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Ainda pelos corredores do Palácio, o Imperador, acompanhado de Minho, e por hora ambos sozinhos em meio ao silêncio e sem a vista de qualquer soldado, caminhavam a passos calmos enquanto observavam a paisagem distante mediante as aberturas ovais na parede e cada uma a uma distância milimetricamente igual.

O clima notoriamente dava sinais que em breve uma tempestade chegaria, mas nenhum dos dois tinha pressa ou pareciam se importavam.

Guardas que vez ou outra apareciam por ali a caminho da área leste do Palácio faziam-lhes uma reverência assim que os viam.

Mas ainda assim o silêncio persistia, até que...

ㅡ Karina, continua como sempre bela... ㅡ O mais velho de repente sorriu em direção ao filho, cruzando os braços em frente ao corpo.

ㅡ E por que o senhor não a visita mais, pai? ㅡ Minho questionou-o o mais simplório possível, ao mesmo tempo que temia levantar a voz para o mesmo ㅡ O senhor sabia que boa parte das enfermidades dela só apareceram depois de seu abandono?

ㅡ Não diga bobagens! Eu nunca abandonei sua mãe. ㅡ O Imperador exclamou um pouco irritado.

Minho sentia seu coração impaciente e irritado, seus olhos vagando entre o mais velho, este que mantinha habitualmente uma feição apática, e um pequeno dente de leão que voava ao céu e passou de repente na frente de seus rostos, espalhando suas sementes em várias direções.

ㅡ Então por que o senhor não a visita regulamente? Por que prefere se esconder nos braços de mulheres falsas?! ㅡ Minho estava estupefato e ao mesmo curioso.

Como ele poderia continuar a agir assim? E ainda tão calmo?

ㅡ Foi sua própria mãe quem disse para nunca mais procurá-la. Eu só estou cumprindo meu dever de respeitar as suas decisões, sejam elas boas ou não para nossa relação.ㅡ O Imperador parou de caminhar de repente e encarou o filho frente a frente ㅡ E quanto sua fala de dizer que me "escondo nos braços de mulheres falsas", lembre-se que ainda sou um homem e ainda tenho desejos. Não posso fazer um celibato só por causa de sua mãe. Ela não é minha única esposa!

Seus olhos negros e afiados como os de uma águia encaravam o alfa mais novo com afinco. Não driblava nenhuma sequência de olhares e ainda parecia irritado.

Era sempre assim que agiam quando tocavam neste assunto.... Tanto seu pai quanto sua mãe escondiam segredos...

ㅡ Como? ㅡ Minho franziu o cenho, cruzando os braços em frente ao peito ㅡ Por qual motivo ela lhe fez esse pedido?

ㅡ Sua mãe me fez jurar para nunca mais procurá-la nesta vida, a menos que o assunto envolva algo do reino ou você e seu irmão. Apenas isso. ㅡ Suspirou, encarando os arredores ㅡ Karina, não consegue aceitar algo que fiz a alguns anos atrás depois do nascimento de seu irmão.

ㅡ O que você fez? ㅡ Era impossível para o alfa mais novo não estar curioso ㅡ Que mal neste mundo a fez perder todo o amor que sentia por você? Ya! E não me venha com "você era muito novo pra se lembrar de alguma coisa", porque estará completamente enganado, eu me lembro de tudo muito bem. Aigu! Eu lembro como vocês dois se encaravam antes...havia o verdadeiro amor em seus olhos...

ㅡ Minho, só me escute.. ㅡPonderou, ousando colocar mão enrugada sobre a do filho, apertando-a firme ㅡ Se tem uma coisa que aprendi em todos esses anos vida, é que o passado deve sempre permanecer no passado. E se você não deseja relembrá-lo, apenas continue quieto. O tempo é única cura para todo mal.

Depois disso o mais velho se retirou apressadamente dali, deixando o filho sozinho e ainda perdido em seus próprios pensamentos. 

Minho sempre suspeitou que depois do nascimento de Jeongin, muitas coisas mudaram, desde a rotina e a convivência de todos, o amor entre seus pais até a tranquilidade dentro e fora do Palácio.

Prometido ao Imperador || MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora