21. Rosa de pedras

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Atualmente

O coração de Jaebeom ardeu com a chama do desgosto ao que ouvira o roteiro recitado; claro que era mais fácil dizer que ele nunca estivera junto a Jinyoung naquela noite... Claro que era mais fácil dramatizar toda a situação e deixar o jovem como uma criança sofredora e que agora evoluiu, se tornando uma pessoa famosa/conhecida e vários blá blá blás que preencheram a mente vazia do florista.

- Kyungsoo, 30 minutos de descanso agora.

- Como, chefe? – O menino olhou para o patrão com expressão confusa. Ele minimizou uma guia em seu computador após salvar seu progresso na planilha do caixa do dia anterior. – Mas o Baekhyun fez muita bagunça aqui, senhor... Eu preciso resolver isso...

- Não se preocupe, Soo... Depois eu te ajudo com isso. – Sorriu e arrumou as muletas abaixo das axilas. – Eu preciso ficar um pouco sozinho...

- É Jinyoung de novo? – Jaebeom consentiu e então o funcionário suspirou, dando de ombros e se colocando de pé. – Quando você reformou a Poesia em flores, transformou toda a estética e deu esse novo nome... Você disse ao pé do túmulo do seu avô que esse era seu recomeço, chefe...

- Eu sei, Soo...

- E veja só... Você está novamente sofrendo por aquele idiota.

Im olhou seriamente nos olhos do mais jovem e voltou a dar de ombros, sentando na cadeira que havia logo atrás do balcão do caixa e começando a mexer no computador. Como se ignorasse as palavras ditas pelo outro e desse – de uma vez – um sinal por gestos de que o rapaz devia sair da floricultura.

Kyungsoo não insistiu e então saiu. Quando o sininho da porta bateu e anunciou que fora aberta e novamente fechada, Jaebeom sentiu-se sozinho e alcançou – na última gaveta do guichê – pegando seu diário que escondia por ali. A pintura que ele fizera pensando nele e Jinyoung estava desbotando aos poucos, por ele não utilizar o material adequado e não fornecer condições 100% favoráveis para o objeto.

- Para todo mundo parece tão fácil. – Ele pegou uma caneta esferográfica, escrevendo "querido diário", para iniciar uma nova página. – "Esqueça o Jinyoung. " – Imitou o que Kunpimook sempre lhe dizia. – Mas nenhum deles abririam mão de quem viu no espelho... – Suspirou e colocou uma vírgula, pensando como começar o que queria desabafar naquele momento.

Era tão desafiador... Im havia decidido recomeçar e deixar Park no passado a poucos meses; era tortura precisar enfrenta-lo logo por aqueles dias... Era desafiador; como se fosse uma missão a ser cumprida para finalmente ganhar o certificado que diz: "Superador profissional de Park Jinyoung".

- Ah... Você é mesmo um idiota. – Suspirou e olhou seu reflexo na tela bloqueada do celular. – Veja você! Você pensando a minutos atrás que ele não faz diferença, mas agora você sente seu coração palpitar e o ar faltar apenas por o ver pessoalmente e o ter a poucos metros de distância. – Negou com a cabeça e pegou as muletas, querendo novamente se colocar de pé e ver se a equipe de filmagem já tinha se retirado e, se junto deles, Jinyoung havia ido.

- Hyung... – Kyungsoo chamou de repente e fez Jaebeom dar um pulo no lugar, como se levasse um choque. – Meu Deus! Cuidado com a sua coluna! – Ele disse e foi rápido até o patrão. – Tudo bem? Precisa de alguma ajuda? Quer sua cadeira de rodas?

Jaebeom riu e respirou fundo, ajeitando-se no lugar e firmando os dedos ao redor da empunhadura da muleta. Deu de ombros e começou a andar até onde possuía um vaso de gesso em formato de gatinho, com diversas cores de Onze horas plantadas sobre ele – as cores, assim como o vaso, encantavam Im ao ponto deste nunca ter tido coragem de vender a flor... Visto ainda que se tratava da espécie favorita de seu avô.

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