, eu precisava ver Lúcifer, e queria que fosse hoje. Então fui falar com meu pai.

Chloe: - Papai? – Entro em seu escritório.

John: - Sim, baby?

Chloe: - Eu quero ir visitar Lúcifer...

Ele para no mesmo instante o que estava fazendo e me encara preocupado.

John: - Filha, como posso te dizer isso...

Chloe: - Eu não quero saber o que acha, apenas que me leve lá para vê-lo.

John: - E você sabe se ele quer te ver?

Aquele pensamento não havia perpassado por minha mente antes, mas ele devia querer, certo?

Chloe: - Não pai, não sei... Mas o que sei é que ele deve estar sozinho e gostaria de receber alguém para fortalece-lo.

John: - Isso vai fazer com que se sinta melhor?

Chloe: - Muito... – Digo sincera.

John: - Então ligarei no presídio amanhã para ver se pode visita-lo.

Chloe: - Amanhã não, agora. – Imponho.

John: - Filha, nesse momento eu estou tentando buscar um emprego.

Chloe: - Dinheiro vale mais que a saúde mental de sua filha? – Apelo.

John: - Quando tem algo em mente não desiste, certo? – Ele bufa, revirando os olhos.

Chloe: - Já sabe a quem puxei.

John: - Ok... Eu ligarei agora.

Chloe: - Obrigada! – Empolgo-me.

John: - Desde que...

Chloe: -Ah, óbvio que havia uma condição.

John: - Que você aceite ir a uma psicóloga.