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ㅡ Vamos Josh! Pega a pipa!ㅡ Sra. Beauchamp gritava para o seu filho, rindo com o marido ao seu lado, enquanto os dois encaravam Josh correr de um lado para o outro, com os braçinhos esticados, atrás da pipa que voava sob sua cabeça.

ㅡ Não dá, eu sou muito pequenininho!ㅡ o pequeno Josh resmungava, fazendo birra, formando um pequeno biquinho nos lábios. Parou de correr e abaixou a cabeça, cabisbaixo consigo mesmo.

Sra. Beauchamp foi até ele, e se abaixou, ficando a sua altura, de joelhos no chão.

ㅡ Você consegue meu pequeno. O meu Joshua consegue qualquer coisa.ㅡ ela dizia para seu filho, com um pequeno sorriso no rosto.

ㅡ Mas...ㅡ Josh disse, esfregando os dedos nos olhos, enxugando as lágrimas de seu rosto.ㅡ Mas meus braçinhos são muito pequenos...

A mãe o olhou com entendimento. Ela levou sua mão ao seu rosto, acariciando sua bochecha.

ㅡ Então você encontra outra forma de se fazer isso. Não pode desistir. Se meu pequeno quer, ele corre atrás.ㅡ Sra. Beauchamp sussurrou, tirando um mínimo sorriso bonito de Josh. Ele assentiu e pareceu compreender o que a mãe disse.

ㅡ Me pega no colo, mamãe!ㅡ ele gritou, agora já todo sorridente. A mãe o encarou confusa, mas assentiu, o pegando no colo, o acomodando em seus braços firmemente.

Quando a pipa, esta que era levada pelo vento para lá para cá, chegava perto deles dois, o pequeno Josh se esticou e levantou os braços alcançando a mesma e pegando com seus dedinhos.

Sra. Beauchamp gargalhou, fascinada com o jeito que ele resolveu a situação, o apertando contra seu corpo, num abraço gostosinho.

Sr. Beauchamp apareceu ao lado deles e abraçou sua mulher pela cintura, levando sua mão aos fios de cabelos de seu filho, acariciando-os levemente. Os três se abraçaram docemente, extremamente felizes.

Josh despertou de repente, sentindo seu coração acelerado, e sua testa suada. Suas mãos estavam tremendo, e a respiração desregulada.

Outro sonho daqueles.

Ele odia quando os tinha. O fazia se lembrar da época feliz que vivenciou com sua mãe, a mesma que o abandonou quando o mesmo tinha doze anos. Hoje, Josh já tem dezoito.

A porta de seu quarto foi aberta num estrondo. Seu pai apareceu no seu quarto, com o olhar pegando fogo de ódio.

ㅡ Por Deus Josh, são quatro da manhã! Eu tenho que trabalhar em duas horas e não consigo dormir por causa de seus gritos!

Josh se sentiu quente. Parecia estar febril. Seu corpo todo suado, e sua mente vazia e apagada. Mirou os olhos do pai, com o choque estampado no seu rosto.

Josh estava com medo.

ㅡ Desculpa e-eu...eu tive um pesadelo pai...

ㅡ Outro? De novo? Vê se cresce moleque, não tem mais idade pra isso! Agora vai dormir, e para de gritar porra!

Seu pai saiu as pressas do quarto e bateu a porta atrás de si.

Josh se encolheu na cama, ainda levemente assustado com tudo isso, com os sonhos, as sensações, as lembraças. Puxou o cobertor e se cobriu, fechando os olhos e tentando voltar a dormir, todo encolhido na cama, como sempre fica quando tem esses sonhos com sua mãe.

𝐓𝐡𝐞 𝐛𝐨𝐲 𝐨𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 ⁿᵒˢʰ [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora