Eu ainda o amo

52 1 0
                                    


_Ben...- Falo num sussurro me desvencilhando de seus braços.

Ele se senta olhando pra frente e coloca sua cabeça em meu ombro fechando os olhos. Eu paço minha mão em seu rosto para de alguma forma tranquiliza-lo. Até que ele dorme eu aproveito e coloca minha cabeça sobre a sua ficando um pouco mais confortável.

Passamos um tempo assim, com o Ben dormindo ao meu lado e eu tentando não pensar de mais tentando fingir que sou forte o suficiente pra ajudar o Ben agora. Tentando encontrar maneiras de seu pai conseguir fazer o tratamento no Japão, mas eu não tenho dinheiro, minha mãe mau ganha pra manter a casa a não ser que... Não essa é uma opção impossível, além de que o Ben nunca iria aceitar e provavelmente ela também não.

_Lara?- O Ben fala com voz de sono, se levantando do meu ombro que confesso estar um pouco dolorido. Mas se for fazer o Ben se sentir melhor eu deixaria que dormisse em meu ombro o dia inteiro.

_Oi- falo sussurrando para não incomodar o pai do Ben está ali deitado.

_Me desculpe por ter dormido.

_Tudo bem.- Falo com um sorriso fraco.- Vamos comer alguma coisa? Acho que  tem umas coisas gostosas na minha cesta de café da manhã.

_É melhor comermos no refeitório.- O Ben fala se levantando.

Pego a cesta que estava encostada no sofá e vou caminhando um pouco atrás do Ben. Quando vejo um mulher loira familiar vindo em nossa direção, o Ben parece não perceber e sai virando a esquerda para ir no fundo do hospital onde fica uma lanchonete que a comida não era das melhores, por isso eu trouxe a cesta.

Tento prestar atenção em que é aquela mulher e aí minha um luz. Ela não pode falar com o Ben, não agora.

_Ben!- Falo chegando o mais rápido possível onde ele está.- Leva isso e guarda um mesa pra gente. Eu vou ter que pegar meu celular, acabei deixando lá dentro.- Falo deixando a cesta com ele e nem dando a oportunidade do mesmo responder.

_O que a senhora quer aqui?- Falo com a mulher Loira está em frente a cama do pai do Ben.

_Você, não é aquela garota intrometida?

_A própria. Vou repetir minha pergunta, o que a SENHORA está fazendo aqui?

_Vim falar com meu filho.- Ela fala virando rosto sem olhar em meus olhos, como se realmente estivesse triste por algo.

_Você não acha que já causou danos de mais na vida do Ben. Pra que vir aqui cutucar a ferida?

_Quem é você pra falar o que eu fiz ou deixei de fazer com meu filho. Hã?- Ela fala vindo na minha direção mas  eu não me movo.

_Eu sou a pessoa que ele confiou o suficiente pra contar o que aconteceu e o que ele sentiu.- Ela respira fundo e olha para o pai do Ben novamente.

_Vim aqui pedir perdão. Eu sei que tudo que eu fiz parece ser egoísta mas elo Benjamin e pela Eliza. Eu não tinha dinheiro na época era tudo do meu marido que eu amava e ainda amo, mas ele estava doente e viajando pelo mundo atrás de uma cura o dinheiro ia acabar. Como sobreviveríamos garota? Como eu o Benjamin e a Lara viveríamos sem o Christopher? Então me divorciei e consegui o grande parte do dinheiro do meu marido eu só não sabia que ele não poderia mais tentar tratamentos, não pensei nisso...- Ela fala com lagrimas solitárias escorrendo pelo seu rosto.- Eu nunca deixei de ama-lo mas precisava de alguém que me ajudasse a viver alguém que não estivesse morrendo. Alguém que fosse proteger meus filhos. mas o Ben já podia escolher com quem fica e ele escolheu o pai não a mim, ele me viu como um monstro e eu quero pedir perdão garota. Perdão por destruir as esperanças dele sobre o pai tentar mais tratamentos inúteis. Mas ele nunca vai me perdoar não é?

Come essa confissão eu nem sei o que pensar, ou que fazer. Ela é a única chance do senhor Christopher poder fazer o tratamento no Japão, talvez possa ser também o único jeito dela de se redimir por tudo. E até talvez ter o perdão que tanto deseja.

_Talvez...- Ela me olha curiosa e um pouco esperançosa.- O senhor Christopher precisa fazer uma viajem para o Japão onde tem realmente um tratamento confiável. Mas eles não tem dinheiro suficiente.

_Já entendi. Mas ele não ira quere me ouvir.

_Eu vou tentar falar com ele. Talvez, talvez ele olhe pra você como aquela mãe amorosa de anos atrás. Talvez ele te dê uma chance. Mas diga a verdade sem mentiras, não o machuque mais, ok?

_Sim.

Eu respiro fundo e vou formulando minhas palavras na cabeça. De como fazer o Ben ouvir o que a mãe tem a dizer, de como ele pode aceitar a oferta de como aquela é única chance que ele, que eles tem de seu pai sobreviver.

Chego no refeitório que é bem grande com varias mesinhas e apenas uma loja de comidas na parede. O Ben está bem no meio já comendo algumas coisas com o olhar atento talvez me procurando.

Vou até ele e me sento na cadeira de ferro que é grudada ao chão igual a mesa que tem a parte de cima de granito. O olho séria por alguns segundos enquanto ele me observa e franze o cenho.

_O que aconteceu?

_Tem alguém que precisa falar com você.- Falo ainda seria.

_Quem?- Ele fala olhando para trás de mim. Mas eu pedi para a mãe dele esperar eu mandar uma mensagem no telefone dela.

_Ele precisar explicar algumas coisas a você e te pedir para aceitar uma coisa.

_Quem Lara?- Ele me pergunta ríspido.

_Só ouça o que ela tem pra dizer ok? Faça isso pelo seu pai. Você precisa ouvir sua mãe por ele.

Nesse momento eu já tinha terminado de mandar a mensagem para ela aparecer aqui.

_Lara eu não quero ver a cara daquela mulher.

_Feche os olhos, mas escute o que ela tem pra te dizer.- Falo e o Ben bufa e desviando seu olhar para quem estava atrás de mim.

_Oi Benjamin!- E a mãe dele fala atrás de mim que a alguns segundos antes descobri que seu nome é Sara.

_Olá mamãe- O Ben fala revirando os olhos em tom sarcástico.

_Eu vou deixar vocês sozinhos.- Falo colocando minha mão sobre a mão do Ben e apertando um pouco apenas para chamar sua atenção para meus olhos.- Escute.

Saio dali mas não para muito longe penas para duas mesas  atrás. Vejo a Sara se sentar e respirar fundo para começar a explicar tudo. O Ben parecia estar impaciente quando ela começou a falar seus olhos se enchiam de água e o Ben apenas observava com um olhar frio que rezo para não ver de novo.

Eles passam um bom tempo ali conversando, bom apenas a sara contando tudo o que aconteceu e o Ben a observando. Parecia que ele conseguia contar cada respiração dela. Até que ela limpou suas lagrimas e deu um sorriso. Um sorriso feliz mas não felicidade de ter sido perdoada e sim de ter sido ouvida e compreendida. Ela me olha e me dá um aceno com a cabeça para que eu me aproxime.

_Obrigada Lara!- Ela se levante e me dá um abraço me pegando totalmente de surpresa. Eu acabo não retribuindo o abraço e ela se afasta.- Bom tenho que ir, Benjamin trarei sua irmã amanhã. Ela vai adorar te conhecer Lara, e o dinheiro para a viajem, vou transferir ainda hoje.

_Até amanhã Sara.- Falo com sorriso sem mostrar os dentes. Ela vai embora e nos deixa sozinhos.

_Me desculpe.- Falo me sentando na cadeira a sua frente novamente.

_Pelo quê? Por me ajudar e talvez até salvar avida do meu pai?

_Não. Por te forçar a ver a pessoa que te fez tão mau.- Falo cabisbaixa.

_Você ajudou ao meu pai Lara. Eu nunca teria pedido dinheiro a minha mãe, deixaria meu pai morrer por orgulho. Mas ela me disse que ainda o ama e vai fazer isso eu querendo ou não. Então ele vai estar salvo por que você me fez ouvi-la. Eu te devo um obrigada.- Ele fala vindo até mim e se agacha para ficar do meu tamanho.- Obrigada meu amor.- fala pegando o meu rosto e puxando para um selinho demorado.







Sonhos da LaraOnde histórias criam vida. Descubra agora