One

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Lauren Jauregui
Fui despertada pelo som estridente do meu celular, que já tocava àquela hora e eram apenas 8:37 AM. Pude ver ao observar o relógio eletrônico sobre o criado mudo. Senti o peso de Desiré ainda sobre o meu corpo, e me movi com muito cuidado para não desperta-la. Ao me levantar e tomar uma pequena distância da cama, admirei sua face angelical ao dormir de maneira tão serena, e chamá-la de anjo não chegaria aos pés dos elogios que poderia a ela dar. Caminhei até a cozinha em busca do meu telefone, pois havia deixado-o ali na noite anterior, e com o inesperado pelo qual passei, não me lembrei de trazê-lo comigo para o quarto.

Confesso que, ao contrário de Desiré, não dormi em um sono tão profundo o quanto ela dormiu. Entre alguns espaços de tempo onde estive desperta, me vi pensando no desmaio um tanto esquisito de minha noiva. Por mais que lhe tenha dito que poderia ser consequência de um desgaste físico, eu sabia que não era somente aquilo. Consegui me recordar de algumas ocasiões em anos anteriores, antes de sua partida para Paris. Ela já passou por situações como esta e foram algumas vezes consideráveis, mas sempre colocávamos a culpa em algo do dia a dia e Desiré nunca quis saber a fundo do que se tratava. Então isso ainda continua nos dias de hoje, só que de um jeito mais forte e muito me preocupou ao saber.

Apanhei o aparelho que ainda tocava e em tamanha distração sem ao menos me certificar de quem se tratava eu atendi, a fim de fazê-lo parar de emitir aquele barulho insuportável para quem estivesse dormindo ou acabando de acordar, e despertar Desiré com certeza não era o meu desejo.

— Pois não? — Não escondi a voz de sono que era óbvia, para que a pessoa pudesse ter plena certeza do incômodo que havia me causado. Eu com toda certeza não tinha nenhum compromisso. A minha quarta-feira seria realmente livre e não estava errada sobre aquilo.

— Lauren? Estava dormindo? — Uma voz de mulher, mas eu não pude reconhecer inicialmente e fiz grande expressão de dúvida ao ouvi-la falar.

— Gostaria de saber de quem se trata, por gentileza. — Solicitei, de forma direta.

— Sou eu, Lauren. Dinah! Te peço mil perdões caso tenha atrapalhado o seu sono ou interrompido alguma coisa! — Respondeu com grande temeridade, e em sua voz era nítido um tom de receio e vergonha.

— Ah, é você, Dinah... pare já de se desculpar! — Mudei a expressão após sua identificação. — Você não me atrapalhou em nada, fique tranquila. — Por mais que ela tenha me despertado, eu não quis que ela soubesse para que não se sentisse mal. Minha energia se deu em grande semelhança com a energia de Dinah, e era sempre bom falar com ela.

— Sei que ainda é cedo... — Dizia, ainda apreensiva e relutante. — Mas você me entregou o seu cartão para caso eu precisasse e... — A interrompi brevemente, sem perceber a gafe.

— Sim, exatamente. Está precisando de alguma coisa? É só me dizer o que quer, Dinah. Não se sinta culpada pelo horário, está tudo bem mesmo! — Afirmei, sendo-lhe solicita.

— Na verdade, é sobre trabalho, de alguma forma. Eu sei que hoje você está com o dia livre, mas não encontrei uma melhor pessoa para falar a respeito disto, e caso não ligasse de imediato, poderia perder a oportunidade.

— Estou a todo ouvidos, conclua.

— Tenho um amigo aqui em Miami. Bom, o conheço há alguns meses, apenas, mas tudo é o suficiente para saber que ele é um bom rapaz. Ele me ajudou muito quando cheguei aqui, e sempre quis ter a oportunidade de recompensar de alguma forma... — Ela fez uma pausa, temendo continuar o que dizia.

— E então?

— Ele tem uma formação superior mas infelizmente não está exercendo a profissão que sempre quis, por falta de oportunidades.

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