𝐓𝐡𝐞 𝐛𝐨𝐲 𝐨𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 ⁿᵒˢʰ [PAUSADA]

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Você:
pretende me ignorar até quando?

Você:
temos um trabalho em dupla pra entregarmos leãozinho, e você se afastando só vai fazer a gente levar um zero bonito

Você:
é sério Noah, por favor, fala comigo

Você:
já faz dois dias que vc faltou as aulas, não te vejo desde aquele dia da praia...quando nos beijamos...

Você:
é por causa disso que vc não fala comigo? porque eu te beijei? olha só, vale lembrar que foi você quem me beijou primeiro!

Você:
leãozinho..

Grunhi alto comigo mesmo e joguei o celular na cama. Bufei irritado e comecei a andar de um lado para o outro dentro do meu quarto.

Até quando ele vai me ignorar?

ㅡ Porra.ㅡ praguejei baixinho, chutando o pé da cama logo em seguida.

Sim, estou irritado pra um caralho.

Não foi assim que eu imaginei a gente dando o nosso primeiro beijo. Era pra isso ter feito nós nos aproximarmos mais, não o contrário.

Fitei a janela do meu quarto e bufei de novo.

Talvez ele esteja se sentindo confuso, certo? Talvez.. talvez ele não tenha gostado do beijo...ou não tenha gostado de ter me beijado..? Talvez, ele se sinta estranho por descobrir que beijou um garoto. Hm, pode ser isso...ou não.

Ok, chega dessa merda. Eu vou até a casa dele.

Caminhei apressado até a porta do quarto e abri ela, saindo em disparada dele e descendo os degraus de dois em dois. Estou irritado, mas acima de tudo também ansioso pra falar com ele sobre o beijo.

Quero dizer pra ele que eu adorei o beijo. Dizer que seus lábios são a coisa mais deliciosa que já provei na minha vida. Dizer que adoro segurar suas mãos e sentir seus dedos entrelaçados nos meus. Dizer que eu adoro ele.

Quando cheguei até a porta uma voz me parou.

ㅡ Ei, ei. Pra onde vai assim tão apressado?

Me virei pra trás e encontrei meu pai em pé ao lado do balcão da cozinha. Haviam alguns papéis ali em cima e ele estava de óculos no rosto.

ㅡ Vou na casa de um amigo.ㅡ respondi, meio incerto em confessar pra onde eu realmente vou e quem irei encontrar.

Nossa relação está melhor desde aquele dia em que ele se desculpou de todas as formas comigo e eu acabei chorando no seu colo. Antes de sair pra ir pro colégio ele faz nosso café da manhã, quando eu volto ele ainda está fora, mas não mais num bar qualquer e enchendo a cara de álcool. Agora ele fica fora por conta do seu mais novo trabalho que ele conseguiu. Mas sempre que ele volta, faz nossa janta a noite. E é assim o ciclo dos nossos dias ultimamente.

Realmente, está melhorando.

Vi ele assentir fraco e retirar os óculos do rosto, me dando total atenção.

ㅡ Se precisar de uma carona pra voltar, me liga.

ㅡ Tá.ㅡ respondi, engolindo a seco e crispando os lábios num meio sorriso. Abri a porta de casa e saí correndo.

Ainda é tudo muito novo pra mim. Não me acostumei.

🌉

Caminhei por certa de vinte minutos, até finalmente chegar na casa de Noah.

Olhei pra cima, mais precisamente para a janela de seu quarto, e ela estava aberta, mas a cortina fechada me impedia de olhar para dentro.

Respirei fundo e parei a sua porta. Apertei a campainha e esperei.

Esperei.

Esperei um pouco mais.

E então a porta se abriu num solavanco.

Mas não era Noah através dela. E sim uma mulher mais velha, trajava uma roupa bem chique ao meu ver, com um colar bem brilhante no seu pescoço, um salto alto nos pés e uma feição animada no rosto, essa que se desmanchou em confusão assim que abriu a porta e me viu.

ㅡ Desculpe, mas quem é você?