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Victor Duarte

Nas últimas semanas aconteceram muitas coisas, mas cada dia que passa eu fico cada vez mais ligado a Nathi, podem me chamar de bobo apaixonado, mas eu não consigo disfarçar o que eu sinto. E por mais que eu tenha que me concentrar na minha
reunião eu não consigo parar de pensar que hoje de manhã a gente quase teve uma transa matinal, só de pensar nisso eu fico duro. E tenho que concordar que a Nathi anda muito fogosa, não que eu esteja reclamando, mas eu fico pensando se isso é por causa dos seus hormônios ou se ela é assim mesmo.

-Victor, você tem alguma sugestão para dar no projeto? - pergunta o meu tio, que está posicionado na frente dos slides de apresentação. Eu arranhei minha garganta para tentar limpar.

-Bom eu não tenho nenhuma sugestão. - digo e me arruma na cadeira, depois de alguns apontamentos colocados por outros colegas a reunião termina, mas ao sair da
sala eu encontro uma figura baixinha, com o cabelo preso e com uma roupa chic de escritório, logo eu percebi que era minha mãe, me aproximo dela.

-O que você está fazendo aqui? - pergunto para ela.

-E a educação que te dei? - perguntou. - Victor meu filho preciso falar com você e já que você não atendo quando eu ligo, decidi vir aqui. - completa.

-Mas se eu não estou te atendendo é porque eu não quero falar com você. - digo e sigo em direção a minha mesa, mas minha mãe vem atrás.

-Mas eu vou falar com você! - diz com voz de autoridade. - E é bom você me escutar e parar com essa rebeldia que você tem. - completa. Eu me viro e olho para ela.

-Então me diga o que você quer de uma vez eu tenho muitas coisas para fazer. - digo.

-Vamos em outro lugar, eu não quero que outras pessoas escutem o que eu quero falar. - diz para mim.

-Eu não vou sair, eu tenho muitas coisas para fazer como eu já tinha dito! - falei para já com pouca paciência.

-Já falei com o seu tio e ele não se importa com isso. - fala e se vira em direção a saída. - Vamos Victor! - diz me chamando, eu reviro os olhos, então pego minhas coisas e decido seguir ela.

Já no lugar onde ela escolheu, minha mãe estava olhando o cardápio escolhendo o que queria comer, eu estava apenas querendo que ela falasse de uma vez para eu poder voltar para casa, já que para o meu trabalho não conseguiria por causa do
horário. Minha mãe chama o garçom e me pede se eu queria alguma coisa, eu balanço minha cabeça de forma negativa. Minha mãe se ajeita na cadeira e percebo que ela está se preparando sobre o que ela quer tanto falar.

-Como eu vou me tornar vovó e meu único filho não fala nada sobre isso? - pergunta ela, percebo que quando ela fala o único filho senti um calafrio.

-Por que não é assunto seu! - digo ríspido.

-Como não é assunto meu, é meu neto! - diz. -Pelo menos é que essa garota diz né, se eu fosse você exame de DNA. - fala com ironia. - Porque ela sabe que você é podre de rico.- cometa e nesse momento o que ela pediu chegou na nossa mesa.

-Ela não sabe nada da minha vida! - digo já ficando irritado.

-Você tem certeza, porque Vitória é bem pequena. - diz levando a sua boca a comida. - Talvez essa garota pode ter planejado tudo. - ela comenta.

-Eu tenho certeza que ela não é assim. - digo, já não suportando toda essa situação que minha mãe estava criando.

-E porque você tem tanta certeza? - questiona me encarando.

-Eu convivo com ela, e sei do seu caráter, e o filho que ela carrega na sua barriga é meu! - digo visualmente irritado.

-Fique calmo meu filho, eu vou tirar a prova quando essa criança nascer. - diz

-Mas eu não quero que você se intrometa na minha vida.- digo grosso.

-Da sua vida não me interessa, me importo mesmo é com a nossa fortuna, que no futuro infelizmente você vai herdar. - diz com o seu tom de desdém.

-Porque isso não me surpreende. - falo.

-Até porque você foi o único filho que me sobrou. - diz e nesse momento, eu não aguento mais escutar mais nada que saia da sua boca, me levanto sem pensar duas vezes e saio do restaurante e entro no meu carro. Essa mulher sabe me provocar, é isso que ela quer, que eu perco minha razão. Eu respiro fundo e conto até
10. E tento não pensar no meu passado, pois isso ficou no passado. Quando me sinto mais tranquilo, eu pego as chaves e ligo o carro e sigo para a casa, pois a única coisa que me faria me tranquilizar era o cheiro dela, sentir a sua pele e o sabor da sua boca.

Ao chegar em casa, encontrei com JP na sala, ele estava assistindo televisão, eu não iria ficar ali, mas JP me chama e vou na sua direção.

-O que aconteceu? - pergunto para ele.

-Olha mano, a Nathi não está muito bem... - diz dando de ombros.

-O que aconteceu com ela, você sabe? - pergunto preocupado.

-Eu não sei, só vi ela entrando e segurando o choro e perguntei para o Lucas o que havia acontecido e disse que ela não contou e que a única coisa que ela havia perguntado se sabia alguma coisa do seu passado. - diz ele. Meu coração gela nesse momento isso não pode ser coincidência, minha mãe vim me questionar sobre
sua gravidez e agora Nathi sabendo alguma coisa do meu passado. Eu fui em direção ao seu quarto e ao entrar vi ela deitada na sua cama, eu me aproximo e ao perceber que minha presença estava no ambiente, Nathi vira o seu corpo, mas percebo que ela não está muito bem, deitei ao seu lado.

-Aconteceu alguma coisa? - pergunto preocupado , ela me encara com seus olhos azuis, mas isso não dura nem cinco segundos ela desvia o seu olhar do meu.

-Nada, só foi algumas besteiras que me contaram de você, mas eu sei que você não seria capaz de fazer alguma para me magoar né Victor?! - fala em forma de pergunta. Eu não sei o que dizer, mas sinto como um bola de pedra desse pelo meu pescoço e caísse de paraquedas em meu estômago, eu limpo minha garganta.

-Claro, eu nunca faria isso com você... - digo olhando nos fundos dos seus olhos, então
eu pego a sua mão e levo ela ao meu peito. - Você está sentindo isso? - pergunto e ela faz sinal sim com a cabeça. - É meu coração, que não consegue bater direito quando eu estou perto de você e sabe por que isso acontece? - pergunto novamente a ela. Nathi balança sua cabeça de forma negativa. - Porque eu estou apaixonado por você Nathi, eu não sei como aconteceu e nem sei como vou lidar com esse sentimento, mas a única certeza que eu tenho é que eu quero estar ao seu lado e do lado do Heitor para o que der e vier. - me declaro para ela. Nathi se aproxima e os nossos rostos e sussurra para mim.

-Eu também estou apaixonada por você. - diz, meu coração palpita e então beijo sua boca, tão desesperadamente que eu acabo caindo sobre ela, entre o nosso beijo eu sorrio, pois eu nunca me imaginei nessa situação amando uma mulher
como a Nathi, assumindo um filho que biologicamente não é meu, mas me sentindo o homem mais feliz do mundo. A gente namora um pouco sem ir muito mais além, até que bate na nossa porta e entra sem ter permissão nossa.

-A gente está pensando em ir no bar aqui perto, o casal quer ir junto com a gente.

Eu e a Nathi olhamos e ela dá um pequeno sorriso e se levanta da nossa cama.

-Pode dizer que vamos sim. - respondo para ele. Então JP sai do quarto e Nathi vai pegar algumas mudas de roupas para tomar banho e eu faço o mesmo.

Todos os motivos para te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora