FRUTA PROIBIDA

Acasos

Em uma pequena passagem de dias, após Lauren ter finalmente realizado a vistoria e a entrega dos documentos para Arjun, várias medidas foram tomadas em relação aos preparativos de seu casamento com Desiré e, juntas, elas definiram não só a data do jantar, onde comunicariam aos amigos e familiares o tão sonhado matrimônio, mas também marcaram a data do próprio evento, e esta seria comunicada durante este encontro. Elas estavam ainda mais ansiosas do que anteriormente já estiveram, e um frio na barriga fazia Lauren estremecer em grande nervosismo por temer que algo pudesse dar errado novamente. Desiré, por sua vez, acalmava-a, pois o que poderia dar errado, afinal? Nada. Seu retorno para Miami fora definitivo e os negócios estavam indo de vento em polpa. O casamento seria apenas um motivo a mais de comemoração e nada, nem ninguém, seria capaz de estragar esse acontecimento tão importante e tão desejado.

— Estou tão feliz por nós termos conseguido marcar a data do casamento antes da data em que vocês viajarão para a Índia. — Lauren dialogava com Desiré enquanto ambas folheavam uma revista de vestidos matrimoniais. O sorriso em seu rosto era cheio de brilho e plenitude. Ela estava extremamente feliz. Finalmente iria se casar com o grande amor de sua vida.

— Eu também estou muito feliz, meu amor. Tudo está saindo perfeitamente como gostaríamos que saísse. Isso é um sinal de que a hora certa é esta, e que realmente não era no passado, como planejávamos. — Respondeu-lhe, enquanto lhe acariciava o cabelo.

— Devo confessar que ainda assim estou nervosa e temerosa... — Após responder a Desiré, ela respirou fundo, puxando o ar o máximo que podia, para conter a tensão e a ansiedade. — Acredito que seja um trauma, algo psicológico, com lembranças do que eu vivi no passado em relação ao casamento e a sua partida.

— Lauren, a única certeza que eu desejo que você tenha, é a de que eu não irei mais embora. Eu voltei, como disse que voltaria, e voltei para que pudéssemos ficar juntas. Para que pudéssemos dar continuidade ao nosso relacionamento e finalmente nos casarmos. Nada poderá dar errado!

— Eu sei, eu sei que não irá embora. Até porque não faria sentido, e seria uma tamanha loucura mas, algo dentro de mim... — Ela pausou por alguns segundos, e olhou nos olhos de sua noiva. — Algo dentro de mim me faz ter medo de que qualquer coisa mínima saia do planejado.

— Estou aqui para o que der e vier, meu amor. Independentemente de qualquer imprevisto, resolveremos juntas. Nosso casamento será lindo, perfeito e cheio de alegria, assim como o jantar. Pense dessa forma e atrairá isso para nós.

— Ainda acha que o pensamento atrai? Lembra de como nós nos perdíamos em nossas teorias de lei da atração? Ação e reação? — Lauren mostrou um sorriso discreto em seus lábios, ao ter em seu rosto uma expressão saudosa de quem se afundava em pensamentos e lembranças do passado.

— Quanto você pensou em mim enquanto estive em Paris? Nada? Pouco? Medianamente? Muito? Exageradamente? Responda com total sinceridade.

— Você deveria ter acrescentado uma opção acima de exageradamente. Eu te tinha em meu sangue como drogas mesmo sem perceber. Você sempre esteve presente em mim, Desiré.

— E eu também passei todos esses anos dessa mesma forma. Vivendo você, vivendo nós duas e torcendo para que todos os meus planos realmente funcionassem. Afinal de contas, eu estou aqui agora, você me aceitou de volta e nós vamos nos casar. O que seria isso, se não lei da atração? No mínimo um grande combo de sorte.

— E um belo par de bundas brancas viradas pra lua. — Ambas gargalharam.

— Acha que devemos bronzear a nossa bunda?

— É claro que não, ficaríamos horríveis. Seriam dois tomates vermelhos entre as pernas e o resto da coluna vertebral.

— Também acho, melhor deixarmos tudo como está.