On My Way

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Narrador
Após divertirem-se durante toda a noite e também por uma boa parte da madrugada, Desiré e Lauren retornaram para o condomínio onde finalmente puderam descansar longe das preocupações de seus compromissos que viriam em dias seguintes. Lauren tinha uma pilha de documentos para vistoriar e assinar, mas faria aquilo em casa, seria diferente de fazer na empresa. Não estava tão preocupada com o trabalho que teria e sim com o prazo que possuía para entregar tudo, mas estar no conforto de seu lar e ao lado de Desiré fazia com que sua tarefa não lhe trouxesse nenhum incômodo.

Os dias posteriores foram tranquilos e cheios de paz para ambas. Preferiram não mais sair, pois já haviam aproveitado a companhia de dois dos seus grandes amigos quando estiveram no bar. Decidiram curtir apenas a companhia uma da outra e aquilo era essencial para compensar o tempo em que estiveram distantes. Apesar de estarem juntas novamente há poucos dias, sentiam que já havia se passado uma eternidade, pois a distância nunca foi capaz de romper o forte laço que sempre possuíram.

Já no final da tarde de domingo, Lauren finalizava as últimas documentações que Peter havia lhe entregue. Respirou aliviada por notar que tudo estaria pronto na segunda-feira, para que Arjun pudesse levar tudo consigo em sua viagem de volta para a Índia. Estava sentada à mesa de sua sala privada que tinha no apartamento para estudar ou resolver assuntos de trabalho. Era o local onde colocava os seus óculos de grau e se concentrava com tanto afinco, que fazia desaparecer a imagem da Lauren farrista e esquecida de suas obrigações. Tornava-se extremamente séria e compenetrada quando queria, e aquilo lhe deixava com um ar notavelmente sexy.

Enquanto folheava a documentação, chegou às partes finais e se deparou com o acordo contratual emitido por Karla Essel, sua sócia, onde ela solicitava a sua assinatura, alegando oficialmente que trabalhariam com medidas sustentáveis em toda a produção da nova empresa. Para Karla, aquilo tinha uma grande importância, pois sabia que contribuir com a preservação do meio ambiente era um dever até mesmo espiritual para com suas crenças. Possuía um coração tão bom que todas as coisas que saiam de si também deveriam ser boas. Arjun já havia conversado informalmente com Lauren para alerta-la de que aquele era um desejo e um projeto que deveria ser cumprido. Conversou com a jovem executiva de uma maneira mais despojada a pedido de Hari, para que notasse qual seria a sua reação diante daquela proposta. Felizmente Lauren também concordava com tudo, apesar de nunca ter se empenhado para estudar mais afundo sobre os benefícios que teria ao adotar uma nova forma de produzir sem causar danos.

Karla se sentia extremamente incomodada e impotente com a poluição absurda com que os indianos conviviam há tanto tempo. Respirar na Índia não era uma tarefa fácil e para quem não fosse acostumado, passar um dia inteiro ali tornava-se um verdadeiro martírio. O país sendo um imenso produtor e exportador de destaque no mundo inteiro, acabava por ser prejudicado por estes mesmos motivos, e Karla sabia que provando para o seu pai e para todo o corpo de direção da Essel, que trabalhar de maneira sustentável seria uma opção viável a ser adotada, poderia inserir o mesmo método na sede e nas demais empresas situadas não somente em Mumbai e no resto da Índia, como também pelos arredores do mundo, e agora tendo a chance de liderar a nova filial em Miami, ela ganhou a autonomia necessária para implantar os métodos de produção do seu jeito. Caso a filial de Miami mostrasse a Hari e aos demais que seu projeto era bom, ele seria também aprovado em todas as outras, e esse era o seu maior desejo.

Seu pai a apoiava, e apesar dele ser o líder de todo aquele império erguido por seu avô Aalam, não poderia tomar decisões completamente sozinho. Teria, por dever, que dar espaço aos demais que também trabalhavam consigo e que tinham autonomia para tomar decisões dentro da empresa. Seu primo Arjun era seu grande aliado e admirava a ideia e iniciativa da jovem Karla, tendo para si então o mesmo desejo de fazer o máximo possível para que aquilo desse certo.

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