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Caminhei por poucos minutos pelo pátio. Todas as barracas estavam bem cheias, isso é bom. Andei e andei por todo o local, mas nenhum sinal de Noah em lugar algum.

Aonde ele foi?

Resolvi dar uma olhada no lado de dentro do colégio, assim que passei pelo portão da entrada me deparei com um belo nada. Estava vazio. Óbvio, todos estavam do lado de fora, comendo e se divertindo.

Caminhei mais um pouquinho e, assim que virei o segundo corredor, ali estava ele, em pé escorado na parede, com os braços cruzados e os olhos fechados.

Sorri minimamente e me aproximei devagar, parando bem a sua frente. Ele não pareceu perceber minha movimentação, pois continuou na mesma posição, então eu aproximei meu rosto do seu e soltei um sopro de leve no seu nariz. Ele abriu os olhos rapidamente e arregalou eles assim que me viu tão próximo de si.

ㅡ O-o que está fazendo!?ㅡ ele esganiçou, como se estivesse com medo de gritar.

ㅡ Eu quem te pergunto. O que faz aqui? Por que saiu de lá de repente?

O vi morder o lábio inferior com força e engolir a seco, me fazendo descer o olhar até a sua boca. Respirei fundo e subi meu olhar de volta, encarando seus olhinhos verdes brilhando pra cima dos meus.

ㅡ Estava com calor.ㅡ foi o que ele respondeu.

E eu tombei a cabeça de lado, meio incerto sobre sua fala. Se ele estava com calor, porque entrou dentro da escola? Qual o sentido?

Vi ele rolar os olhos e desviar o olhar do meu, como quem sabia exatamente o que eu estava pensando.

ㅡ Só queria ficar sozinho, ok?ㅡ ouvi seu murmúrio.

Assenti com um aceno e sorri pra ele, admirando seu rosto em silêncio.

Ele parecia um pouco sem jeito, como quem não soubesse o que mais falar ou como agir no momento. O vi abaixar os braços e juntar as mãos na frente do corpo. Sua cabeça abaixou junta, então ele ficou encarando seus dedos.

De repente, quando eu ia dizer algo a ele, ouvimos vozes do outro lado do corredor. Noah levantou a cabeça de súbito e nós dois olhamos ao mesmo tempo para o final do corredor, de onde ouvíamos vozes e passos ao longe.

ㅡ É o diretor.ㅡ ouvi Noah sussurrar.

E era verdade, era a voz dele e de mais alguma pessoa.

ㅡ Se ele nos pegar aqui vamos nos dar mal Josh!ㅡ novamente ele se exasperou, arregalando os olhos e olhando fixamente para o final do corredor.

As vozes foram ficando mais altas, e os passos mais perto. Eles estavam perto de virar o corredor e nos ver aqui.

Comecei a olhar em volta, a procura de alguma saída, qualquer uma. E então, avistei uma.

Uma porta. A nossa esquerda. O almoxarifado.

Vai ter que ser isso mesmo.

Agarrei o pulso de Noah e o puxei comigo até a tal porta a nossa esquerda, girei a maçaneta e graças a Deus estava destrancada. Entramos juntos quase tropeçando nos nossos pés e fechei a porta atrás de nós. Fui empurrando o corpo de Noah para o canto, até ele soltar um "ai" baixinho por ter batido as costas na parede. Parei bem colado com as costas na sua barriga, ainda segurando suas mãos. Entao esperei.

Os passos foram ouvidos mais de perto, segundos depois passaram duas sombras pela fresta da porta, então as vozes foram diminuindo aos poucos.

Foi só quando ouvi o suspiro aliviado de Noah na minha nuca que eu estremeci de leve e me virei de frente pra ele. Essa sala era bastante pequena, quase não dava para enxergar nada. Mas eu conseguia ver claramente o rosto dele com seus olhos fixados nos meus.

Eu não sei o que deu em mim para fazer isso, mas senti uma vontade absurda de me aproximar mais e, colando nossos narizes juntos, inspirei com força, vendo ele prender a sua respiração, mas não me afastar. Então eu avançei os últimos centímetros e juntei nossas bocas, o beijando com força e muita vontade. Estava louco pra sentir esses lábios desde o momento em que o encontrei na sua casa hoje de manhã.

Ele retribuiu o beijo, e não só isso, como pude sentir sua mãos se apoiarem nos meus ombros e me apertar com força. Juntei o máximo dos nossos corpos e envolvi sua cintura com um braço, levando a outra mão até o seu pescoço e conduzindo o nosso beijo.

Mas foi quando eu senti seus dedos descerem pelo meu peito que eu quase travei completamente. Até minha boca travou, pois ele se afastou um pouco pra me olhar com o cenho franzido pra mim. Umedeci os lábios e voltei a colar nossos lábios, invadindo sua boca com minha língua enquanto agarro sua nuca e sinto suas mãos descerem mais ainda pelo meu peito, pela minha barriga, até pará-las no cós da minha calça e puxar meu quadril com força de encontro ao seu, me fazendo soltar um baixo gemido contra sua boca.

Esse foi o estopim para eu o prensar com tudo contra a parede e o beijar com mais força ainda, embolando nossas línguas e ouvindo seus baixos suspiros. Eu não faço ideia do que deu nele para fazer tudo isso, mas agora que ele fez, eu não quero mais parar.

Eu quero mais.

Desci meus lábios pelo seu queixo, arrastei minha língua por todo o seu pescoço, para no fim dar uma mordidinha na sua clavícula exposta, ouvindo seu baixo gemido soar em seguida. Desci minhas duas mãos pelo seu corpo e também agarrei sua bunda, enchendo minhas mãos com cada nádega, e apertando com toda a força, fazendo nós dois suspirarmos juntos.

Voltei a subir minha boca até a sua e o beijei novamente, sugando seus lábios e chupando o inferior, sentindo ele morder de leve o meu de volta.

Mas foi quando eu infiltrei uma mão por baixo da sua calça por trás e senti sua pele ao mesmo tempo em que esfreguei meu quadril com força contra o seu, que ouvimos vozes novamente do lado de fora.

Retirei minha mão de dentro da sua calça e me afastei devagar do seu corpo, interrompendo o beijo e virando meu olhar para a porta. Eram várias vozes, não consegui destinguir quem eram.

Voltei meu olhar para ele e Noah já estava se endireitando, com as bochechas coradas e os lábios extremamente vermelhos e inchados.

Não sei o que dizer. Acabamos de dar uns amassos daqueles aqui dentro do almoxarifado, e foi gostoso pra caralho. Mas agora estou com medo da reação que ele vai ter com isso.

Engoli a seco e me endireitei também, tentando esconder a todo custo o que de repente ficou desperto entre minhas pernas. Que caralho viu.

ㅡ Tudo bem?

Assim que ouviu minha pergunta ele me olhou, parecia muito envergonhado, mas...nem um pouco arrependido do que fizemos. Isso é bom. Isso é ótimo na verdade.

Vi ele assentir com a cabeça e indicar a porta. Então respirei fundo e abri ela, o levando para o lado de fora. O corredor estava vazio novamente. As pessoas já deviam ter passado então.

Encarei ele, ele me encarou, e ficamos nos encarando por longos segundos em silêncio. Por fim ele pigarreou e foi andando na frente, então eu o segui logo atrás.

Saiamos do colégio e fomos caminhando juntos para de volta a nossa barraca, como se nada tivesse acontecido lá dentro.

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mais tarde tem outro capítulo e amanhã também !

𝐓𝐡𝐞 𝐛𝐨𝐲 𝐨𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 ⁿᵒˢʰ [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora