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Dulce se olhou no espelho. O dia de seu casamento chegara. Estava linda naquele vestido esplendoroso. Fechou os olhos. Aquilo ia contra tudo que acreditava. Estava ali porque fora comprada. Tiago era lindo, sedutor, mas a verdade nua e crua era que os dois estavam se casando por outras pessoas, não por eles mesmos. Ela pensava em seu irmão. Tiago pensava no pai.

- Oh, meu Deus, ela é linda. - Dulce abriu os olhos com esse comentário.

Uma mulher estava diante dela, mas ela não sabia quem era.

- Meu irmãozinho soube escolher muito bem. - Dulce sorriu.

Era a irmã de Tiago. A exagerada Ana, como ele tinha se referido a irmã. Ana abraçou Dulce. Ela era expansiva, pensou Dulce.

- Muito prazer, meu bem. Eu sou a irmãzinha daquele idiota. - gargalhou. - Mamãe não exagerou. Você é mesmo linda.

- Obrigada, Ana. - disse Dulce sorrindo, um tanto encabulada. Não estava acostumada a declarações tão expansivas.

 - E tenho certeza que nos daremos muito bem. Mamãe e papai estão apaixonadíssimos por você. Fiquei até com um pouquinho de ciúme, acho que você vai tomar meu lugar no coração deles. Afinal você vai morar aqui e eu estou na Espanha. - Dulce apenas sorria, Ana não dava espaço pra ninguém falar.

- Pare com isso, Ana. Está assustando a menina. - ralhou a mãe.

- Por favor, mamãe, Dulce sabe que eu estou brincando. - olhou da mãe para Dulce. - Ou não.  - riu mais e Lenora revirou os olhos.

Dulce abriu a boca pra falar, mas a sogra não permitiu.

- Como ela poderia saber? Você chegou aqui como um vendaval. Não deixou nem a pobre respirar.

- Mamãe é tão exagerada, Dulce. - brincou ela fazendo Dulce rir.

- Exagerada? Eu? Você me deixa tonta. E veio deixar a menina tonta no dia do casamento dela. Exagerada é você, Ana Molina. Por Deus, ainda bem que você foi morar em Madri. Se vivesse aqui perto de mim, eu enlouqueceria de vez. - ralhava Lenora, mas havia muito amor envolvido, Dulce podia sentir.

- Não sei a quem puxei no quesito exagero, cunhadinha. - brincou Ana. - E só pra constar, não sou mais Ana Molina. Sou Ana Fernández. - Lenora abanou a mão em sinal de desdém.

- Saia da minha frente, Anita. - falou com carinho. - Deixe-me ver de perto essa noiva linda. - Lenora aproximou-se de Dulce. - Você está mesmo um primor, minha querida. Lindíssima. Meu filho vai ser tão feliz com você. - disse sonhadora. - E vocês terão filhos tão lindos. Só de olhar pra vocês juntos, sinto o amor vibrando. - os olhos de Dulce marejaram. - Não fique assim, querida. Hoje é dia de felicidade. - ela assentiu. - Seu irmão não poderá estar presente, mas você pode se apegar a essa exagerada. - olhou pra Ana por sobre o ombro. - Ela as vezes é um tanto abusada, mas é uma boa pessoa.

- Obrigada pela parte que me toca. - brincou Ana e Dulce acabou sorrindo.

- Hum. - resmungou a mãe. - E tenha em mim uma mãe, Dulce. Eu já amo você.

Era demais para Dulce suportar. Apesar do pouco tempo, já amava aquela senhora rechonchuda.

- Eu também, Lenora. - falou com a voz embargada.

Já era amor FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora