O Inferno é a própria terra.

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— Namjoon, era o Jeongguk!

Dizem que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar, entretanto aquele apelido peculiar; e a voz foram o bastante para me deixar completamente atordoada, trêmula e fora de mim. Eu havia sim ouvido perfeitamente a voz suave com aquela rouquidão que apenas ele tinha.

— Você está enlouquecendo, Cassandra! Jeongguk está morto. — Ele dizia alto como se quisesse enfiar aquela ideia na marra em mim, para que eu entendesse de uma vez.

— Eu sei o que ouvi. — Digo baixo sentindo meus olhos lacrimejar. — Então quem era? Por que tinha a voz parecida? — Ele fica em silêncio afastando-se de mim após finalizar o que digitava no celular, em seguida enfia o celular no bolso e me olha.

— Ninguém porra, não enche o saco. — Tirou o maço de cigarro do bolso, colocou o cigarro de cor preta entre os lábios rosados e o acendeu. — Você tá viajando com essa ideia de que ele está vivo. Se conforme de uma vez, passo aqui mais tarde para saber como você está. — E então saio do quarto sem dizer mais nada, afinal seus insultos ao me chamar de louca foram o bastante.

Quando a porta finalmente bateu, meus olhos inundaram. Sinto a angústia invadir meu peito novamente, sugando minha energia. Deitei na cama, limpando as lágrimas com as costas da mão, soluçando assim como uma bebê de colo eu me sentia estranha, sozinha e confusa.

°°°

— Coma alguma coisa, irá te fazer bem. — Insistiu Kim que apenas recebeu o olhar da morena. Sentada na cama, seus olhos pareciam não ter vida alguma, o cansaço havia lhe tomado. — Não quero vê-la doente.

— Quero voltar pra casa. — Cassandra já tinha sua opinião formada, aquela viagem tinha lhe feito mal, estava pensando coisas que não existiam, cogitando até que Jeongguk estava vivo. — Não quero ficar aqui! Não me sinto bem aqui.

Kim negou lentamente com a cabeça em frustração, sentia-se derrotado. Não queria que seu plano descesse por água abaixo, entretanto não havia mais opções, Cassy eram irredutíveis e nada era capaz de persuadi-la.

Ele estava orgulhoso dela, viu Cassandra crescer e se tornar alguém forte. Talvez a rejeição de seu pai tenha lhe transformado no que ela é hoje, ele também sabia que ela era sincera em relação ao que sentia pelo seu ex-marido.

— Namjoon. — Praticamente choramingou chamando-o. Kim levantou-se da beirada da cama e suspirou indo até a porta do quarto.

— Tudo bem. Mas antes quero lhe levar em um lugar, esteja pronta em quinze minutos. — Não tolerava atrasos, e por fim saiu. A contra gosto, levantou-se da cama e caminhou até suas roupas que ainda estavam mas bolsas, vestiu a primeira coisa que lhe apareceu um vestido soltinho de alças finas nas cores amarelo, verde e rosa todos espalhados de forma aleatória no vestido.

Aquilo lhe deu uma breve cor para a falta de rubor nas maçãs do rosto. Calçou um All-Star preto e prendeu os cabelos, não tinha vontade de fazer maquiagem por tanto já estava pronta. Desceu ao salão principal onde ficou esperando o mais velho.

— Pensei que odiasse atrasos! — Indagou ela com desdém. Kim apenas suspirou e deu espaço para que ela andasse ao seu lado. Entraram no carro, Namjoon dirigia em silêncio causando uma certa muralha entre ambos.

— Quer ir embora mesmo?

— Para onde está me levando?

Era visível o desespero no olhar da morena, estava assustada mesmo que conhecesse Kim, ou melhor ela acha que o conhece. Kim era como um livro, entretanto nada fácil de ser lido, ele conhecia ser ainda mais reservado que Jeongguk.

Meu ( não) amado marido - JeonggukOnde histórias criam vida. Descubra agora