Uma Janela Para O Amor

Capítulo 8

Cateline observou de uma certa distância sua amiga andar de um lado para o outro. Lauren estava ao seu lado com os braços cruzados atrás do corpo, monitorando cada passo de sua senhora sem saber o que deveria fazer para acalma-la. Pensou em lhe preparar um chá, mas lembrou-se que Sabrina já o havia tomado pela manhã com a rainha de Chester. 

Cheia de coragem, Cateline se aproximou de Sabrina e a segurou pelo braço a fazendo parar. Ela estava radiante mesmo brava. Os cabelos ruivos caiam sobre o ombro nu em uma perfeita trança. O vestido tomara-que-caia de rendas rosas que acabara de colocar formava uma calda sútil que balançava sempre que ela andava. Em seu colo um colar com pingente dourado fazia contraste com a pele branca. 

Cateline a olhou com serenidade e a tomou para um abraço. 

— O que ele pensa que eu sou? — resmungou ainda encolhida pelo abraço. — Como pôde fazer  algo assim?

— Não sabemos o que houve, Sabrina. Tenha calma. 

— Ter calma? Catt estou em uma posição que seria crueldade me solicitar calma. — a princesa se afastou. 

— Olha, — Cateline se aproximou novamente acariciando o rosto de sua amiga. — Sei que está zangada, e que tem muitas perguntas. Joseph, ele está sendo imaturo. Dê apenas tempo, e tudo vai se encaixar e voltar a ser como era antes. 

Sabrina assentiu tentando não contrariar a amiga. Sabia que por hora não tinha o que fazer. Então resolveu se reunir com os outros hospedes no salão aproveitando o restante do dia, tentando afastar seus pensamentos de Joseph. 

Sentou em seu lugar no grande salão, entre seu pai, que lhe deu um beijo no rosto desejando uma boa tarde, e viu Joseph se sentar perto de seu pai. A família Windsor ainda estava entre eles e iriam ficar mais algumas semanas no reino, para a felicidade da princesa que passaria mais tempo com sua amiga. 

Não prestou atenção no assunto, mas soube que estavam falando sobre os bandidos que estavam foragidos. O rei e alguns guardas estavam ficando de cabelo em pé com a busca deles, mas não iriam desistir facilmente. 

Quando terminaram, a jovem princesa, se encontrou na biblioteca, perto do fim da tarde. William percebeu a presença de Sabrina e caminhou a passos lentos em direção à jovem, notando-a levar o dedo sobre os lábios o encostando sutilmente sobre a língua, e depois virar a página do livro. 

— Boa noite, Alteza. 

Sabrina sentiu o coração errar uma batida ao ouvir a voz rouca próxima demais. Colocou o livro sobre o colo e olhou o homem a sua frente. Não acreditará que estava tão dispersa em sua leitura que não o viu aproximar. Sorriu gentil o analisando antes de se levantar para uma breve reverência. 

— Posso lhe roubar para um passeio? — William perguntou, a deixando corada pela surpresa. 

Ela estreitou os olhos antes de afirmar sem muita certeza. Desde que chegou, não havia passado muito tempo próximo de seu noivo. 

— Sei que não estou sendo um noivo exemplar, não passamos tanto tempo juntos, e quero me desculpar por isso. — William  sorriu gentil se aproximando da jovem que o olhava curiosa. — Garanto que lhe recompensarei pelos maus modos, Alteza. 

O príncipe estendeu o braço para a jovem, que cruzou os dela ao dele e caminharam a passos lentos para fora da sala dourada. 

Sabrina se atentou para as histórias do príncipe, que mesmo sem muita graça lhe arrancou alguns sorrisos bobos. Ele realmente estava surpreendentemente encantador. 

Os minutos passaram rápido na companhia do príncipe, e Sabrina se surpreendeu ao notar que gostou da conversa que tiveram. William era muito parecido com ela, que passou a gostar desse detalhe. A maior parte dos livros que havia lido, ele também leu e os mesmos pensamentos, dos quais ela achava estranho alguém não pensar sobre, ele dizia que fazia sentido ou que pensou algo parecido. Era, de certa forma, interessante conversar com o garoto, já que ele tinha algo para completar e eles iriam discutir sobre logo depois. Já estavam caminhando sobre a passarela que ligava a ala oeste de volta a biblioteca e nem sequer havia notado que o sol, já se punha.