Clínica Psiquiátrica

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Chloe:

Observo cautelosamente o ambiente que me encontrava e vejo meus pais me encarando.

Chloe: - O que estou fazendo aqui? – Digo confusa.

John: - Não se preocupe filha, é para o seu bem.

Chloe: - Pai. – Digo séria. – Onde diabos estou?

O homem joga um olhar apreensivo para minha mãe, que apenas nega e insinua para que ele diga.

John: - Você está num local para se recuperar de tudo o que aconteceu nos últimos tempos.

Chloe: - John Decker, se for o que estou pensando, pode dizer adeus a sua "princesinha".

John: - Eu sinto muito, minha filha, mas eu precisava fazer isso.

Chloe: - Não voltem mais, não quero mais os ver.

John: - Mas, Chloe, tente nos entender! – Diz incrédulo.

Chloe: - Eu não quero entender! Você não está em minha posição para saber o que estou sentindo agora!

John: - Pode nunca mais dirigir a palavra a mim, mas eu sei que estou fazendo o melhor a quem amo. – Diz fechando seu tom de voz.

Eu apenas me viro contra os dois na cama que estava, e fico olhando a parede a minha frente.

Chloe: - Vão embora, não quero mais os ver. – Digo decidida.

Penélope: - Filha... Por favor... – A moça chorava sutilmente.

Chloe: - Eu confiei em você, mãe. Mas, já que é condizente com a ideia do John, não quero mais vê-la também.

Seu pranto se torna mais tempestuoso e meu peito se aperta, mas eu não cederia àquilo tão fácil. Eles iriam se arrepender para sempre do que estão fazendo a mim.

Os passos de ambos se tornam mais distantes e escuto a porta do quarto fechar.

Fico horas encarando aquela velha parede branca, cheia de rachaduras e infiltrações. Meu quarto era mais deprimente do que eu mesma, tudo tinha tons de bege e branco.

Mas meus pensamentos estavam muito longe para reparar nos mínimos detalhes. A traição de meus pais, um abuso, um aborto, a possibilidade do ser que sempre me assombrou ser... O irmão gêmeo de meu amado? Ah Lúcifer... Sua provável morte era o pensamento que mais me afligia, e não havia nada que ninguém podia fazer.

Enfermeira: - Chloe Decker?

Olho para a porta, a qual uma moça rechonchuda com uma bandeja metálica estava parada.

Enfermeira: - Vim trazer seus remédios. – Ela sorri meigamente, mas não retribuo.

Chloe: - Deixe aí, depois tomo. – Indico a mesa de canto ao lado de minha cama.

Enfermeira: - Desculpe, mas não sou autorizada a fazer isso. Preciso que tome em frente ao meu ver.

Chloe: - Argh! Tá.

Ela me entrega uma série de comprimidos todos coloridos num pequeno copo descartável. Pego em minhas mãos e com a ajuda de um copo d'água, coloco-os na boca e os engulo.

Enfermeira: - Abra a boca.

Reviro os olhos e faço o que a moça pede.

Enfermeira: - Ótimo. Se tiver qualquer sintoma adverso, aperte aquela campainha que viremos te ajudar.

Chloe: - E o qual é o efeito do remédio e o que não pode acontecer?

Enfermeira: - Estes medicamentos apenas irão te acalmar, e talvez lhe trazer sono. Mas qualquer sintoma como náuseas, tonturas, dores em qualquer parte do corpo, não hesite em nos chamar.

O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora