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- Você me ama desde o começo. - Ela ia protestar, mas ele estava falando a verdade. – Sabe quando eu me apaixonei por você? – murmurou Tiago. – Quando eu a vi com Dario naquela festa e mesmo sabendo o que você era, não a quis na cama dele. Mas eu só entendi depois que era como se eu já te amasse e aquele foi nosso reencontro. Naquele dia eu estava péssimo, como sempre fico no aniversário da morte de Angela, mas ver você foi como se minha vida pudesse ter luz novamente.


Dulce se virou e ele a abraçou por trás. Ela estava com tanto medo de amá-lo, com tanto medo de lhe contar sobre o bebê. Mas se eles quisessem começar a construir um relacionamento de verdade, precisava contar-lhe. Nunca lhe ocorreu que ele já soubesse.


– Quando você ia me contar que está grávida, Dulce ?

Ela sentiu a mão de Tiago ir para sua barriga, sentiu o beijo dele em sua nuca. Tudo que podia fazer era ser honesta, agora.


– Quando a gravidez estivesse muito avançada para eu viajar de avião.


– Então, o bebê seria espanhol?

– Sim.

– E como você o sustentaria?

– Do mesmo jeito que bilhões de não ricos fazem. - ele riu. Sabia que ela conseguiria qualquer coisa, pois era uma mulher extraordinária.

– Você teria me contado?

– Sim. – Ela precisava da verdade dele agora, e virou nos braços fortes. – Você está aqui por causa do bebê?

– Não – respondeu Tiago. – Eu estou aqui por sua causa. Porque te amo mais que tudo no mundo. Eu decidi vir atrás de você antes da minha mãe me contar. - ele cheirou o rosto dela. - A propósito, obrigada por ter feito felizes os últimos momentos do meu pai.

Ela sabia que ele estava falando a verdade... não porque ele sempre falava, mas porque sentia.

– Eu tive três dias terríveis na minha vida. Sobre o primeiro, tenho dificuldade de falar, porém com você consegui me abrir. A morte de Angela foi algo que me mudou. E por causa disso eu magoei você. Sempre tive medo que alguém me amasse.

- Não foi culpa sua. - ele deu um sorriso fraco, não acreditava naquelas palavras, mas deixaria passar.

- O segundo foi quando meu pai morreu, mas você estava lá. Me dando força, suporte. Mesmo eu sendo um idiota e não merecendo. - ele olhou pra ela e sorriu. - Vejo que não discorda. - ela sorriu também.

- Contra fatos não há argumentos. - ele gargalhou. - E o terceiro?

- Quando você me deixou. - Dulce sentiu o coração parar.  – Eu fui procurar até minha mãe. Era sempre a ela que eu recorria quando cometia um erro, e tinha cometido outro erro. Perguntei-lhe o que fazer. Eu já estava a caminho para vim ver você quando ela me contou que, felizmente, meu pai soubera sobre o bebê... Eu te amei mais por você ter contado a ele. Fico feliz que ele soube, mesmo que eu não soubesse. – sorriu Tiago. – Os opostos se atraem, Dulce. – Ele beijou-lhe o nariz. – É lei. Você não pode discutir com isso.

– Eu não estou discutindo.

– Você detestou cada dança? – indagou ele.

– É claro que não. Só não quero aquela vida numa constância.

- Não será. Eu, na verdade, fazia questão de estar sempre em boates e festas pra esquecer o que minha consciência me acusava. - falou pesaroso. – Nós precisaremos de babá, quando quisermos sair. 

Ele suspirou diante do pensamento das mudanças que estavam por vir, e Dulce viu que ele estava sorrindo.

– Quem teria pensado?

– Não eu – admitiu Dulce.

– Então, como você diz a sua esposa que quer se casar com ela, de novo porque a ama mais do que tudo no mundo?

– Nós não precisamos nos casar de novo. – declarou ela. – Embora uma segunda lua de mel seja bem-vinda.

– Onde?

Ele ia obrigá-la a falar aquilo.

– No iate.

Sim, ela poderia se acostumar com aquilo... especialmente quando Tiago fez amor com ela, mais uma vez, dizendo o quanto a amava. Especialmente quando ele a fez rir ao lhe contar sobre a troca secreta que a empregada fizera nos DVDs.

Não, ele nunca mentira. Mas nunca tinha sido mais honesto... e a sensação era tão boa.

– Você acha que sua família irá notar uma mudança em nós?

– Não – sorriu Dulce. – Eles acham que nós nos conhecemos e nos apaixonamos loucamente.

– Eles estavam certos. – Tiago puxou-a para outro beijo. – Nós éramos os únicos que não acreditávamos nisso.

E, naquele instante, eram apenas os dois, aconchegados na cama, sem mentiras, sem contratos. 

- Obrigado. - murmurou ele. – Nunca pensei que pudesse sentir tanta felicidade. Você me deu essa felicidade, Dulce. E eu vou amar você e nosso bebê... - tocou-lhe o ventre. - Pro resto da minha vida.

Dulce se desvencilhou dos braços dele e se apoiou em seu peito para encará-lo.

- Você é mesmo um idiota, Tiago Molina. - ele sorriu. - Mas eu também te amo.

Tiago beijou a esposa e não pôde acreditar na sorte que tinha. Apesar de tudo o que fizera com a mulher mais perfeita do mundo, apesar de ser um idiota como a própria esposa dissera, apesar de não aceitar o amor, ele estava ali, pulsando em seu coração, em seu corpo, em sua alma. Meses depois, o amor lhe presenteara com duas lindas menininhas que eram doces e lindas como a mãe. 

Sim, ele era mesmo um idiota sortudo.

***

FIM




Já era amor FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora