※ 017 ※

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Se sentindo bastante inquieto enquanto caminhava de certa maneira apressada pelo extenso corredor do palácio e usando vez ou outra sua magia para acender alguma tocha apagada ou para tornar seu corpo invisível perante a visão de algum soldado ou conselheiro que aparecia por ali, desejando não ser visto naquelas redondezas, Minho, além de ter um pequeno sorriso em seus lábios e uma expressão menos 'apática' do dia a dia, também carregava em uma das mãos um pequeno presente e doces de coco encomendados pelo mesmo e feito pelo melhor cozinheiro; naquela manhã, em especial, teria de acompanhar sua mãe a um típico desjejum e sem ter chance de fazer qualquer recusa, já que segundo a mais velha, esta era a única chance que tinham para aproveitar o momento em "família" e também porque isso, de certa forma, o deixava afastado durante algumas horas dos vários afazeres de quase-Imperador.

E também porque ela era sua mãe, no final das contas...

Seus olhos pareciam curiosos enquanto observavam as tão conhecidas pinturas espalhadas nas paredes dos corredores, saciando um pouco seu tédio com arte. 

Ao fundo o cântico dos pássaros também facilitava para que o momento se tornasse ainda mais nostálgico para si.

Aquilo sempre foi mágico para si...

Inspirando um pouco mais de ar puro, misturado apenas com a fraca fragrância das flores do jardim, o alfa assim que chegou ao local combinado sentiu seu lobo se agitar ao rapidamente reconhecer os feromônios de sua mãe; uma combinação de incontáveis flores de lavanda com o cheiro prazeroso de mata molhada, além, é claro, do sentimento de saudade e afeto da mais velha.

Foi impossível o rapaz não abrir um sorriso ainda maior ao se deparar com a ômega encolhida em um pequeno banco de madeira mais a frente, esta que estava de cabeça baixa e girava um anel em seu dedo anelar da mão esquerda de modo pensativa. 

ㅡ Pensando em algo, mãe? ㅡ Perguntou assim que se acomodou ao lado da mulher.

ㅡ É. Um pouco. 

A ômega respondeu sem demonstrar qualquer reação de sobressalto pela chegada repentina do filho, parecendo prever que o mesmo faria isso e permanecendo ainda em transe enquanto encarava um de seus belos anéis na mão.

ㅡ E esses pensamentos são bons ou ruins? ㅡ O rapaz a instigou a falar, mesmo que seu sorriso agora tenha se desfeito por conta da expressão tristonha na face da mais velha ㅡ Alguém fez algo ruim com a senhora? Aconteceu alguma coisa?

Não era feitio do alfa conversar e suas frases desde sempre foram muito curtas e diretas, mas depois de ver o estado pensativo de sua mãe naquela manhã ensolarada, foi impossível para o mesmo continuar com suas mesmas atitudes e desejar saber o que havia acontecido com ela; pelo menos sua curiosidade podia trazer benefícios, ou talvez não.

Karina, por outro lado, permanecia em silêncio, organizando com cuidado suas palavras e de uma forma que não expulsasse suas memórias ruins para o filho. Seus olhos voltaram-se do anel para a grande paisagem que os cercava, a brisa gélida lhes batia na pele e fazia com que um pouco de seu cabelo também esvoaçasse. 

Minho com certeza denominou aquele momento como arte, sendo sua mãe a principal protagonista de todos os traços.

ㅡ Querido, você poderia me prometer uma coisa? 

Sua voz soava calma e serena, como se não estivesse preocupada naquele momento.

ㅡ Prometer (?) ㅡ Minho encarou a mulher com o cenho franzido, mas ainda curioso.

ㅡ Sim. Uma promessa. ㅡ Os belos olhos negros da mais velha de repente se voltaram para o filho, encarando-o com afinco ㅡ E é claro, não vai ser nada interessante se não cumpri-la até seus últimos dias de vida. Por isso, pense com sutileza quando lhe propor. Essa promessa vai muito além e não pode jamais ser desfeita. Seja na alegria ou na tristeza...seja na saúde ou na doença...enfim, acho que você entendeu.

Prometido ao Imperador || MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora