O Último Adeus

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Westchester General Hospital

Após passar algumas horas desacordada, Lauren despertou, ainda grogue por conta da medicação tão forte, sobre uma confortável cama no quarto do hospital. Ela entreabriu os olhos vagarosamente e sentiu-se zonza, confusa e anestesiada. Não conseguia ter noção do tempo e nem do espaço. Não sabia onde estava e nem o que estava acontecendo ao seu redor. Depois de alguns segundos, pôde notar um acesso inserido em sua mão esquerda, e ao olhar para o lado observou sua mãe, que velava pacientemente por seu sono.

Vendo que Lauren havia acordado, Clara levantou-se da poltrona e se pôs ao lado da filha, e segurando sua mão com carinho a viu tão frágil e abatida diante de seus olhos, que sentiu o seu coração partir por saber que mais uma vez ela passaria por um ferimento emocional tão profundo. Dessa vez extremamente pior do que o anterior, que em nada podia-se ser comparado.

— Mãe... — Lauren proferiu em um sussurro, com a voz arrastada. — Onde eu estou?

— No hospital, minha filha. — Com o semblante recheado de preocupação, ela respondeu e passou a acariciar os cabelos da jovem.

— Ainda no hospital? — Questionou, confusa. Tudo estava embaralhado em sua mente.

— Sim, minha querida. Você precisou ser medicada e dormiu por algumas horas. Estive ao seu lado este tempo todo, esperando que acordasse, pois o médico precisa falar com você.

— Comigo? — Com dificuldade, ergueu-se na cama e ficou sentada. — Provavelmente me dará notícias de Desiré. Afinal, onde ela está? — Clara respirou fundo e mostrou-se preocupada, não sabia o que responder.

— Minha filha, ela... — Lauren a interrompeu.

— Acredita que enquanto estive dormindo tive um pesadelo horrível? Foi tão estranho. Sonhei que o médico me dizia que a Desiré havia... — Ela pausou, voltou seu olhar para baixo e sentiu sua cabeça latejar. — É por isso que não gosto de ser medicada nessas situações, porque fico tendo delírios. Vamos... — A mulher colocou as pernas para fora da cama e tentou se levantar. — Me ajude a ir até o quarto onde a Desiré está, tenho que vê-la.

— Lauren, minha filha, escute... — Clara a conteve e segurou-a na cama.

Neste momento, elas foram interrompidas por batidas na porta, e após alguns segundos o médico responsável pelo atendimento de Desiré entreabriu-a e, colocando apenas o rosto à mostra, questionou-as.

— Com licença, senhoras. Posso entrar?

— Claro, doutor. Fique à vontade! — Clara lhe foi solícita e ele entrou em seguida.

— Como se sente, senhora Jauregui? — Disse, após se aproximar de Lauren e ficar ao seu lado.

— Estou zonza, doutor. Minha mãe disse que você precisava falar comigo. Como está a minha esposa?

O médico olhou para Clara, que mostrava-se preocupada com a amnésia momentânea de Lauren, mas sabendo do que se tratava fez sinal para que ela se acalmasse.

— Senhora Clara, isso é normal. São efeitos da medicação, mas com algumas horas ou, até mesmo minutos, passará gradativamente.

— Isso o quê? — A morena questionou, confusa.

— A zonzeira, senhora Jauregui. A dor de cabeça e também a confusão em que se encontra a sua mente neste momento.

— Sim, estou confusa e preciso de respostas que ninguém me dá. Onde está a minha mulher, doutor?

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