Capítulo 12

48 2 0
                                    

Tudo voltou a ser como era: Sabrina tinha uma rotina de estudos à seguir; reuniões à comparecer, livros para ler e partidas de xadrez para ganhar. 

Na segunda partida, da qual a princesa havia perdido, ela reparou, mais uma vez, o quanto Joseph era lindo quando estava concentrado. A ruiva ficou fascinada na beleza do guarda; a mandíbula ficava cerrada e os olhos um pouco apertados. Isso acontecia sempre que jogavam, mas só agora ela podia perceber com mais clareza. 

"Céus... como você pode ser tão lindo?" perguntou à si mesma, apoiando o rosto na mão e o cotovelo do braço na mesa, evitando soltar um suspiro alto. 

E então, ele mexeu a rainha, ergueu o olhar para ela, que baixou imediatamente para  tabuleiro, caindo em si que havia perdido e o ouviu dizer, no mesmo tempo:

— Xeque-mate!— ele sorria e ela olhava em choque, as peças. 

Não havia prestado a menor atenção nos movimentos que havia feito e perdeu feio. Olhou para ele, que havia recuperado o brilho no olhar.

— Realmente... — murmurou, e levou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. — Desculpe, não prestei muita atenção nessa última partida.

— Você deveria aceitar logo a derrota. — ele riu, o que a fez cerrar as sobrancelhas. — Brincadeira, princesa! 

— Claro que era. — ela disse, irônica, mas mantendo o sorriso no rosto. De volta ao que era antes, se sentia imensamente feliz e completa. 

Joseph não perguntou sobre William durante esse tempo, mas, depois de alguns dias conversando com o moreno, falou sobre o noivo e o que pensava dele. Disse que, na verdade, ele era bem parecido com ela e o melhor amigo escutou atentamente. Quando Sabrina terminou, ele disse: 

— Estarei feliz se você estiver, Sabrina.

E a sentença permaneceu na cabeça dela por um período de tempo, assim como a expressão dele. O moreno nunca pareceu ser tão sincero; e isso foi visto em seu olhar e na feição séria, embora tivesse um sorrio mínimo em seus lábios. 

Ela nem sequer sabia o que pensar sobre a sentença. Pensou que o amigo havia sido sincero, mas não sabia exatamente o que passou na cabeça dele. Aquela ligação, a qual a princesa sempre jurou que eles tivessem e que a fazia poder ter uma ideia do que o garoto pensava e sentia, foi quebrada; e isso já fazia alguns dias. 

— Obrigada, Joseph. — foi o que ela respondeu, não sabendo muito bem se a resposta era correta, e enroscou seu dedo mindinho no dele, que abriu um sorriso leve. 

Eles saíram da biblioteca naquele dia, indo para o jardim, respirar um pouco. Conversaram como sempre fizeram, mas algo parecia diferente, ou pelo menos foi o que a garota sentiu. 

A conversa, embora fosse a mesma de antes, tinha algo acontecendo que ela não sabia o que era. A ruiva conseguia sentir algo parecido com um desconforto entre eles, que sumia em alguns momentos, mas sempre voltava quando se olhavam. 

Concluiu que era pelo fato de que haviam tido aquele afastamento semanas atrás. Se persistisse, poderia conversar com ele e ambos seriam igualmente sinceros. 

Um mês depois...

Era domingo. E, não era qualquer dia: era aniversário de Joseph, que estava, finalmente, completando seus dezoito. 

Uma Janela Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora