CAPÍTULO 28

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ANDREA 

Miranda e eu estamos a caminhar à beira do mar, conversando aleatoriedades. Eu estou com um biquíni grená feito sob medida, que a própria me presenteou, e ela com seu lindo biquíni azul mar, combinando perfeitamente com sua tez alva e seus olhos azuis.

ANDREA - Olha só… que lindo, que tipo de pássaros são esses?

MIRANDA - Hummm… são gaivotas.

ANDREA - Nossa, eu adoro pássaros. Você consegue aceitar que pinguins são aves? Tipo… é com esse tipo de coisa estúpida que eu ocupo minha mente.

MIRANDA - Assim como as baleias são mamíferos.

ANDREA - Ah, eu nem consigo conceber como diabos existe um mamífero embaixo d'água. Quer dizer, como as baleias amamentam na água? Não consigo nem imaginar.

MIRANDA - Você pode mergulhar com as baleias e se tiver sorte, flagrar um momento desses.

ANDREA - A gente poderia fazer um passeio desses, seria legal… romântico… nós duas em uma ilha, mergulhando entre as baleias…

Ela sorri, com as bochechas levemente coradas pelo sol. Eu não posso resistir à graciosidade dessa mulher. Pego em sua cintura e a giro de frente para mim, seus lábios macios se unem com os meus e eu empurro minha língua em sua boca, explorando o delicioso calor de sua língua. 

Ela solta um suspiro trêmulo entre o beijo, e aperta firme os meus ombros. Abro os olhos apenas para me deparar com uma Miranda completamente envolvida no beijo, como se estivesse em um sonho bom.

ANDREA - Meu amor?

Deixo um beijo rápido em seus lábios.

ANDREA - Vamos fazer amor aqui mesmo, na areia…

Eu, definitivamente, nunca vi Miranda tão chocada com algo que eu disse antes. 

MIRANDA - Está completamente fora de sua mente se acha que eu vou dar um show de exibicionismo.

ANDREA - Meu amor, não tem ninguém aqui. Não seja careta.

MIRANDA - Careta? Por que não fazemos no meio da rua, como macacos? Acho que os macacos devem ter modos melhores do que isso.

ANDREA - Okay, okay! Já entendi. Vamos apenas… entrar no mar então.

Ela aperta os olhos para mim, e nega com a cabeça, me puxando pela mão para dentro do mar.

MIRANDA - Quero ver se quando estivermos sozinhas em casa, você vai ter essa energia toda.

ANDREA - Baby, por que você acha que eu pego firme nos exercícios? Somente para ter fôlego para você, linda.

Ela me olha pelo canto do olho e sorri por trás de um bico charmoso. Aaah essa boquinha.

Paramos quando a água alcança nossos seios, Miranda abraça meu pescoço e minhas mãos deslizam por suas costas até alcançar seu traseiro. Seguro-a firme e ergo seu corpo para que enlace suas pernas em minha cintura.

Não é como se eu quisesse exercer alguma relação de dominância - até porque, Miranda claramente me domina -, mas eu adoro tê-la em meu colo, amo carregá-la, como se a protegesse em meus braços.

Ela sorri, mordendo o lábio inferior e seus olhos vagueiam para meus lábios, antes dela aproximar seu rosto e me beijar. Depois de um longo encontro de línguas, ela deita em meu ombro e ficamos em silêncio, confortavelmente, sendo embaladas pela leve ondulação do mar calmo.

Miranda é uma mulher forte, enfrentaria o mundo sozinha se precisasse, é difícil, para quem não a conhece muito bem, imaginar algo diferente disso. Mas às vezes, quando ela está comigo, parece frágil e vulnerável. Talvez ela se mostre assim apenas para mim, o que aumenta mais ainda minha inclinação em protegê-la, como meu bem mais precioso, meu pássaro raro, minha vida.

Alguém Tem Que Ceder (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora