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Maratona de dia dos namorados; 5/6 🫶🏼

Nathália Gomes

Eu estava muito ansiosa para a volta das aulas, pois sinceramente eu estava com muito medo de ser julgada por todos, mas aí que eu tive uma grande surpresa, as minhas colegas ficaram felizes (pelo menos a minha frente) com a notícia que eu seria mãe e até me encorajaram, cada dia mais eu vejo que tinha uma visão totalmente distorcida sobre o que as pessoas iriam a achar sobre a minha gravidez. Mas não é só isso que está me surpreendendo, a minha relação com Victor, do que era para ser um futuro ficante se transformou em amizade, mas eu não posso negar que toda vez que eu olho para ele, sinto uma vontade enorme de pular nele. Tento não pensar muito nele, no seu corpo definido e ou nas suas tatuagens que deixam ele ainda mais gostoso...

-Nathália Gomes! - escuto uma voz em tom de autoridade me chamar eu saio do meus devaneios e percebo que todos estão me olhando, então me ajeitei rapidamente na cadeira e olho para frente em direção ao professor.

-Sim! - digo.

-Você poderia comentar sobre o que a gente estava debatendo em aula. - diz o professor, então eu o encaro alguns segundos e meu olhar vai para o quadro que estava escrito " Direito dos trabalhadores - uma história de lutas" eu limpo a garganta.

-Bom professor, me desculpa, mas eu não estava prestando atenção na sua aula. - falo com sinceridade.

- E por que não senhorita Gomez? - pergunta o professor com uma cara de que não gostou nada da minha resposta, então quando eu iria dar uma resposta uma voz no fundo da sala diz.

-Ela está grávida, deve estar pensando quem é o pai da criança. - e escuto algumas risadas abafadas, o que tinha pensado antes sobre minha gravidez cai por terra eu fico sem reação, minha colega Bárbara sai em minha defesa.

-Sua mãe não te iniciou a não ser um babaca? - perguntou irritada, o professor vendo que isso não iria dar certo fez os dois se calaram, e eu fiquei toda constrangida com essa situação.

No final da aula minhas colegas disseram para não dar bola para que tinha acontecido, mas eu simplesmente não consigo. Eu tinha marcado almoço com a Luiza, já ela tinha me mandado várias mensagens dizendo que tinha novidades para me contar, então eu esperei ela perto do seu bloco, mas conforme as pessoas iam passando por mim, eu percebia que elas me olham esquisito, mas eu não sabia se era coisa da minha cabeça ou elas estavam me encarando mesmo, eu estava distraída até que percebi a presença da Luiza ao meu lado.

-Que cara é essa amiga? - pergunta Luiza percebendo que eu não estava bem.

-Hoje aconteceu uma coisa bem constrangedora. - digo a ela. - Mas, vamos indo pois eu estou morrendo de fome e de curiosidade sobre o que você quer me contar. - então seguimos em direção ao seu carro, no caminho ela fica me importunando para contar o que tinha acontecido, mas eu digo a ela que só vou contar quando chegarmos ao restaurante. Ao chegarmos nós nos sentamos numa mesa e logo pedimos o nosso almoço.

-Então vai contar a sua novidade? - pergunto a ela, então Luiza me encara dá um pequeno sorriso.

-Então no carnaval eu fiquei como JP. - disse e dá um leve sorriso de quanto.

-Hum... bem que vi olhares de entre vocês quando você ia lá em casa!- digo a ela animada. - E aí pretende ficar novamente com ele? - pergunto curiosa.

-Se ele quiser eu quero. - diz dando de ombros. -Mas aí conta o que aconteceu na aula que deixou constrangida? - pergunta. Nesse momento a nossa comida chega e então deixo primeiro o garçom nós servir e no momento que ele sai respiro profundamente para ter coragem de contar para minha amiga.

-Então eu estava distraída na sala de aula até o professor me chamou a atenção, então um cara fez um comentário idiota sobre a minha gravidez. - digo a ela e encaro o meu prato de comida.

-O que ele disse? - pergunta Luiza.

-Bom, ele basicamente disse que não estava prestando a atenção, porque devia estar pensando quem era o pai do meu filho. - digo e percebo que a cara da Luiza não é das melhores.

-Quem é o escroto, porque eu vou dar uma porrada nesse bacaca. - diz brava.

-Não precisa a Bárbara já colocou ele no devido lugar. - dou um suspiro. - Sabe Luiza era isso que eu temia, mas pessoas me julgar por estar grávida e solteira. - e então a encaro, Luiza estende sua mão e então eu faço o mesmo.

-Miga, saiba que você tem a mim, o Rafinha, o Lucas e várias pessoas que te amam. - diz tentando me reconfortar. -Você não me contou se chegou a ir no grupo de apoio? - pergunta.

-Ainda não miga. - digo a ela.

-Nathi, precisa nesse grupo, as vezes é bom a gente ter perto da gente pessoas que além de escutar, consigam de dizer as coisas certas. - diz então encara a imagem pela janela.- Porque por mais que sou sua amiga, eu não passei por isso, vai ser bom, confia em mim! - eu apenas concordo com ela, talvez Luiza tenha razão, estar perto de pessoas que estão passando pelo mesmo que eu estou, seja bom pois, assim eu consigo entender a confusão de sentimentos que eu estou sentindo em relação a minha gravidez e também em relação ao Victor. Nós duas terminamos de almoçar e então fomos ao nosso trabalho. O dia ocorreu de forma tranquila, Lucas disse que me pegaria no serviço, e então eu e ele seguimos para casa.

O mês de março passou até que depressa, eu já estava na última semana e no dia da minha consulta, e nessas últimas semanas foram mais confusas do eu imaginava. Conforme minha barriga ia crescendo, os olhares das pessoas iam aumentando, sério isso estava me matando por dentro, mas uma coisa aconteceu de bom! Eu comecei a sentir o meu bebê, é uma coisa muito estranha e diferente de qualquer coisa que eu tenha vivido, sinceramente tive a impressão que iria sair um bicho que nem no filme do Alien. Outra coisa que aconteceu, na verdade eu fiz, fui participar do grupo que a Luiza tanto falou, e ela estava certa (como quase sempre) de é bom escutar histórias parecidas com as suas e sentir que não está sozinha nisso. Eu só tinha ido em uma reunião, mas eu estava ansiosa para a próxima. Mas uma coisa estava me deixando muito inquieta era o Victor, nessas últimas semanas ele estava realmente me tratando como amiga, que eu pedi para ele me tratar, mas toda vez que eu via ele, o meu fogo dava sinal de vida. Não posso negar me toquei algumas vezes lembrando das nossas transas, eu não sei o que ele tinha, tudo nele me fazia pensar em putaria, isso estava me fazendo subir pelas paredes. Eu já estava terminando meu turno e então havia mandando a mensagem para o Lucas me pegar e levar para a clínica, hoje iria a família inteira na consulta, espero que doutora não se importa, mas meu irmão e meus pais querem saber de antemão o sexo do meu bebê.

Eu estava mexendo no meu celular na frente do prédio da empresa que eu trabalho, quanto eu sinto que estou sendo observada, mas ao olhar para os lados não vejo ninguém, então logo avisto carro do meu irmão.

-Ansiosa? - pergunta Lucas no momento que eu entro no carro.

-Sim e não é só eu, né! - digo dando um sorriso para ele e seguimos para a clínica, os nossos pais iriam nos encontramos lá. Quando chegamos eles já estava nos esperando, então entramos no consultório.

-Hoje veio a família toda né! - diz a minha médica com sorriso.

-Sim, espero que não se importe doutora? - digo a ela.

-Imagina, então vamos ver o bebê? - eu confirmo com a cabeça, então me ajeito para fazer o ultra som, eu me deito, a doutora passa o gel novamente na minha barriga que já está bem nítida. A médica confirma as semanas de gestão, já são vinte semanas e três dias, eu estou ansiosa para saber logo o sexo.

-E então doutora? - pergunto olhando para ela.

-É um menino! - ela diz.

Todos os motivos para te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora