Aborto

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Alerta de gatilho! Cena gráfica de automutilação. Se for sensível a tal conteúdo, não leia o que prossegue. Avisarei quando retornar. 

Chloe:

Eu encarava a lâmina incessantemente, ponderando as consequências que aquilo podia causar.

Faço um corte e sinto a dor fluir em minha pele. O corte era superficial, e apenas me fez sentir o ardor.

Respiro fundo, meus olhos lacrimejavam. Aquilo podia dar tudo certo ou tudo errado. Mas e se eu não fosse embora e me levassem a uma clínica?

Meus pensamentos estavam agitados, e uma vertigem toma conta de mim, fazendo com que eu necessite segurar na pia para não cair.

Fim de cena, continue daqui. 

John:

Eu estava à procura de um trabalho mais um dia, e então me lembro que o resultado da loteria sairia naquele dia.

Penélope: - Conseguiu algo, John?

John: - Enviei meu currículo para várias empresas hoje, mas não consegui nada.

Penélope: - As contas estão apertando, precisamos de algo...

John: - Hoje sairá o resultado da loteria que comprei.

Penélope: - JOHN DECKER! PARE DE PENSAR NISSO! VOCÊ E SUA FILHA APENAS ME TIRAM SO SÉRIO! – A mulher grita descontrolada.

John: - Acalme-se amor... O que aconteceu com você e ela?

Penélope: - Ela quer abortar a criança...

John: - E não faria o mesmo se estivesse no lugar dela?

Penélope: - NÃO! O que os fiéis da igreja vão pensar disso?

John: - Que ela teve a escolha de não germinar o fruto de um estupro?

Penélope: - Não John! Você não consegue enxergar a gravidade da situação!

John: - Amor, ela passou por muito, e essa é sua escolha... Sabe o quão sensível ela é, e não ter o apoio de sua própria mãe nesse momento fará seu mundo cair.

Penélope: - Eu... Eu não consigo especular essa ideia em minha cabeça. – Ela dizia se sentindo culpada.

John: - Apenas espero que não seja tarde demais... Que ela não tenha feito nenhuma besteira.

Caminho rápido até seu quarto e não a encontro lá. Sua cama estava bagunçada e seu urso de pelúcia favorito jogado ao chão. Então corro até o banheiro.

A porta estava semiaberta, vi algumas gotas de sangue no chão, o que fez com que minha espinha se arrepiasse.

John: - Filha? Está tudo bem? – Entro lentamente.

Ela não estava lá, mas o sangue no chão era recente. Uma de minhas lâminas de barbear estava em cima da pia, com o mesmo sangue que do chão.

John: - Não... De novo não... – Meu mundo cai e desabo em lágrimas.

Penélope: - O que...

A moça entra em choque no mesmo instante.

Penélope: - O-Oque significa isso, John? – Ela tremia.

John: - Ela...

Penélope: - É tudo minha culpa... – Meus olhos escorriam. – De novo não, John... Não posso perdê-la de novo!

John: - Nem eu, amor... Nem eu... – Abraço-a fortemente. – Mas ela não pode ter ido longe, e é para estar com vida, se saiu daqui.

Chloe:

O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora