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Mathias sorriu com a constatação, levantou do sofá e foi até o quarto. Tomou um banho e trocou de roupa. Ao sair de casa, os primeiros raios solares o atingiram. Mathias fechou os olhos e sentiu esperança. Esperança que o abandonara desde que Laura tinha partido, mas agora ela estava de volta. Voltara pra ele. E ele lhe daria a família que ela tanto queria. Laura amava aquele bebê e ele a ajudaria a adotá-lo. Ele foi então atrás do seu amor. Não perderia mais um minuto sequer.

Mateo era um bebê tranquilo. Dormia cedo e  não acordava pra nada durante a noite inteira, mas acordava cedinho a todo vapor. E seu choro escandaloso fez Laura acordar. 

- A mamãe tá aqui, bebê. - disse ela já pegando o filho do bercinho improvisado. 

Mateo já estava com quase cinco meses e o cesto moisés que comprara já quase não o cabia, mas pra viagem era o mais indicado. Adela  estava de pé há tempos e já prepara a mamadeira do menino, pois estava no criado-mudo.

Assim que Laura o pegou, o choro se tornou mais lamentoso. A mãe sorriu.

- Isso só vai passar quando você encher esse buxinho lindo, não é, bebê? - falou, carinhosa, enquanto se sentava e ajeitava seu filho para devorar aquele leitinho.

Mateo comia com avidez. Laura estava feliz com aquela nova vivência. Manu sempre falara como se sentiu ao conhecer as filhas de Emiliano e como o amor de mãe se fez presente instantaneamente.  A verdade é que ela nunca entendera, até ter Mateo nos braços. Aquele bebê se apossou do seu coração por completo e assim que olhou nos olhinhos dele, sentiu-se mãe dele.

- A mamãe sempre estará ao seu lado, amorzinho. Eu sou sua mãe e sempre lutarei por você.

Mateo comeu tudo, arrotou e fez cocô. Sempre era o mesmo ritual. Depois Laura foi lhe dar banho e enquanto Adela ficava com o bebê, pôde tomar um banho e trocar de roupa.

- Vou levar o Mateo pra tomar um banho de sol. - Adela que brincava com o menino, o entregou à mãe.

Como era cedinho, não havia hóspedes na área da piscina, então Laura aproveitou para ficar na piscina com o filho. Era a primeira vez que Mateo tinha aquela experiência e estava adorando. Sua risadinha mostrava o quanto ele estava amando tudo aquilo. 

Mathias chegou e como era conhecido, teve entrada livre. Não perguntou na recepção qual era o chalé que Laura estava, então voltou para perguntar, mas antes que seguisse seu caminho ouviu risinhos infantis. Virou-se e seguiu aquele som tão puro e bonito. Então os viu. Laura e o bebê estavam na piscina. A interação deles era linda, perfeita. Aquela cena o enfeitiçou. Ele não desviava os olhos. Simplesmente não conseguia.

Laura sempre imaginara ter filhos e ele embarcou nessa ideia, mas nunca tinha se imaginado de fato sendo pai. Laura compartilhara com ele o sonho de ser mãe, de ter uma família e ele queria proporcionar a ela aquilo. Conviveu com as filhas de Emiliano. As meninas eram lindas e ele as amava, mas aquele amor que preenchia seu peito agora era diferente. Embora ele não conseguisse entender muito bem o que era aquilo. Ver sua esposa com aquele bebê nos braços fez seu coração comprimir no peito. Mas não de uma forma ruim. Era um aperto bom. Era mais um alívio. Então sentiu lágrimas embaçarem sua visão. Ele estava chorando e nem ao menos se dera conta disso. Laura e o bebê nos braços, brincando, sorrindo, era a cena mais linda do mundo.

Como o sol não estava forte, ficou mais tempo na piscina que o planejado. Mateo estava maravilhado com aquela experiência e o deixou aproveitar mais tempo. Quando Laura saiu da piscina com o bebê nos braços, se deparou com  Mathias em pé os observando. Ela se emocionou ao ver as lágrimas no rosto do marido.

- Mathias... - sussurrou ela com os olhos marejados.

Mateo esperneou um pouco, pois queria voltar pra piscina e isso a fez olhá-lo.

- Já ficou muito tempo na piscina, bebê. - explicou como se ele a compreendesse.

Então teve que desviar a atenção do marido para conter o filho. Pegou uma toalha e enxugou o pequeno. Mathias observava tudo e se aproximou mais. Mas nem Laura nem Mathias falava nada. Mathias tinha um bolo na garganta e o simples fato de falar tornou-se impossível. Nunca sentira aquela emoção. Laura trocou a fralda do filho e o colocou no carrinho de bebê acalmando-o com um brinquedo. O menino se entreteu e esqueceu a piscina. Colocou então uma roupa por cima do maiô sem tirar os olhos de Mathias, mas ele não tirava os olhos do bebê.

- Mathias? - ela o chamou e Mathias desviou os olhos do bebê e encarou a esposa. - Esse é o Mateo. - falou carinhosa e ele assentiu.

Mais lágrimas transbordaram dos olhos dele. Mateo começou a resmungar e os dois olharam para o bebê, depois Laura voltou-se para Mathias.

- Já está na hora do lanchinho dele.

Então Laura foi até a bolsa do bebê e pegou um potinho. Sentou-se ao lado do carrinho.

- Mamãe já trouxe sua frutinha, amor. - olhou para Mathias. - Ele adora mamão amassadinho. - Como você, ela pensou, mas nada disse.

Então deu a primeira colherada. Mateo se refestelava com a comida.

- Senta aqui, Mathias. - disse apontando a cadeira do outra lado do carrinho.

Ele fez o que ela dissera e ficou observando aquela cena. Laura dando comida ao bebê. Ela fazia aquilo com uma desenvoltura. Laura nascera pra ser mãe, ele estava certo.

- Pelo amor de Deus, Mathias, fala alguma coisa. - disse ela, nervosa.

Mathias olhou pra ela.

- Você nasceu pra ser mãe, Laura. - falou com um meio sorriso.

Laura sorriu largamente.

- Acha que vou ser uma boa mãe? - perguntou, reticente e ele negou.

- Você não será uma boa, será a mãe mais maravilhosa de todas. - Laura sorriu com lágrimas. - Aliás, já é uma mãe maravilhosa. - disse olhando para o bebê que comia e o encarava curioso. Sabe, Laura... - ela o olhou. - Cada dia longe de você foi miserável. Era escuridão a qualquer hora do dia. Até pra respirar era difícil. Eu passava meus dias sentindo a sua falta e te esperando. - ele falava tudo de maneira tão profunda, tão emocionada. - E quando eu te vi ontem, meu coração se encheu de alegria. Foi como se tudo ganhasse vida novamente. 

Já era amor FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora