Capítulo 32

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Amanda Butterman

-Amanda. -Axel me chama e eu olho para trás.

-Fala.

-O que eu faço com aquele piano? -Ah. O piano. Fui com ele até lá e olhei o piano no meio do anexo, antes parecia uma mesa com somente os pés amostra graças às caixas. Mas agora estava a mostra.

Passei os dedos sobre as teclas empoeirados podia sentir as cordas envelhecidas pelo tempo, o piano estava parado tanto tempo que eu duvidava se ainda sabia tocar. Afinal, aquele piano nunca havia sido meu. Ele pertencia alguém que não podia mais buscá-lo.

Deixei a nostalgia me levar enquanto experimentava algumas notas no teclado, mesmo estando há tanto tempo jogado e empoeirado o som ainda saía da mesma forma de antes poderia jurar que era novo se não soubesse de onde veio. O banquinho também estava empoeirado ainda mais eu não liguei em me sentar, Axel olhou para porta várias vezes receosso e depois de colocar um peso para manter aberta se sentou do meu lado.

-De onde veio o piano?

-Era do meu marido. - passei a mão pela parte de cima da tampa com saudade das canções que eu ouvi ali. Não ligava de falar sobre aquilo com Axel. -Ele costumava tocar com tanto amor, tanto vigor. As vezes sentava com um dos gêmeos no colo e os deixava encostar nas teclas ou simplesmente ouvir a canção. Dizia que um teria grande talento no piano e outro no violão. -Fechei o teclado com força e me levantei, Axel se assustou com o movimento rápido mas continuou sentado.

-Sinto muito.

- Não sinta. Não sabe o que aconteceu. E não importa mais. Só não sei o que fazer com o piano, gosto dele.

-Posso deixar aqui. Vai ser parte da decoração. -Ri da ideia absurda e ele sorriu apesar de estar falando sério.

-Tudo bem. Se eu no achar um lugar melhor para ele pode ficar.

-Ahmm. Amanda.

-O que foi?

-Eu..... -Ele bufou - não é nada.

-Mas?

-Eu sei.

-Sobre o que?

-Andrew

-O que?

-Sua mãe me contou a história.

-Até qual parte??

-Tudo. Vocês nunca foram casados apesar dele ter pedido algumas vezes. Você disse não porque queria se casar com alguém que pedisse por que te ama e não para melhorar sua imagem de "mãe solteira" -Me senti zonza mas não me sentei do lado dele, me apoiei na parede do canto oposto. -Sei que ele morreu num acidente de carro bem quando ele ia fazer o pedido. Você está bem?

Ele levanta preocupado mas eu sento no banco apoiando minhas costas na parede sem ligar para sujeira, estendi a mão sinalizando para ele não chegar perto. Minha mente não parava de girar enquanto processava toda aquela informação. Ele deu em cima de mim por isso? Porque viu uma brecha de sensibilidade e achou que eu ia substituir Andrew por qualquer pessoa? Eu posso ser tudo. Mas carente?

-Desculpa Amanda. Eu sei que no era da minha conta mas ela me disse, minha mente pesou e ainda pesava porque eu queria te contar mas não tive chance. Na época a gente não estava conversando direito e quando voltamos simplesmente já tinha se passado tempo demais para eu falar sobre isso do nada.

Minha mente passou por vários lugares obscuros, ele ficou em silêncio me olhando e esperando eu processar.

-Desde quando?

A Magnata e O BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora