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Dulce acordou e, por um momento, não tinha ideia de onde estava. Seu corpo estava dolorido. Ela podia ouvir o barulho de um chuveiro. Virou-se na cama, viu o sangue da união deles e cobriu com o lençol de cima.
- Escondendo a evidência? - Dulce  virou-se, chocada diante da visão de Tiago. Havia uma toalha ao redor dos quadris dele, mas o peito estava coberto de marcas, que ela agora se lembrou de tê-los feito com sua boca.
Ele virou-se e pegou um copo de suco da mesa do café da manhã, que presumivelmente tinha sido entregue, e Dulce viu os arranhões nas costas largas, lembrando-se do lugar devasso para o qual ele a levara.
- Eu preciso de um banho.
- Nós precisamos conversar. - Contudo ele concedeu. - Almoce e tome banho. Depois, conversaremos.
-  Almoço?
- Sim. - replicou Tiago. - São quase 14h.
Sem fome, Dulce tomou apenas um suco de uva e foi para o banheiro . O banheiro era como de um hotel cinco estrelas, entretanto, ela mal notou. Seu único pensamento era pegar seu nécessaire. O médico lhe falara sobre a importância de tomar pílulas anticoncepcionais todos os dias no mesmo horário. Dulce ainda estava se acostumando com aquilo. Seus seios ficavam doloridos, e ela se sentia um pouco enjoada com a medicação. Engoliu a pílula, fazendo uma anotação mental para mudar o alarme em seu telefone para as 14h... ou deveria tomá-la às 8h da manhã seguinte, que era o horário padrão?
Sentia-se atordoada. 

Vira que Tiago estava menos do que impressionado com ela, esta manhã, e, sem dúvida, iria querer uma explicação. Ela ainda não pensara no que ia dizer. Ela tomou banho, passou protetor solar fator 50, que ele insistia, prendeu o cabelo e quando voltou para o quarto, ficou aliviada porque Tiago não estava lá. Escolheu um biquíni, uma canga e vestiu-os. Sentou-se na cama para calçar sandálias, e quando se levantou, seus olhos não foram para o espelho que tinha no teto e nem tinha se dado conta ainda existir, mas para a cama. Mortificada diante do pensamento de uma empregada vendo o lençol manchado de sangue, ela começou a tirar as roupas de cama.
- O que está fazendo? - Tiago estava de volta ao quarto. 
- Arrumando a cama. - disse parecendo óbvio.
- Se eu tivesse interesse por empregadas, então isso teria sido estipulado no contrato. - garantiu Tiago. - E se eu tivesse interesse por virgens, também.
Dulce não respondeu.
- Deixe isso. - ordenou ele. - Um membro da tripulação vai arrumar a cabine. Eu irei lhe mostrar o iate.
- Eu só estava pensando... - Ela tentou passar por ele.
- Você não pode se esconder de mim aqui. - avisou ele, segurando-lhe o pulso. - Contudo discutiremos isso mais tarde. Eu não quero que ninguém desconfie que esta não é uma lua de mel normal.
Ela o seguiu para o deque, o sol cegando-a por um momento. Apesar de ter empregados ao redor, ele puxou-a para seus braços e beijou-a lentamente. Seu coração esquentou, mas logo lembrou do que ele falara sobre manter as aparências.
- Tiago... - Dulce fitou os olhos azuis e soube que ele estava tentando enfatizar um ponto.
- Nós ficaremos aqui sete dias, querida. O plano é que desfrutemos ao máximo.
As palavras eram suaves, a mensagem contida nelas, não.
- Eu lhe mostrarei o iate.
Tiago mostrou-lhe a moradia deles pelos próximos dias. O salão que ela mal notara na noite
anterior era enorme, com bonitos sofás baixos. Havia uma tela imensa, e, apesar
de seus nervos, Dulce fez o possível para parecer entusiasmada.

- Este lugar seria adorável para assistir um filme. - Ela aproximou-se para examinar a coleção de DVDs, antes que eles continuassem o tour, mas ele logo mudou o foco.

-  Aqui é a academia de ginástica. - Tiago abriu uma porta e eles entraram. - Não que você irá precisar. Eu garantirei que faça muito exercício pelos próximos dias.  

Somente lá, com a porta seguramente fechada, ele extravasou sua frustração.

- Se você acha que nós ficaremos sentados de mãos dadas, assistindo filmes...

Já era amor FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora