Família Essel

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Karla Essel e sua irmã surgiram de um amor pouco provável na cultura indiana. Sinuhé, mãe das herdeiras e esposa de Hari, nasceu e viveu em Cuba até os vinte anos de idade, quando conheceu seu esposo, que foi até o país à uma jornada de trabalho e estudos, a fim de investir na exploração de níquel, um dos metais de transição encontrado em terras cubanas. Hari quis explorar o material para a empresa da família, Essel Group, uma das maiores e mais ricas empresas da Índia, situada em Mumbai, onde ele nasceu e se criou. Sua família sempre teve uma grande importância e influência em todo o país e ao redor dele, e Hari cresceu em meio a holofotes e no universo de trabalho da família de executivos. Após o falecimento de seus pais em um trágico acidente aéreo, passou então a ocupar o cargo mais alto, substituindo seu falecido pai Aalam Essel, que foi sócio majoritário da empresa. Hari não teve irmãos, sendo filho único, obteve a posição maioral nos negócios. Sinuhé lhe foi apresenta durante sua estadia em Cuba. O indiano encantou-se pela jovem e então envolveu-se com a mesma durante os três meses em que residiu ali, a propondo após isso que ela lhe acompanhasse de volta à Mumbai, onde viriam a se casar. Inicialmente Sinuhé se recusou, por medo e por receio em decorrência da cultura e da religião indiana, mas Hari se foi com a promessa de retornar para buscá-la, e lhe deu tempo para que pensasse em sua proposta. Ele se apaixonou por ela por ser uma bela jovem, de pulso firme e muito inteligente, com um temperamento relativamente forte e uma postura honrosa. Viu então em Sinuhé uma mulher perfeita para tornar-se sua esposa e mãe de seus filhos, futuros herdeiros de sua vasta fortuna. Eles permaneceram mantendo contato por cartas e por telefonemas, e a jovem apaixonava-se cada vez mais pelo indiano. Seu pai lhe aconselhava a aceitar o pedido de casamento de Hari, pois assim poderia ter uma vida melhor e mais confortável, já que este estaria a ficar mais velho e a qualquer momento poderia deixá-la. Ela já não tinha sua mãe, que falecera poucos dias após ter um parto complicado e dificultoso, em seu então nascimento. Foi criada por seu pai e por uma tia, por quem teve um imenso carinho e eterna gratidão.

Notando as condições humildes na época, a situação de seu pai e a paixão fervorosa por Hari, Sinuhé então decidiu se casar com ele, apesar de ainda temer a cultura indiana e os costumes religiosos rígidos, que eram muito diferentes dos seus. Ela tinha medo de não satisfazer Hari, pois ainda era muito jovem e tampouco sabia sobre a vida fora de sua realidade. Estaria prestes a mudar-se para um país completamente diferente do seu, para tornar-se esposa de um dos indianos mais ricos e poderosos do mundo. Passados quatro longos meses após o retorno de Hari a Mumbai, ele recebeu uma carta de sua amada, finalmente aceitando sua proposta de casamento, e quinze dias após o recebimento, retornou à Cuba para busca-la. A moça tinha apenas vinte anos de idade, mas já carregava consigo muita maturidade, por ter lidado com as situações da vida difícil e conturbada que teve durante sua infância, adolescência e início de sua juventude. Quando chegou em Mumbai, teve um comum choque de cultura, mas com a paciência e o apoio de Hari, conseguiu se adaptar aos poucos. Não era habituada e não conhecia o idioma que era e é falado na antiga Bombaim, até mesmo porque a Índia detém diversos idiomas em diferentes regiões do país, e um dos idiomas falados era e permanece sendo o inglês, com suas diferenças nítidas, mas com o que há de fundamental mantido em sua linguagem, o que facilitou a comunicação do casal e a adaptação em uma nova vida.

Apesar do rígido sistema de castas da Índia, em decorrência forte da prática e da tradição hinduísta, Hari não possuía um casamento arranjado, como mandam os princípios e, após o falecimento de seus pais, muitas famílias indianas se interessaram e se empenharam em apresentar suas filhas ao jovem, a fim de que as mesmas o agradassem e se casassem com ele, que na época era um belíssimo rapaz. Em meio a tantas mulheres indianas, nascidas e criadas na mesma cultura, tradicionalmente resguardadas e preparadas para serem entregues a um futuro marido, ele não teve o interesse suficiente para se casar com nenhuma delas. Passava por um momento triste de sua vida, sem ter os seus pais, e enfrentava o desafio de tocar a Essel Group praticamente sozinho. Por estas razões, decidiu deixar os planos de se casar para uma segunda e distante opção, e preferiu dedicar-se profundamente ao trabalho e aos estudos, empenhando-se em fazer bons investimentos e alianças empresariais privadas com países por todo o mundo, para manter a boa relação da empresa e sua grande valorização capital em Mumbai e em todo o redor. Quis manter todo o império já construído por seu pai e sonhava em fazê-lo ainda maior.

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