Capítulo 16

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Amanda Butterman

Quando chegamos em casa resisto a minha vontade de pegar o Jhone no colo porque ele ainda não confia em ninguém, deixo ele andar e passo os braços na frente do corpo dele indo atrás mais como "proteção" do que para guiar ele. Dispenso meu motorista que é muito gentil e aceitou ficar em casa para mim e receber os pedidos enquanto eu estava fora, paguei ele um bom dinheiro pelo tempo gasto porque sei melhor que ninguém que tempo é dinheiro. Levei Jhone comigo até o quarto dos meninos, separei uma das roupas de condicional que eu pedi e fui dar banho nele enquanto Axel colocava comida na mesa para ele escolher o que comer, pedi uma diversidade de farturas porque apesar dele não comer a muito tempo sei que pode não estar com muito apetite depois de tantos traumas.

Peguei um banco de plástico para ficar na altura dele e sentei colocando ele em baixo da água enquanto esfrego cada parte daquele corpinho, ele coloca as mãos entre as perninhas para se esconder de mim e estou tão preocupada que não acho a cena fofa e sim preocupante. Dois dias na rua é mais que o suficiente para sofrer um abuso sexual, ignoro as mãozinhas deles por um tempo enquanto limpo o resto do corpo.

-Sabe eu já vi um desses antes e um a mais não vai fazer diferença. Você podia me ajudar com o sabão não? -Ofereço e depois de considerar ele pega a bucha me ajudando a esfregar.

Depois de enxaguar ele pego o shampoo infantil e começo a espalhar no seu cabelinho macio, é tão escuro e preto quanto o meu e acentua as semelhanças entre nós, não só a cor mas o jeito como ele consegue ser liso e levemente ondulado nas pontas. Continuo cuidando dele lavando seu cabelinho com cuidado.

-Fecha o olhinho. -Ele obedece enquanto enxaguo -Pronto. Olha que menino mais cheiroso gente. -enrolo ele na toalha infantil que era do Logan. -Ta lindinho.

Levo ele pro quarto e deixo ele secar o próprio corpinho e se vestir, sento na cama com ele sentado na frente entre as minhas pernas e começo a pentear seu cabelo devagarzinho, gosto de ver as semelhanças entre nós.

-Seu cabelo é lindo. Parece muito com o meu.

-Você notou isso? Porque não o olho verde? É mais incomum do que cabelos pretos e mais aparente também, chama atenção. -sorrio por ter feito ele conversar comigo e continuo.

-sabe. Olhos verdes tem em vários lugares, até artificial. Mas o cabelo é mais difícil de achar um igual, não só na cor, mas no formato, no que ele gosta, como fica bonito. Cada pessoa tem um tipo de cabelo único, seu olho pode ficar branco, preto, dourado, com a edição certa ou uma lente tudo é possível. Mas um cabelo. Da para alisar, dá para cachear, pintar, mas nunca fica idêntico. E com o tempo ele volta ao jeito original. -Beijo o cabelo dele. -Achar um cabelo compatível com o seu é bem mais difícil do que achar um olho. O nosso é meio liso, meio ondulado, os dois são pretos e um pouquinho rebeldes. Mas nada que a gente não consiga dar um jeito para sair lindo. -termino e ele vira para mim.

-Você vai me levar para casa? Para eu ver a minha mamãe? -engulo em seco.

-A gente vai conversar sobre isso depois que você comer alguma coisa. Tá com fome? O Axel ficou lá em baixo super ocupado te fazendo lanche. -Ele sorri e vejo aqueles olhinhos brilharem

- Sério? Eu não sei se eu posso pagar ele eu juntei umas moedinhas mas é para ajudar a mamãe olha. -Ele mostra as moedinhas que não devem dar nem 3 reais e eu seguro o choro pegando ele no colo.

-O Axel não vai querer sua moedinha. Pode ficar.

-Você acha que ele aceita 10 centavos? É muito não é? Eu vi uma moça comprando uma bala com uma dessa, se dá para comprar um doce deve valer muito.

-É sim. Vale um tantão. Agora guarda a moedinha, o tio Axel e eu não vamos cobrar nada de você tá bom?

-Ta bom tia. Obrigada -ele me abraça e eu retribuo surpresa.

A Magnata e O BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora