Eu me sentia completamente exausto.
Tive uma pequena apresentação hoje no colégio e acho até que me dei bem, estava há dias estudando para ela. Tive que reduzir minhas horas de sono por causa dos estudos e o trabalho. E pra piorar, noite passada eu tive mais um daqueles mesmos sonhos que vivo tendo com...com a mamãe. Então por conta disso eu tive um ataque de pânico na madrugada e não consegui mais voltar a dormir.
Agora me encontro correndo de um lado para o outro fazendo pedidos e entregando eles as mesas. Estou no meu expediente, faltam pouco menos de duas horas para ele acabar e eu finalmente poder ir pra casa e me jogar na cama com roupa e tudo.
Estou morrendo de sono. Estou exausto, cansado, acabado. Preciso descansar.
ㅡ Josh!
Estava atendendo uma mesa com um casal, de bloquinho em mãos e o sorriso forçado no rosto, quando ouvi alguém me gritar.
Olhei para trás e avistei meu chefe na porta da sala dos funcionários, do outro lado da lanchonete. Ele segurava o telefone fixo em mãos e me olhava seriamente.
Pedi licença ao casal da mesa e disse que já voltava com os seus pedidos. Fui andando apressado até meu chefe e parei a sua frente.
ㅡ Telefone pra você. Seja rápido.ㅡ ele me disse, num tom rispido. Em seguida me jogou o telefone e saiu andando, me deixando com cara de tacho.
Levei o aparelho a orelha rapidamente.
ㅡ Alô?
ㅡ Alô, Josh Beauchamp?
ㅡ Eu mesmo. Quem é?
Sinto um mal pressentimento agora.
ㅡ Aqui é da delegacia KR, poderia vir para cá imediatamente, por gentileza?
Delegacia? Que eu saiba, não infringi nenhuma lei!
ㅡ Hã, sim, claro. Mas...posso perguntar por quê?
Não estou gostando nada disso.
ㅡ É o seu pai. Ron Beauchamp foi detido por agressão, desacato a autoridade e, por causar tumulto num bar. Poderia vir até aqui ainda hoje para assinar sua soltura?
Ele...o quê!?
ㅡ Droga.ㅡ murmurei, cerrando os olhos e suspirando.ㅡ Ele mesmo não pode assinar e ir embora?
ㅡ Não, senhor Beauchamp. Seu pai está muito debilitado e quase sem consciência aqui. Você é o único outro familiar que encontramos nos contatos.
Eu vou matar meu pai. Juro por Deus.
ㅡ Não vamos obrigá-lo a nada. Pode deixá-lo passar a noite aqui e amanhã, quando ele estiver mais sóbrio, poderá assinar e ir embora, mas passará a noite aqui dividindo cela com outros.
Pensei seriamente em fazer exatamente isso. Ele merece. Merece mesmo.
Que droga.
ㅡ Hm, estou indo. Estou indo aí.
ㅡ Tudo bem. Até logo.ㅡ então ele desligou e eu coloquei o telefone no gancho.
Suspirei, exasperado. E furioso também.
Vi de relance meu chefe andar na minha direção e antes que ele passe por mim, corri até a sua frente e o impedi de andar.
ㅡ Chefe, preciso sair mais cedo hoje. Ouve um problema sério com meu pai e eu preciso ir vê-lo. Posso ir?ㅡ eu o disse, com o coração na mão, já esperando a sua negação, como sempre.
Ele me encarou seriamente, sem nem piscar. Então, mordeu o interior da bochecha e cerrou os olhos, fazendo ruguinhas aparecerem abaixo deles.
ㅡ Pode ir.
Arregalei os olhos e não consegui dizer nada. Ele...deixou? Fácil assim?
ㅡ Obrigado chefe.
ㅡ Mas quero você aqui no sábado fazendo hora extra, sem reclamar.ㅡ e é claro que não ia ser tão fácil assim.
Eu assenti, já caminhando pra longe e retirando meu uniforme pelo caminho. Pelo menos fazendo hora extra me dá algum bônus no final do mês, então não é de todo ruim.
Entrei na sala dos funcionários e sai guardando tudo de qualquer jeito na minha mochila, trocando de roupa o mais rápido possível.
ㅡ Ah, Josh.
Levantei a cabeça e olhei para o meu colega. Era Lamar Morris, ele trabalhava junto comigo. Era gente boa, sempre com um sorriso no rosto. Na verdade, ele é bem extrovertido.
ㅡ Está de saída? Mas ainda temos duas horas de trabalho.ㅡ ele perguntou, me vendo trocar de roupa. Então ele sorriu de ladino e cruzou os braços.ㅡ Vai fugir, não é safado?
Soltei uma risadinha baixa e passei a blusa pelo pescoço. Ajeitei minha roupa e fechei meu armário.
ㅡ Não estou fugindo, o chefe sabe. Preciso ir!
Dei um até mais meio apressado e sai andando rápido pra fora da sala, ouvindo um tchauzinho animado de Lamar ao longe.
Saí da lanchonete e enfiei as mãos nos bolsos do meu casaco, começando a andar até o outro lado da rua onde estacionei Hani para poder ir até a droga da delegacia e resgatar o idiota do meu pai.
Suspirei. O que ele fez dessa vez pra arrumar briga num bar?
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𝐓𝐡𝐞 𝐛𝐨𝐲 𝐨𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 ⁿᵒˢʰ [PAUSADA]
Hayran KurguQuando você se depara com uma pessoa em pé em cima de uma ponte, numa plena madrugada, prestes a se jogar dela, o que você faria? Ignora? Ajuda? Foi por essa situação pela qual Josh passou. E ele está convicto de que irá ajudar aquela pessoa, cust...