Capítulo 18

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Três meses depois...

Ninguém nunca soube que, logo depois da conversa que teve com Madame Dupain, Sabrina chorou até dormir. Talvez, Lauren tenha notado, já que, quando foi acordá-la para a janta, ela estava com a maquiagem borrada. Mas, a mesma não perguntou e contou para Joseph, assim que o viu, que ela, simplesmente, havia dormido — ela não soube dizer se esse último havia acreditado, já que ele a olhou de uma forma diferente.

A ruiva também não soube dizer se alguém havia acreditado, já que continuava sem saber se conseguia mentir tão bem quanto pensava. Mas, como ninguém perguntou sobre, ela não iria perguntar sobre isso para ninguém, pois, assim, ela poderia acabar se entregando.

Dias após o ocorrido, totalizando quase uma semana, Sabrina teve que se arrumar para a reunião que iria ter com os outros reinos. Seu país era feito de quinze reinos, sendo que o seu era o centro e tinha o principal controle sobre o país, por ser o maior e ter uma localização geograficamente favorável. A princesa assim como todos os membros da nobreza, eram lecionados à guardar o nome dos soberanos e de sua família, a bandeira e suas cores, e todos tinham aulas de história sobre o surgimento de cada um dos reinos.

Pela manhã, assim que levantou — um pouco mais cedo que o normal —, colocou o vestido azul, do qual havia algumas flores em branco e outros detalhes dourados. Sem paciência para arrumar algum penteado, apenas o deixou solto e colocou a tiara em sua cabeça, o colar que o noivo a havia dado e a pulseira no punho esquerdo, a qual Joseph lhe deu.

— Bom dia, princesa. — o guarda a cumprimentou, fazendo uma curta reverência, assim que ela abriu a porta de seu quarto. — Dormiu bem?

— Bom dia, Joseph. Dormi no possível, e você? — respondeu, abrindo um leve sorriso.

— Eu dormi bem. Tive um belíssimo sonho. — ele disse, animado, se aproximando mais próximo dela. — Você quer saber?

— Depois você me conta, tudo bem? — sugeriu quando começou à andar rumo a sala de jantar. — Receio de você começar, não terminar e eu ter um café da manhã com os pensamentos em outro lugar.

— Certo, princesa. — ele disse depois de soltar uma risada animada. — Acho que você irá achar estranho.

Joseph estava, certamente, muito feliz, entretanto a ruiva não sabia o porquê. O humor brilhante do moreno, que combinada de uma forma estupenda com o mesmo, acabava refletindo na pequena, que sempre mantinha um humor mais delicado e incógnito para outros — e isso acabava sendo um mistério para si mesma também.

Na maior parte das vezes, era difícil para Sabrina saber, exatamente, o que ela sentia, pois foi ensinada a ser um pouco impassível. Ela conseguia controlar suas emoções muito bem, escondendo-as sempre que conseguia, não deixando claro nada que se passava em sua mente, mas a herdeira, de tanto conter-se, acabava estourando e colocando tudo para fora.

Tinha grandes chances de, talvez, esse ter sido o motivo pelo o qual agira de forma tão inconsciente quando beijou seu guarda e também por acabar não percebendo o surgimento dos sentimentos pelo mesmo, dos quais não deveriam, de forma alguma, existir, mas ali estavam eles, construindo uma morada em seu peito para que pudessem permanecer até quando entenderem. Poderiam ficar ali para sempre, ir embora dali algum tempo ou ela, simplesmente, iria se esforçar para derrubar aquilo.

Quando terminou de tomar seu café da manhã, se dirigiu, junto com seu pai, até o salão principal, do qual as grandes portas estavam abertas para receber os visitantes. Joseph e ela não conversaram naquele tempo, pois ele estava um pouco mais afastado dela, mas ela adoraria saber sobre seu sonho naquele momento.

Por um instante, olhou para ele, que estava em uma conversa com seu pai e sua feição estava dura, como pedra. Quando ele ficava com aquela expressão, as mandíbulas ficavam cerradas e o olhar um tanto frio e extremamente fixo. Não era comum a menor ver aquela reação, mas, sem nem sequer perceber, estava tentando gravar cada detalhe, pois era lindo.

Uma Janela Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora