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Silêncio completo. Nem nossas respirações eram ouvidas. Um encarava o outro sem desviar.

Noah parecia estar com mil e um pensamentos, mas era como se não conseguisse verbalizar nenhum deles nesse momento.

O vi engolir a seco e abaixar a cabeça, apertando o notebook em mãos com força, com o corpo todo rígido e as mãos tremendo.

Não gosto de vê-lo assim, vulnerável. Acabei de descobrir que vê-lo triste automaticamente me deixa triste também. Então, quando levantei da cama num pulo e caminhei até ele, nem pensei duas vezes, o puxei com tudo e tirei o laptop de suas mãos, o jogando na cama.

Então o abracei. O abracei fortemente. Envolvi meus braços nos seus ombros e apoiei meu queixo no topo da sua cabeça, o apertando contra meu corpo. Senti ele enrijesser o corpo inteiro e não dizer nada, muito menos retribuir o toque.

Foi quando acariciei seus cabelos que finalmente obtive uma reação sua.

Um soluço.

Abri a boca mas não consegui dizer nada quando ele envolveu seus braços na minha cintura e afundou o rosto no meu peito, chorando alto e sem parar.

Seus soluços eram agoniantes. Ele chorava como se tivesse guardado aquilo por tanto tempo, e agora estava colocando tudo pra fora de uma vez. Mordi meu lábio inferior e segurei minhas lágrimas e o apertei no abraço com mais força, tentando dizer no ato que eu estava aqui para o que ele precisar.

Isso durou minutos, pareciam horas.

Ele chorou por bastante tempo, e eu não o larguei por um segundo, paciente consigo e o confortando como podia.

Depois de um bom tempo, quando seus soluços pararam e seu corpo também parou de tremer em meus braços, o vi afrouxar os braços da minha cintura e se afastar devagar, mas ainda bem perto de mim. Levei minha mão até o seu queixo e o forçei a levantar a cabeça, o que ele prontamente fez, me encarando com os olhinhos inchados e vermelhos.

Levei o indicador até sua bochecha, limpando os resquícios das lágrimas e acariciando sua bochecha lentamente, o vendo trincar a mandíbula mas não se afastar do meu toque.

Então, proferi baixinho:

ㅡ Gosta de sorvete de flocos?

O vi franzir o cenho e tombar a cabeça pro lado.

Então ele assentiu fraco.

E eu sorri pra ele.

E ele sorriu de volta.

𝐓𝐡𝐞 𝐛𝐨𝐲 𝐨𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 ⁿᵒˢʰ [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora