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O colégio encheu absurdamente rápido.

Haviam barracas em cada canto da pátio, cada uma com seus respectivos grupos de cada classe. Olhando bem em volta, parecia tudo muito bem diversificado. A barraca ao nosso lado, por exemplo, estava apresentando arte. Eles trouxeram tinta, pincéis, lápis e muito glitter, junto a várias telinhas pequenas como demonstração que estavam bem a vista para quem passasse pudesse ver. A barraca do nosso outro lado estava fazendo um show de mágica. Havia uma menina lá usando um chapéu alto e segurando uma varinha, como um mágico mesmo. Os outros do seu grupo vestiam fantasias bem bonitas.

Mais ao longe, bem de frente a nossa barraca, havia um mini palco a frente. E nele um outro grupo apresentava um show de música e dança, tipico de uma feira de talentos, esse não podia faltar. E o melhor era que os alunos ali mandavam muito bem! Uma garota de cabelos cacheados estava cantando e atraindo a atenção de todos que passavam, sua voz era muito bonita. Alguns garotos dançavam ao lado dela também. Estava tudo muito bonito e divertido.

Haviam diversas outras barracas espalhadas pelo pátio que estavam apresentando as suas coisas, e era por isso que o colégio estava nesse exato momento bastante cheio e contagiante.

Os familiares dos alunos chegavam aos poucos, pais iam visitando e sorrindo para os seus filhos e depois passeavam por aí, completamente interessados com todas as idéias que cada grupo teve para a feira.

Eu estava amando cada segundo desse dia.

Desviei meu olhar para um grupinho de mães que pararam a nossa barraca, bem de frente para mim. Eu estava do outro lado, com nossas comidas e bebidas entre nós. Lançei um sorriso simpático a elas e as cumprimentei, incentivando cada uma a provar os nossos doces. A primeira optou por pegar um potinho do bolo de chocolate, a segunda escolheu o mousse de limão, assim como a terceira também. A quarta e última mulher do grupinho foi a que me surpreendeu, pois ela escolheu provar tudo. Eu, feliz com sua decisão, dei um de cada pra ela, o bolinho, o mousse, o cookie e o refresco, e a vi sorrir largo para mim.

ㅡ Isso aqui está uma delícia!

ㅡ Realmente. Vocês quem fizeram tudo?

ㅡ Nunca provei um bolinho tão gostoso em toda a minha vida!

Eu ouvia a cada comentário que elas faziam, enquanto provavam nossas comidas e riam entre elas.

ㅡ Sim, cada um aqui cozinhou uma coisa. E obrigado por gostarem tanto.ㅡ resolvi enfim responder a suas perguntas. Elas me encaram as três ao mesmo tempo e sorriram abertamente. Eu soltei uma risadinha baixa e enfiei minhas mãos no boiso da calça, um pouco envergonhado com toda essa atenção toda sobre mim.

ㅡ Um jovem estudioso, bonito e que sabe cozinhar. Preciso te apresentar a minha filha urgentemente.ㅡ uma delas soltou, me fazendo arregalar os olhos e ficar sem saber o que dizer.

Elas riram da minha reação e agradeceram novamente pelos doces. Então começaram a se afastar da barraca e indo até a outra do nosso lado, interessadas agora nas artes que ali haviam enquanto comiam as nossas sobremesas.

ㅡ Está conquistando até as mães dos alunos. Que galanteador!

Ouvi a voz risonha de Sabina soar ao meu lado e a encarei de imediato. Ela sorria sacana pra mim, me fazendo rolar os olhos com seu comentário mas sorrir no final.

Dei uma boa olhada ao nosso grupo, avistando Heyoon conversando animada com umas garotas na outra ponta da nossa barraca. Krystian e Bailey estavam conversando juntos enquanto arrumavam as luzinhas do teto que estavam caindo. Eles pareciam numa conversa bem animada, pois ambos sorriam para o outro.

E tinha Noah. Ele estava do outro lado de Sabina, com a antes citada entre nós dois. Meu leãozinho atendia e conversava meio envergonhado e com as bochechas coradas com as pessoas que paravam aqui na nossa barraca e pediam para provar nossos doces. Só agora eu havia notado que ele tinha retirado seu casaco do corpo, pois vestia apenas uma camisa branca e lisa de mangas. Abaixei meu olhar devagar até o seu pescoço, vendo o quanto aquela área estava vermelha e brilhando de suor por conta do calor que fazia hoje. Minhas orbes desceram mais um pouco, captando os movimentos dos seus braços enquanto ele extendia os doces para os convidados ali presente. Minha mente começou a vagar sozinha por outros pensamentos sem nem eu perceber, pois agora eu estava imaginando minhas mãos naquela cintura fina e meus lábios percorrendo a pele de seu pescoço, enquanto ele arfava entre meus braços e eu o apertava contra mim com mais força, afundando meus dígitos na sua pele e minha língua na sua boca.

ㅡ Opa, comida de graça! Encontrei o estande certo!

Meu corpo inteiro deu um tremelique e eu desviei com rapidez a atenção de Noah até a pessoa que havia acabado de chegar a minha frente.

ㅡ O que está fazendo aqui?ㅡ Sabina exclamou.

Meu Deus, no que eu estava pensando!? Que mente mais impura e sem vergonha é essa Josh? Caralho. Ele estava fazendo literalmente nada! Só tava apenas ali, em pé, falando com desconhecidos e sorrindo pra eles. Como eu divaguei pra tão longe e pensei em...

ㅡ Ué. Não era pra vir? Então já era, tô' aqui e não vou mais embora, quero provar esse bolinhos ai! Aliás você- Ah! Josh!ㅡ o desconhecido que havia chegado falava sem parar, mas quando finalmente me viu ali ao lado de Sabina, ele deu um grito e me chamou.

Demorei pra raciocinar o que estava acontecendo ao meu redor. Quando por fim deixei de lado meus pensamentos promíscuos e prestei atenção na pessoa a minha frente, arregalei os olhos e a encaro boquiaberto.

ㅡ Lamar Morris?

Ele abriu um sorriso enorme e assentiu afobado.

ㅡ Vocês se conhecem?ㅡ quem perguntou foi Sabina ao meu lado, erguendo a sobrancelha e pondo as mãos na sua cintura.

ㅡ Sim, trabalhamos no mesmo lugar.

Minha amiga assentiu fraco com a resposta do meu colega de trabalho.

ㅡ Por que está aqui, Lamar?ㅡ ousei perguntar, achando estranho ele aparecer aqui. Eu nunca fui muito próximo dele, conversávamos apenas nos intervalos do trabalho, mas eram assuntos rasos e sem intimidade alguma. Mas ele era uma pessoa legal, bem alto astral e super gentil comigo.

O vi revirar os olhos e apontar com o indicador minha amiga ao lado, então proferiu:ㅡ Sou irmão dessa desgraça aqui.

ㅡ Me respeita moleque!ㅡ Sabina depositou um tapa tão forte na nuca dele que até eu senti pena, o vendo soltar um grito alto e acariciar a área devagar.

ㅡ Eu sou mais velho que você garota!ㅡ ele protestou, com uma feição emburrada pra ela.

ㅡ Tô nem aí! Eu ainda te quebro no soco!ㅡ foi o que ela respondeu, pronta pra dar outro tapa nele, mas o mesmo desviou a tempo e sorriu sacana, dando língua pra ela e fazendo minha amiga bufar irritadiça.

Eu estava apenas assistindo a interação desses dois irmãos, enquanto eles se provocavam e riam as vezes. Não sabia que Sabina tinha um irmão, parando pra olhar bem agora, eles tem os mesmos olhos. Sorri baixinho quando minha amiga finalmente conseguiu dar um tapa nele e ele resmungou com ela,

Desviei meu olhar dos irmãos se batendo e fui olhar para Noah, mas quando dei por mim, ele nao estava mais lá. Aonde ele havia ido? Eu nem percebi ele sair...

ㅡ Já volto.ㅡ disse para Sabina, saindo detrás da barraca e, sem esperar ela responder, saí a procura dele pela a multidão.

𝐓𝐡𝐞 𝐛𝐨𝐲 𝐨𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 ⁿᵒˢʰ [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora