Capítulo 23

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Amanda Butterman

-Amanda. Ei o que tá acontecendo? -Axel me olha extremamente preocupado pronto para tirarno telefone da minha mão para ter respostas, ergui a minha em sinal para ele esperar. Coloquei a chamada no viva voz começando a anotar o número da chamada e pedir um rastreamento.

- Você machucou? Se tiver encostado aos mãos...

-Eu sou o pai do Jhone, faço o que eu quiser com ele. -Olho para o Axel que começa a entender a situação, vejo o medo tomar conta das suas feições, nenhum de nós está pronto para perder o Jhone e depois de chamar a polícia as chances de acabar morrendo só aumentam. Imagino as milhares de cenas terríveis que se passaram pela sua cabeça, as mesmas que passaram pela minha segundos atrás.

-Isso é sequestro.

- O filho é meu, eu faço o que eu quiser com ele. Mas se quiser o menino de volta quero ganhar algo em troca, você vai me dar uma boa quantia em dinheiro e eu te devolvo ele. -deixo uma lágrima cair ao imaginar o quanto meu menino pode estar sofrendo com ele. Olho para frente e encontro Axel querendo chorar, limpo seu rosto e beijo sua bochecha para dizer que vai ficar tudo bem mesmo sem saber se vai.

- Como você quer fazer a troca?

-Eu vou te ligar de novo para combinar, não vamos marcar um encontro presencial então nem tente chamar a polícia. Eu só quero o dinheiro e depois vou atrás daquela vadia da minha esposa. -Ele desliga e eu fico parada tentando processar a ligação.

- Você está louca de concordar com um maluco desse? Ele pode tentar matar você, pessoas assim não jogam limpo. Ele não vai devolver o Jhone.

-E o que você quer que eu faça? Deixe o Jhonatan passar o resto da vida com um pai abusivo. -Falo tentando não gritar, confiro se tinha alguém no banheiro ouvindo a gente ou no corredor mas mesmo se tivesse os barulhos do evento provavelmente abafaram a conversa. - Precisamos sair daqui.

Seguro a mão do Axel e guio ele pelos corredores passando pelos fundos em direção a saída sem ter que passar no meio do salão onde seremos vistos, andamos meio escondidos até o local onde meu carro estava parado, sentamos um do lado outro sem saber o que fazer a seguir, tentando pensar em algo. Então quando eu menos esperava Axel colocou a cabeça no meu ombro começando a chorar muito, fiquei sem jeito, não sabia lidar com pessoas chorando. Mas fiquei preocupada com ele e comecei a fazer carinho em seus cabelos.

-Ele vai ficar bem.

-Foi idiotice não checar se ele estava seguro ou se o pai dele foi solto, você já tem muito o que pensar com a empresa mas eu deveria estar lá... Atento aos detalhes. É literalmente meu trabalho.

- Talvez. Mas eram 3 crianças e não foi sua culpa. -Viro beijando seus cabelos e queria congelar o momento para que durasse mais, para poder guardar o Axel em um potinho e proteger ele. Ficamos nessa posição até os dois estarem mais calmos e tranquilos o suficientes para pensar direito. Quando ele se sentiu bem o suficiente se afastou, coloquei as mãos em seu rosto tirando as manchas e secando o molhado, quando termino ele segura delicadamente as duas e afasta do meu rosto entrelaçando os dedos no meu no nosso lado mais próximo.

Tento ignorar o coração acelerado e o aperto no peito por ver ele triste, tento culpar a preocupação com o Jhone mas sei que não é só isso, jogo meus sentimentos o mais fundo que consigo para focar no que importa no momento. Ele beija minha bochecha e se afasta sem largar a mão da minha, cada um se fecha no próprio mundinho tentando pensar em uma solução, olhamos para frente encarando o vidro do carro.

- Ele pode não estar com o Jhone de verdade.

-Eu pedi para fazerem rastreamento da chamada mas não sei o que fazer com o endereço.

A Magnata e O BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora