Como???

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_Ben eu estou ótima. Acho que tirei um peso das costas, entende?

Quando sai do cemitério pedi um carro pra ir pra casa, só pra pegar umas roupas mesmo, porque vou ficar na casa do Ben, para  ajudar ele e o pai, que vão sair ainda hoje. 

E nesse momento estou no carro vendo a paisagem da cidade e conversando com meu querido namorado que me ligou segundos depois que entrei no carro. Eu me perguntei se ele teria colocado um alarme pra saber o exato momento que eu poderia conversar com ele.

_Entendo. Que bom que você está bem meu amor.

_Meu amor? Quando foi que começamos com apelidos carinhosos?- Falei rindo.

_A vai! Ou você prefere docinho de coco? Ou melhor, minha moranguinho.

_Céus Ben! Que horror! Tão fofo que tive até diabetes.

_Então vamos ficar com "amor". Por que eu sou um pessoa romântica e quero chamar minha namorada de amor.

_Está bem AMOR.- Falo rindo.

_Lara, a Cris me contou que eu fui seu primeiro beijo. Isso verdade?- Ele fala e eu só penso que ele tá com aquele sorriso que ele faz pra me provocar e eu já fico vermelha de vergonha.

_A Cris fala de mais. Mas sim meu amor, você foi o primeiro em tudo. Na verdade posso até dizer que você me levou para o mau caminho.

_Que horror Lara, colocar a culpa em mim sobre tudo é muito injusto. Na verdade eu acho que quem me levou para o meu caminho foi você.

_Hahaha, engraçadinho você que fica me provocando com esse sorriso.

_E você me provoca com esse seu jeitinho de ficar envergonhada com tudo.

_Vamo combinar assim, nós nos corrompemos juntos.

_Muito bem. Se prepara porque hoje vou te corromper ainda mais.

_Ben???- Ouço sua risada rouca do outro lado da linha.

_Não fica tão surpresa.- Ele fala ainda rindo.

Olha para a rua e percebo que já estou chegando em casa.

_Vou ter que desligar. Mas espero ansiosamente para ser corrompida.- Falo a última parte quase em um sussurro e com voz mais sedutora possível. O que aparentemente o deixou sem jeito já que a linha ficou em completo silêncio por longos segundos.- Ben?

_Tchau meu amor- Ele fala depois de pigarrear e que me faz da um risinho.

_Tchau amor.- Falo saindo do carro.

Dou adeus para o moço e pago pela viagem. Antes de entrar em casa noto que a porta já está aberta. Minha disse que sairia com o Carlos e que chegaria nesse horário, só que ela nunca esquecia a porta aberta. Vejo uma movimentação lá dentro então escuto o choro da minha mãe.

Sem pensar duas vezes entro em casa e vejo minha mãe chorando enquanto Carlos tenta consola-la, pelo motivo que só entendi quando vi o homem que estava parado em sua frente.

Naquele momento era como se o mundo tivesse parado, todos o sons a minha volta foram reduzidos a batida do meu coração que estava completamente disparado. Não era possível, não tinha como ser possível. Aqueles olhos  verdes, nunca me esquecia deles, eles me deram um lar, uma proteção, porem agora estavam mais cansados seus cabelos estavam maiores assim como sua barba e com a tonalidade completamente branca. 

_Pai?- Foi o que eu perguntei com a voz falha por não conseguir respirar direito.

Meus pensamentos estavam confusos eu não sabia o que eu sentia, se eu estava feliz por ele estar vivo, se eu estava assustada por talvez ter meus sonhos de novo só que agora muito piores, se eu estava triste ou com raiva por ter vivido dois anos de uma completa mentira. E as únicas perguntas que me rodeavam era: Como? Por que? 

Sonhos da LaraOnde histórias criam vida. Descubra agora