O Sequestro

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Chloe:

Após sair de minha bolha de conforto, vivendo numa luxuosa casa em Dublin-Irlanda, com as mudanças no emprego de meu pai, tive que me mudar para Los Angeles. Não estou nem um pouco empolgada com tudo isso, eu digo, sair de uma casa de 2000 metros quadrados para ir viver num apartamento de 200... Isso é ridículo.

John: - Está feliz que vamos nos mudar, filha?

Chloe: - Claro! – Digo irônica, revirando os olhos para ele.

Penélope: - Querida, tente entender que estamos fazendo isso pelo...

Chloe: - Pelo trabalho do papai, eu sei, eu já entendi! – Interrompo-a antes que termine.

John: - Já arrumou suas coisas?

Chloe: - Não? – Olho-o como se fosse óbvio.

John: - Sabe que não terá pessoas para te servir como antes, né?

Chloe: - Como?

John: - Isso mesmo que ouviu! Agora vá arrumar sua mudança.

Reviro os olhos e vou para meu quarto.

Haviam caixas e mais caixas para arrumar, além de minhas roupas... Toda essa história de mudar de país, casa e não ter mais empregados é muito estranha. Para descobrir o que realmente havia acontecido, desço as escadas lentamente, sem fazer barulho, para conseguir ouvir o que meus pais conversavam.

Penélope: - Você devia ter dito a verdade para ela, John! – Mamãe o repreende.

John: - Você sabe o quão mimada é essa menina! Ela teria um surto se soubesse o real motivo! - Ele grita com ela.

Fico chateada ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de meu pai.

Penélope: - E o que vamos fazer agora que perdeu seu emprego? – A moça deixa escorrer uma lágrima.

John: - Vamos sobreviver com o que conseguimos, enquanto isso eu busco algum trabalho aqui em LA, mesmo que não seja em minha área.

Papai havia perdido o emprego, agora tudo estava explicado... Eu odiava mentiras, principalmente as provenientes de meus pais!

Vou embora dessa casa, essa noite vou fazer minhas malas e ir embora. Não quero mais viver debaixo do mesmo teto que eles.

Penélope: - Querida, desça para o jantar! – Escuto-a do meu quarto e logo desço as escadas.

Jantamos todos em silêncio. Nenhum dos dois sabia que eu ouvira sua conversa previamente, e nem sequer dirigiram-me a palavra para contextualizar-me com a verdade.

Assim que toda aquela falsidade acaba, subo ao meu quarto e arrumo uma mochila com algumas peças de roupa, comidas e um dinheiro que guardara desde minha infância, o qual meus pais me davam.

As luzes da casa se apagam, indicando que os dois haviam dormido, aquele seria o momento perfeito.

Para não haver barulhos, desço pela janela de meu quarto e, em seguida, saio correndo pela rua sem olhar para trás. Eu sentiria falta deles, mas odiava ser tratada como uma criança e ser constantemente manipulada.

As ruas eram escuras, a energia densa. Nunca sentira a presença de tantas almas pecaminosas num só lugar. Sim, eu conseguia sentir algumas coisas "sobrenaturais" e às vezes tinha algumas visões.

***: - Onde vai a menina bonita? – Diz o homem que passava na rua.

Decido ignorá-lo e saio correndo para um terminal de ônibus, onde poderia ir para bem longe.

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