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Mathias ficou em silêncio. A dor sobrepujou sua alma.

- O nome dele é Mateo. - ela sorriu e Mathias viu os olhos brilhando.

 Era esse Mateo a razão para aquela mudança. Laura estava ainda mais bonita por causa dele.

- Você o ama? - perguntou com a voz embargada.

- Muito. Ele apareceu na minha vida quando eu estava tentando me reerguer. Ele foi um bálsamo para o meu coração ferido. - Laura ficou com um sorriso ainda mais lindo e aquilo abalou ainda mais o coração de Mathias. - Eu nunca pensei que pudesse amar assim, sabe? - ele não respondeu, pois percebeu que era uma pergunta retórica, mas a dor estava em seus próprios olhos. - A Manu falava, mas eu não entendia. Cada vez que ela falava, eu queria sentir aquele amor. Eu sonhava, mas tudo o que eu imaginei não chegou nem perto do que é realmente sentir.

- Eu não estou entendendo nada, Laura. O que a Manu tem a ver?

Laura sorriu, só então percebeu que ela não tinha sido clara o suficiente.

- Umas duas semanas depois de ter chegado à Bogotá, eu estava sozinha na casa da Adele. Ouvi um barulho que parecia de tiro na rua. Alfonso, o filho da Adele, entrou em casa assustado avisando que um homem atirara numa mulher que segurava o filho bebê, protegendo-o com a própria vida. Então o choro do bebê reverberava lá em casa. Aquilo me doeu a alma. Então eu corri pra rua e vi a mãe morta com o bebê do lado e ninguém ali se apiedou daquela criança. Curiosos ficaram se amontoando no local, mas ninguém fazia nada. Foi então que eu o peguei nos braços e meu coração se encheu de amor. A polícia chegou e eu simplesmente não largava o bebê. Fui até a delegacia com os policiais. Não dei o bebê. Não conseguia. - lágrimas nublavam a visão dela. 

Lágrimas de felicidade. Era muita informação pra Mathias processar.

- O nome daquele bebê é Mateo. Sabe o que significa? - ele negou. - Presente de Deus. Aquele bebê era claramente um presente de Deus pra mim, Mathias. E agora que eu sei que você é estéril, vejo que o Mateo é um presente de Deus pra nós. 

Ela olhou pra ele de maneira tão profunda como jamais vira. Seu coração se encheu de ciúme. Sabia que era errado, que não era justo, mas não conseguia resistir àquele sentimento.

- O pai dele foi preso. A mãe dele estava morta. Mateo não tinha mais ninguém. Nenhum familiar. Conversei com a assistente social, então entrei com o pedido de adoção. Estou com a guarda provisória dele. O meu advogado falou que por eu ser casada, o processo seria mais rápido e com vantagem pra mim.

- Por isso você voltou? - falou num fio de voz. - Pra que eu te ajude a adotar essa criança?

- Não. Eu voltei pra resolver a nossa situação. Eu amo você, Mathias. Amo muito. Mas também amo o meu filho.

Ele riu sem humor.

- Seu filho? - indagou, irônico.

Ele se sentia o maior filho da puta de todos. Mas estava com ciúme e esse sentimento não era justo, não era certo e muito menos bonito. Mathias tinha consciência disso. Mas não conseguia evitar. Simplesmente não conseguia.

- Sim, Mathias. Ele é meu filho. Mateo é o meu presente de Deus. É o filho que Deus enviou pra mim. É o filho que mesmo que não tenha sido gerado por mim, faz parte de mim. Eu vim aqui disposta a esquecer o passado e recomeçar. Perdoei suas traições antes mesmo de saber que elas não eram reais. Estou relevando a sua falta de confiança em mim ao me poupar dos problemas contanto que isso não se repita. Amo você. Amo demais. E estou lhe dando um filho, mas se você não o quer, está no seu direito. 

Já era amor FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora