(Capítulo Bônus)

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Amanda Butterman

Eu estava ali, ao lado de Carl, esticamos as mãos juntos como se pudéssemos tocar o céu e as estrelas a quilômetros de distância dali, ele fez um símbolo com a mão enquanto buscava no céu a constelação de estrelas que encaixava ali. Era a sua favorita, tão familiar para nós dois que podíamos achar no céu em poucos minutos. Estávamos quase lá quando alguém me atrapalhou interrompendo a leitura.

Olhei irritada para se onde vinha o som, vi um garoto loiro, cheinho mas muito bonito e ainda mais desastrado carregando uma pilha de livros de maneira desajeitada. Bufei enquanto o encarava.

- Será que você pode fazer, seja lá o que esteja fazendo, em outro lugar?

-Desculpe, preciso de um livro dessa sessão. Suspirei tentando não discutir. Minhas costas estavam apoiadas na estante que era fixada no chão me dando segurança para jogar todo o peso ali, toda a biblioteca pública era assim com exceção do térreo. A decoração era vintage e tinha lustres em vários lugares dando a impressão de que era um ligar chique e sofisticado. Algumas pessoas diziam que simplesmente ninguém se dava o trabalho de tirar alguma verba e reformar o lugar, principalmente porque daria muito trabalho redecorar toda aquela área.

Mas para mim era perfeito, os móveis de madeira escura combinando com o piso de tábua, as pinturas antigas mas sem nenhum valor monetário real e os móveis antigos que mesmo a maioria achando antiquado, para mim era o oposto. Sofisticado e vintage. Quase conseguia me imaginar com uma roupa de época a dezenas de anos atrás sentada na mesma biblioteca.

Estava engatando no livro até esquecendo do menino, a história tinha chegado no ápice e eu podia ignorar tudo a minha volta enquanto lia cada vez mais rápido as páginas do livro e... Um estrondo me atrapalhou, ainda bem que me lembrei de colocar o marcado no lugar antes de fechar a página irritada e olhar pro menino.

Não conseguia digerir se era pior o fato dele ter me interrompido, de ter deixado tantos livros cair no chão ou de que um foi parar na minha perna tirando qualquer meio que eu tivesse de ignorar ele. Ok definitivamente era o fato dele ter deixado os livro caírem no chão e baterem as pontas. Ele tinha a minha idade, bonito, alto, e um pouco gordo. Era o tipo de pessoa tão bonita que o corpo passaria a deixar de ser um problema para a maioria das garotas mesmo que preferissem homens magros e fortes, como se um rostinho bonito pudesse compensar tudo. É claro que gordura nunca tinha sido um fator para mim, não deixava ninguém mais bonito ou mais feio, simplesmente era uma característica dela. Mas também não podia negar que ele era lindo, os olhos azuis como eu provavelmente desejaria que meus filhos tivessem, o cabelo loiro era curto mas não raspado ou rente a cabeça, ele deixava as mechas mais livres e soltar. Até que poderia ser charmoso se parasse de me atrapalhar. Não que ele fizesse meu tipo, meu tipo não existia a não ser que você conheça um bruxo de 600 anos. De preferência um com uma quedinha por morenas de 17 anos de idade e sem nenhum real no bolso.

Levantei - não pelo garoto mas pelos livros amassados - e o ajudei a juntar os livros, cada um pegou metade e ele me olhou dando um leve sorriso e agradecendo. Apesar disso não lhe entreguei os livro que estavam comigo, segurei firme e abracei contra o peito como se ele pudesse destruir as coleções em um único toque. Como ele ousava ter amassado um dos meus romances prediletos? Não podia ter pegado os livros um por um? Carregar todos juntos era torcer para tropeçar e jogar tudo no chão.

-Obrigado. -Ele disse mas ignorei olhando as estantes

- O que você está procurando? Do que precisa?

-Um livro para minha irmã, ela inventou que queria a primeira versão do livro e só tinha nessa biblioteca mas não consigo achar. -Fazia sentido, eles tinham livros bem velhos.

A Magnata e O BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora