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Victor Duarte

Quando a Nathi falou sobre o burburinho que estava rolando na faculdade de eu ser o pai do filho dela, sinceramente nem me importei, mas logo depois eu recebi mensagens tanto Lucas quanto a do Lipe, falando sobre isso, contei a real para eles, no fim, estou pouco me fudendo sobre o que as pessoas acham ou deixam de achar sobre minha vida.

No carro indo para o trabalho eu percebo que o meu celular começa a receber muitas mensagens de uma vez, e quando eu estaciono na garagem da construtora eu pego para ver o que está acontecendo. E então eu vejo que são várias pessoas tanto dos caras com das minas que estão me questionando sobre eu ser pai. Eu só ignorei essas mensagens, os caras acham que eu devo alguma coisa, para querer alguma explicação minha sobre esse assunto. Que saco!

Vou para o meu trabalho e trampo até tarde, quando eu chego em casa o pessoal estava de boas assistindo televisão como se fossem uma grande família, eu me junto a eles.

-E aí, cara. - diz o Lucas. - Então você é pai do meu sobrinho? - pergunta em tom de deboche, eu só revirei os olhos. - Meu, não fica assim, e na verdade tenho de agradecer por ter defendido a minha irmã. - completa.

-Eu não gostei de como eles falaram dela... - digo a eles.

-Obrigada Victor! - diz Nathi que estava sentada na ponta do sofá.

-Esse é meu amigo... - diz Jes levando um dos seus braços em torno dos meus ombros. Eu dou um pequeno sorriso.

-Mas eu tenho que dizer, que gente mais escrota. - fala JP. - Julgar a mina só porque ela está grávida!

-É JP, o que tem mais no mundo é macho escroto... - fala Jes.

-Pois é, julguem as minas grávida, mas não tem a decência de assumir as paradas. - comenta o JP. Eu olho para a Nathi e percebo que ela ficou um pouco desconfortável com o comentário do JP, eu amo o cara, mas ele muitas vezes faz uns comentários sem noção. Depois de um tempo, o pessoal começou a se animar para ir no bar aqui perto. Então fui tomar uma ducha e me arrumar. Quando já estava pronto, fui na cozinha e ver se achava uma breja, só para animar, mas antes de chegar na cozinha eu escuto que tem duas pessoas lá, são a Lu e a Jes. Fico um na entrada no ponto sego delas, assim elas não me vejam que estou aqui escutando sua conversa, e quando eu começo a prestar a atenção, percebo que elas estão falando de mim.

-Eu sei Lu, foi muito estranho que o Victor ter tido essa atitude, mesmo que era para defender a Nathi. - diz a Jes.

-Eu acho que ele está gostando da Nathi, mas a questão é se eles se envolver novamente, será que ele vai aguentar a barra de ficar com ela, mesmo depois que filho dela nascer. - diz Lu. - Porque é muito fácil, ele querer ficar com ela agora, mas e depois desse bebê nascer...

-Eu também acho, mas temos que pensar que é Victor né! - diz a Jes. - A gente pode estar aqui pensando em várias teorias e ele só não gostou do que eles disseram né! - completa Jes.

- É pode ser... mas eu tenho receio sabe! - diz Lu. - Deles se envolver e não dar certo, a Nathi já está numa fase vulnerável em que ela já se decepcionou com o cara que é o pai do bebê. - diz Lu.

-Você acha que devemos falar com Victor e saber qual é a dele? - pergunta Jes para a Lu. Então ela dá de ombros, e nesse momento eu sinto uma mão no meu ombro, eu viro e levo um susto da porra. Era o JP atrás de mim, ele dá risada da minha cara.

-Victor, você está escutando as conversas dos outros? - pergunta segurando a risada, eu olho para atrás para ver se Lu e Jes não estão nos vendo. E então eu puxo o JP para sala e o encaro ele.

-Eu estava sim, até porque o assunto era eu... - digo em tom baixo, JP arqueia uma das suas sobrancelhas. - O que foi? - pergunto.

-Tá mas o que elas estavam falando de você?- pergunta para mim.

-Sobre eu ter assumido a paternidade do filho da Nathi para a faculdade inteira. -digo a ele.

-Bom cara, isso não posso dizer que foi normal. - ele comenta. - Porque mais que você queria defender ela, assumir a paternidade já não é um pouco demais? - pergunta JP.

-Eu não... quando eu vi já tinha dito aquilo. - digo. - Mas quer saber eu não me arrependo! - falo para ele.

-Então amigo pensa bem, pois estamos falando de mulher grávida, ela não pode passar por mais momentos estressantes. - diz ele para mim. -Porque é muito fácil se envolver com ela agora e depois querer largar ela.

-Você acha que eu seria capaz de fazer isso? - pergunto incrédulo.

-Eu não sei, mas você conseguiria encarar essa gravidez de peito aberto?- pergunta JP. - Porque uma coisa é certo, ter filhos não é fácil, então imagina assumir um filho que nem é seu! - diz ele para mim.

O que o JP me diz é como se levasse um tapa na cara, eu fico matutando isso até a hora de ir para bar, e chegando lá eu continuo pensando nisso, será que o que eu sinto pela Nathi é tesão ou paixão. E se eu me envolver com ela, será que estou pronto para assumir uma responsabilidade que na verdade nem é minha? Eu olho para ela sentada do outro lado da mesa, ela está linda como sempre. Eu sinto meu coração começar a palpitar. Lembro dos últimos momentos que estivemos juntos, na noite que eu quase a beijei, no momento que falei com sua barriga e aquele momento no mar.

Todos esses momentos me fazem que sinto meu coração aquecido. Eu sinceramente eu tenho medo. Medo de fazer uma grande bosta e deixar ela ter expectativas de coisas que podem não dar certo, porque sinceramente acho que as coisas seriam mais fáceis, se ela não estivesse grávida. Mas ela está, e não posso deixar de pensar nisso, que agora não é apenas ela, mas tem outro serzinho que está a caminho, e querendo ou não se eu mergulhar de cabeça, ele vai estar lá.

-Victor! - a voz do Lucas me chama eu olho para sua direção.

-O que foi? - pergunto para ele.

-Está aí viajando! - diz ele dando risada.

-Não é nada! - só digo isso e timo um pouco da minha cerveja.

Todos os motivos para te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora