Amanda Butterman
Era incomodo ter alguém cuidando de mim o tempo todo, era incomodo não poder pegar meus filhos no colo nem fazer tudo que eu normalmente faria mas eu precisava dele, não sou orgulhosa a ponto de não admitir isso. Se meus filhos precisassem de alguma coisa durante a noite eu poderia não ser capaz de ajudar, talvez até se eu precisasse de algo teria que pedir ajuda para ele. E foi por isso que depois de receber meus filhos ele concordou em ficar, eu joguei um jogo de tabuleiro com eles ainda na mesa do escritório enquanto Axel saiu para buscar as coisas dele e tomar um banho.
Estar passando pelo aniversário do dia em que meu namorado morreu com dor tinha me feito bem na verdade, me lembrava que eu tinha acabado de ajudar alguém e me dava mais esperança para um futuro. Eu também me sentia melhor por não ter que trabalhar e poder passar mais tão com os mus filhos enquanto me recuperava, foi como se pela primeira vez o mundo parasse para me deixar sofrer em paz, mesmo que o mundo continuasse sem mim. E minha dor deixou de ser uma dor por algum tempo e se tornou lembranças felizes por uma parte do tempo, a outra o luto ainda era luto mas Axel conseguia me distrair dessas coisas.
Eu nunca me dei bem com ele e era um pouco esquisito o jeito queria me ajudar em tudo, ele não era tão ruim quanto as babás anteriores e conseguia cuidar da casa mesmo que meus filhos fossem seu foco principal. Eu ainda esperava que ele fosse fazer algo errado, cometer um erro grave que o levaria para demissão e eu nunca mais o encontraria, entretanto até agora eu só vi demonstrando amor pelos meus filhos. Não que isso vá me fazer confiar cegamente nele depois de todas as decepções que eu já tive.
Eu aproveitei o tempo para jogar vários jogos com os meus filhos, que adoraram passar um tempo a mais comigo mas ficaram me mimando um pouquinho e eu até ganhei um bichinho de pelúcia para dormir comigo. Apesar disso no fim do dia os dois dormiram ao meu redor e abracei eles cada um com um braço e com aqueles dois lindinhos por perto era impossível virar a noite e imobilizada não senti dor alguma durante a noite.
Depois de uma boa noite de sono com as duas coisinhas que mais amo eu me senti revigorada, forte, e estupidamente me esqueci que isso não significava que eu estava curada e acabei me espreguiçando na cama o que doeu muito. Eu podia gritar? Reclamar? Não, ou eu ia acordar os dois dorminhocos e deixar eles preocupados, então morrendo de dor lá fui eu levantar da cama com cuidado sendo que eu tinha um de cada lado meu e ir até o quarto do meu caro babá e enfermeiro. Ele dormia pesado e depois de minutos tentando levantar o brutamontes para me buscar um pouco de gelo acabai parando para descansar, me deitei ao seu lado e adormeci.
O lado bom de ter duas crianças em casa é ter duas crianças em casa! O lado ruim também. Eles acordaram antes do morto do Axel e que apesar de dormir feito pedra acordou com a presença delas que encheram ele de perguntas sobre a gente com aquelas carinhas inocentes. Como seria explicar que apesar de estarmos dormindo na mesma cama não éramos namorados e só amigos? Bem o Axel não sabe porque ele enrolou os meus filhos até eu acordar e ele poder jogar tudo nas minhas costas.
-Ahmm. Na verdade a mamãe ia pedir um favor para o tio, mas o tio Axel dorme muuuuuuuuito pesado. Tipo o urso daquela estória que a mamãe leu sobre hibernação. -Eles riem e meu babá me encara indignada, ótimo. -A mamãe cansou de ficar tentando acordar esse urso ai e acabei dormindo de novo.
Eles sorriram satisfeitos com a minha resposta e vieram sentar perto de mim na mesa para tomar café, ok admito que eu estava amando estar toda quebrada. Café da manhã caseiro, a comida deliciosa do Axel o dia todo, ser mimada, passar um tempo a mais com as crianças, era como estar num paraíso. Talvez eu estivesse realmente precisando de férias afinal. Aurora ficou contando empolgada sobre o sonho que ela teve a noite que envolvia unicórnios, borboletas, arco-íris e um montão de coisas com estampa de bolinha, Logan ficou falando sobre os coleguinhas da escola e como eles era divertidos e que adoravam brincar de carrinho e jogar bola.
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A Magnata e O Babá
RomanceQuantas historias sobre magnatas você por ai? Um cara forte, bonito, aquele corpo perfeito e sempre de terno. E se eu te contasse que os papéis se inverteram? No caso de Amanda Butterman ela é a empresaria bem sucedida, comanda uma empresa famosa e...