Capítulo 13

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Axel Amon

Ela estava deslumbrante quando desceu as escadas, uma mulher empoderada até com uma calça e blusa, os óculos escuros foram o detalhe final e como eu nunca havia visto Amanda vestida para sair com roupas que não fossem extremamente sociais aquilo foi um choque. Fiquei babando por tempo de mais porque ela me acordou para realidade quando parou na metade do caminho e baixou os óculos me olhando antes de questionar se a roupa estava de mais. Eu queria responder que não era a roupa e sim a pessoa dentro dela mas não ia fazer isso. Ver a Amanda divertida era uma novidade que eu estava disposto a me aproveitar todos os dias.

Sei que alguma coisa mudou entre a gente desde aquele dia que ela devolveu o meu emprego e para ser sincero eu ansiava por hoje, por ver ela, falar com ela, tenho ansiado por cada segundo ao seu lado e isso é incompreensível para mim. Por isso quando ela volta depois de sair seja lá para onde ela foi meu coração se parte pelo jeito grosso que ela me tratou, ninguém gosta de passar mal mas ela foi direta de mais e eu estava tão ansioso para ver ela que foi um pouco decepcionante. A conversa com a Nina foram uns vinte minutos só e eu mal notei que estava próximo dela, nossos assuntos em comum se resumem a somente Amanda, Logan e Aurora.

Suspirei frustado quando ela subiu e antes mesmo de confirmar eu já sabia que ela tinha se fechado no escritório que mesmo com as portas abertas não aceita ninguém além dela e eu não ia incomodar e atrapalhar seu trabalho de todo jeito. Sei que ela gosta de ficar sozinha e o escritório é o espaço dela só preciso aprender a aceitar isso e respeitar meus limites. Mas depois de algum tempo sentado no sofá da sala com os meninos eu não consegui, até eles se cansaram da tela e a Amanda continuava na dela, fui até lá reanimando e colocando minhas espectativas de volta no lugar.

Daí eu estava super feliz com a minha confiança de volta e animado por conseguir desgrudar a atenção dela da tela e lembrar ela de comer que soltei uma grande merda que eu só fui perceber na metade do corredor. Eu congelei, olhei para os cantos e considerei olhar para trás desistindo paranóico de que ela ainda me olhava pela porta aberta. "LINDA?" DE ONDE EU TIREI LINDA? Na hora de fazer burrada eu faço mas para concertar rápido com um "quis dizer que vc tá linda" ela não faz nada. Chego na cozinha batendo de leve a mão no mármore para não fazer barulho e com várias caretas ainda pensando na idiotice que eu fiz.

"Respira. Respira. Finge que tá tudo normal". Ela nem deve ter notado, vou fazer a comida, comer com ela e vai tudo ficar tranquilo. Se eu agir como se nada tivesse acontecido ela vai fazer o mesmo e fica tudo bem. É, simples. Esquento a comida e acho um refrigerante gelado pegando gelo, limão e fazendo um mesa bonitinha como sempre faço antes de entrar em pânico com a ideia de que ela pense que fiz um jantar romântico e estou tentando conquistar ela pelo estômago. Porque eu nunca penso em nada antes de fazer??? Ouço os passos dela nos corredores e tento diminuir a mesa enfeitada tirando as flores que caem pétalas se espalhando por todo canto, de repente a luz cai com a Amanda no topo da escada e não consigo enxergar  muita coisa.

-Você está bem? Não desça a escada eu tô indo aí.

-Não precisa Axel. Eu consigo enxergar os degraus. Pode pegar uma vela na gaveta? -olho para mesa entrando em um pânico ainda pior. Jantar a luz de velas, pétalas na mesa, tudo arrumadinho. Como eu fui me meter nessa?

Acendo o uma vela e olho para o lado de fora da casa onde a luz não se apagou.

-Podemos comer lá fora. Como ainda tem luz?

-A casa tem um gerador de energia secundário para caso haja queda de energia a segurança da casa, a luz do escritório e outros pontos essênciais  continuarem funcionando.

-Você é pronta até para um apocalipse?

- Óbvio. Você não tem um banquer em casa? -ela brinca e então eu entendo que estou tentando distrair ela do que eu disse com piadas. Ótimo, excelente.

A Magnata e O BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora