Deus das Causas Impossíveis

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Lauren Jauregui

Abhay havia sido extremamente gentil ao deixar-me no The Oberoi, além de ter proporcionado a mim uma viagem confortável e rápida, me ensinando também um pouco da cultura local enquanto conversávamos no percurso. Ele era de fato um cavalheiro, e não satisfeito em apenas me levar de volta para o hotel, fez questão de dar-me suporte até o elevador. Eu já estava bem mas, ainda assim, ele foi cuidadoso. De fato era muito bem treinado e disciplinado para o seu trabalho. Depois de chegar no andar desejado, saltei daquele cubículo e segui rumo ao meu quarto, mas fui surpreendida pelas vozes de Keana e Lucy, que ao notarem minha aproximação, esboçaram alívio e proferiram coisas que para mim soaram inaudíveis naquele momento.

Em uma aproximação repentina e inesperada, fui fortemente abraçada pela mulher que, antes de apertar-me o corpo, olhou-me com os olhos arregalados e brilhantes pelas lágrimas que os preenchiam. Obviamente mantive-me atônita, pois não esperava por tal ato e não imaginava que ela pudesse recepcionar-me de tal maneira, mesmo mantendo uma convivência pouco amigável comigo diariamente.

— Graças a Deus você está bem, meu amor! — Sussurrou em meu ouvido, com a respiração descompassada.

— Lucy, que diabos está fazendo? — Surpresa, questionei-a, entredentes, enquanto observava Keana diante daquela cena, e mantinha meus braços junto ao corpo, naquele laço onde Lucy havia envolvido-me.

— Tive medo de que algo grave pudesse ter acontecido. — Após soltar-me, disse, enquanto me olhava com um semblante preocupado.

— Lauren, como você está? — Keana quis saber, depois de juntar-se a nós.

— Bom, pelo visto vocês já ficaram sabendo do acidente, não é? — Ainda confusa, comentei a reação de ambas, que me olhavam da cabeça aos pés.

— Todos aqui viram o noticiário na TV, Lauren. — Após afirmar, a tradutora corrigiu-se. — Quer dizer, senhorita Lauren. Ficamos muito preocupadas porque não sabíamos o quê havia acontecido-lhe.

— Sim! Apenas o estado de saúde de sua sócia é que foi informado, mas a Keana me disse que estavam juntas, então eu... — Antes que Lucy pudesse terminar, interrompi–a e sinalizei para que seguíssemos andando até a porta dos quartos.

— Senhoritas, agradeço pela preocupação, mas afirmo que estou bem. — Acalmei-as. — Não é necessário que continuem aflitas.

— Mas, você está ferida, senhorita. — Temerosa, Keana comentou, enquanto observava-me.

— E cheia de fuligem também. — Lucy mantinha-se em certa aflição. Parecia de fato preocupada.

— Não sofri nada grave, levei apenas um susto com tudo o que aconteceu. O curativo no pulso é somente uma sustentação porque tive uma leve entorse de punho e, quanto a fuligem, nada que um bom banho não resolva. — Sorri após descrever, e já chegando em frente ao quarto as comuniquei. — E por falar em banho, recomendo que tomem também, caso ainda não tenham feito isso.

— Por que, senhorita? — Confusa, Keana quis saber. Lucy apenas observou-me, com os olhos semicerrados.

— Fomos convidadas para um jantar na casa do senhor Hari, e eu irei preparar-me para comparecer. Caso vocês tenham interesse em aceitar o convite, sugiro que apressem-se, pois acontecerá daqui a duas horas.

— Um jantar na casa da senhorita Karla? — Alterando o ritmo da respiração bruscamente, Keana se surpreendeu. Havia ficado nervosa e eu não pude conter o riso.

— O que há, garota? — Perguntei-lhe, enquanto ria de seu estado. Não quis ser indelicada mas não me contive. Era como se de repente o estagiário atrapalhado da Bacardi tivesse assumido o lugar dela.

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